Comida deliciosa, esplanadas fotogénicas, cocktails de autor ou um ambiente imaginado para brilhar no Instagram — são muitos os motivos que nos levam a experimentar (ou repetir) um restaurante. As casas de banho, convenhamos, raramente entram nesta equação. Mas há sítios onde uma simples ida ao WC é suficiente para repensarmos prioridades — e voltarmos só para isso mesmo.
Lisboa está cheia de restaurantes que querem ser mais do que apenas lugares para comer. Apostam em decorações de revista, menus com ingredientes exóticos e DJ sets estratégicos para garantir que não passam despercebidos no feed de ninguém. Mas há quem vá ainda mais longe e eleve a fasquia, até à casa de banho.
No Rocco, onde a cozinha italiana se cruza com sabores mediterrânicos numa fusão que quer ser única, nem os lavabos escapam ao espetáculo. Debaixo de um teto curvo forrado a tecido floral, destaca-se um lavatório em pedra italiana Calacata, rodeado por cabines com portas espelhadas que multiplicam o espaço num jogo de reflexos.
No Seventh Brunch, junto à Avenida da Liberdade, o WC transforma-se numa pista de dança com um simples toque de um botão. Uma cabine é dedicada ao rock, com guitarras penduradas, e outra parece saída de um clube de techno de Berlim.
Já o 100 Maneiras de Ljubomir Stanisic opta por um registo mais intelectual. Pelo corredor espelhado que conduz à casa de banho, ecoam vozes misteriosas — só quando se entra no cubículo é que se percebe que se está a ouvir discursos históricos como o de Nelson Mandela.
O Boubous leva o conceito de mimar o cliente ao extremo: produtos de skincare, toalhas, perfumes — ali está tudo pensado para quem quer sair da casa de banho pronto para uma passadeira vermelha (ou pelo menos para a próxima selfie).
E se a vista conta, ninguém bate o Fifty Seconds. No topo do hotel SANA, a 145 metros de altura, a casa de banho tem uma janela com uma vista desarmante para o Tejo — difícil é concentrar-se no que foi lá fazer.
Pela capital, há casas de banho que quase mereciam figurar no Guia Michelin. E não, não é exagero.
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