Saltar de paraquedas, fazer um intercâmbio ou mudar de profissão aos 40. São decisões marcantes para uns, verdadeiras loucuras para outros — tal como a tomada por quatro amigos e que envolveu uma mudança de país. Christophe Fidalgo (29 anos), Alison dos Santos (29 anos), Lucas Jacob (32 anos) e Diana Santinho (28 anos) moravam em França e decidiram fazer uma aposta conjunta em Portugal.
Tudo começou graças a um simples ritual, que acabou por se transformar em algo maior. “Em Paris, gostávamos de nos encontrar com frequência para almoçarmos”, revela à NiT Christophe. O que começou como uma “paixão por comer e cozinhar” evoluiu e deu origem a um restaurante. Chama-se Hortinha e abriu a 10 de agosto na capital. De Portugal, não de França. Sim, porque os quatro decidiram “vir de propósito” para concretizarem aqui o seu sonho conjunto.
Filhos de imigrantes, conheciam bem O País. “Os nossos avós são da zona de Bragança”, começa por contar. “Como sabíamos que em Lisboa não havia nenhum conceito igual ao que queríamos criar, decidimos que seria a localização perfeita.” Os avós também o nome do projeto. “Cultivavam sempre pequenas hortinhas”, revela o jovem empreendedor. Habituados à palavra, e dada a forma como se adaptava na perfeição ao conceito, acharam que seria a melhor designação.
“Hortinha porque é de onde chegam todos os ingredientes servidos.” Inspirados nos restaurantes de saladas onde se costumavam encontrar para almoçar em Paris, optaram por “pegar nas características consideradas interessantes de cada um deles” e trazer algo novo para Lisboa.
Quem passar pela rua do Crucifixo, encontrará numa fachada rosa a porta número 33 e, lá dentro, bowls para todos os gostos. No interior, mais do que nas paredes em pedra, repara-se no bom ambiente criado pelos três dos quatros sócios. Os pratos prontos a levar estão expostos ao lado do balcão onde são preparadas as saladas segundo as preferências de de cada um. Os sumos, espremidos na hora, deixam qualquer um rendido.
Engane-se quem pensa que por ser um restaurante de comida saudável e equilibrada só serve alface e pouco mais. “Nada disso. As bowls são super versáteis”, esclarece. Pelo número de toppings (48) conseguimos imaginar a quantidade de opções. Vegetarianas ou não, o difícil será escolher. Por 9,50€ os clientes podem criar um prato de raiz: primeiro a base, depois quatro ingredientes disponíveis e, por fim, o molho (todos caseiros).
Para os mais indecisos, existe uma lista de seis sugestões de bowls saudáveis de inspiração portuguesa, francesa, italiana, grega e asiática. A Asiática, com quinoa, edame, tártaro de salmão, abacate, coentros e molho asiático — “ligeiramente doce e picante” — é seguramente “a mais popular e a que tem mais saída”. Se quiser aproveitar para provar os sumos naturais, feitos na hora e com fruta da época, ou as sobremesas caseiras, pode optar pelo menu Hortinha por 10,50€ (bowl e bebida) ou pelo Horta por 12,90€ (bowl, bebida e sobremesa).
Brevemente vão ter também opções quentes, como sopas e outras bases com os ingredientes da época. Neste momento têm sugestões com castanhas, por exemplo. Isto porque, um dos princípios do Hortinha é privilegiar a produção local e sazonal. Os ingredientes chegam de negócios da zona e de fornecedores “dos arredores de Lisboa”, que fazem entregas todos os dias para que os quatro possam servir aos clientes os vegetais, os legumes e as frutas mais frescas.
Não estranhe, portanto, se notar alterações no menu. “Como trabalhamos com matéria-prima da época, a oferta pode mudar três ou quatro vezes por ano”. Entrar no Hortinha, com a sua decoração moderna e minimalista, em tons de rosa e pastel, é um convite imediato para se sentar e comer. Se o tempo for pouco, também pode levar a bowl para comer em casa ou no escritório.
Prático e saudável, o novo restaurante da baixa lisboeta é para todos os gostos. Carregue na galeria para conhecer algumas das sugestões dos quatro amigos.