Em muitas casas portuguesas, são raros os dias de festa em que não há cabrito assado no forno, um clássico da gastronomia nacional que se destaca por ser especialmente reconfortante nos dias mais frios.

Na Páscoa, em particular, é quase obrigatório à mesa, muito devido a crenças religiosas. Isto porque o cabrito ou cordeiro “ficou associado à celebração da fuga dos judeus do Egito — que, segundo a Bíblia, o Faraó só libertou da escravatura depois de um anjo divino ter matado os filhos primogénitos de todas as casas cujas ombreiras não tinham sido ungidas e assinaladas com o sangue daquele animal”, começa por explicar o Hospital da Luz. “Os judeus não só sinalizaram as suas casas, como comeram a carne tenra do cordeiro, protegendo-se da ira de Deus”, acrescenta.

Para os cristãos e católicos, o cordeiro pascal tem outro significado. Simboliza o fim da Quaresma, período conhecido pela austeridade e sacrifício em que evitam, por exemplo, comer carne. Com o cabrito assinalam a ressurreição de Jesus Cristo.

Apesar de estar bastante associado a esta época festiva, o cabrito sabe bem o ano todo, pelo que há muitos restaurantes, de norte a sul do País que o incluem nas suas cartas. Um dos mais emblemáticos é a Adega do Saraiva, que encontra em Nafarros, no concelho de Sintra. Servido com batata frita ou assada e arroz, é um dos pratos mais emblemáticos da casa e responsável por autênticas procissões, que acontecem de janeiro a janeiro.

Também em Sintra, fica o Curral dos Caprinos, onde o animal chega acompanhado por batata assada e esparregado. A casa, que abriu a 15 de agosto de 1974 e está rodeada pela beleza da serra local, conta com vários vinhos das mais nobres castas portuguesas para acompanhar.

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