Pizzarias em Portugal há muitas, mas poucas podem afirmar ser das melhores da Europa. Aliás, são apenas duas. A Arte Bianca é uma delas. O Top Pizza distingue anualmente os 50 espaços europeus (fora de Itália) para comer a especialidade transalpina e, pela segunda vez consecutiva, considerou o restaurante algarvio um deles.
A marca tem três espaços e, se vive — ou passa férias — no Algarve ou na Costa Vicentina, talvez até já conheça (pelo menos) um deles. A história do casal italiano que os criou, porém, é mais desconhecida. Sabia que tiveram um restaurante no Brasil? Provavelmente não.
“Tudo começou em 2013. Eu e a minha mulher [Manuela Mattavelli, 44 anos] estávamos no Brasil há sete anos, qund decidimos procurar um sítio especial, mais calmo, para a nossa família. Fizemos uma viagem pela Península Ibérica, Ilhas Canárias, andámos por aí e fomos dar à Costa Vicentina”, começa por contar à NiT Emanuele Zingale, de 44 anos.
Anos antes, tinham decidido abandonar Itália e atravessar o Atlântico atrás de uma paixão, o surf. Nas praias brasileiras puderam dedicar-se às ondas diariamente— e os spots que encontraram em Portugal são substitutos à altura. “Somos uma família de surfistas e o Mediterrâneo está um pouco estreito. Não tem as ondas que queríamos. Aqui encontrámos o cenário perfeito.”
Um ano depois da chegada a Portugal, em 2014, abriram o primeiro espaço Arte Bianca. A loja, em Aljezur, era pequena e faziam apenas ao take away. As coisas foram mudando — e quem entra agora no número 3 da rua do Vento já se pode sentar (nem que seja na grande esplanada). E parece que não foi a única coisa que mudou.
“A Manuela quis abrir mais um espaço, mas tinha de ser um destino de surf. Claro.” A mulher já conhecia a praia da Arrifana (a 10 quilómetros de Aljzur), por isso foi fácil convencer Emanuel. O espaço onde agora servem pizzas, já tinha acolhido outro projeto do casal. “Era mais dedicado a pasta e massa fresca, mas não correu tão bem, por isso decidimos mudar o conceito para pizzaria.” Abriu em maio de 2016 e teve logo “um grande sucesso”. Três anos depois, decidiram continuar a descer e inauguraram o terceiro Arte Bianca em Sagres.
O rigor é comum aos três. “Queremos sempre melhorar e fazer melhor. Nunca estamos satisfeitos. O nosso produto tem de ser de topo”, garante o chef. E não pense que ali a ideia é oferecer um prato rápido cheio de calorias e com pouco valor nutricional. Pelo contrário. “A ideia é fugir do estereótipo de que a pizza é sinónimo de fast food. Para nós, e para a nossa cultura, é um prato completo, bom e saciante.”
Os restaurantes mantêm esse conceito — mesmo na decoração escolhida a dedo por Manuela. São convidativos, despretensiosos, jovens e dinâmicos. O burburinho de fundo indica que está longe de qualquer formalidade. A espera por uma mesa é breve e a comida chega a bom ritmo. Tudo para criar uma experiência que corresponda às expetativas de comer numa das melhores pizzarias da Europa.
“O reconhecimento neste ranking do 50 Top Pizza traduz o nosso empenho em realçar o melhor deste prato italiano. Privilegiamos a qualidade da massa, dos produtos sazonais a par de um atento serviço de sala e do conforto do nosso espaço, critérios também tidos em consideração na seleção de restaurantes que fazem parte deste concurso”, explicam os fundadores.
“Acreditamos que esta distinção vai despertar ainda mais curiosidade em conhecer a essência do Arte Bianca e o trabalho, a paixão e o amor que temos pela boa comida e pela cozinha italiana”, acrescentam.
E quanto ao segredo? Esse é apenas um. Segundo Emanuele, também pizzaiollo do conceito, “a massa é o elemento-chave da pizza”. “O trabalho que temos desenvolvido ao nível das massas-mãe tem sido fundamental para a qualidade do produto final. A massa é tão leve que funciona como uma nuvem a suster os restantes ingredientes da pizza”, garante o chef. É tão especial, que até lhe deram um nome.
“Chamámos Giro à nossa massa-mãe. É quase um miúdo, que está connosco desde 2005 e que precisa de ser alimentado 365 dias por ano. É um processo muito complicado e desafiante. Afinal, este fermento é feito a partir de bactérias, que são seres vivos e precisam de atenção. Dá imenso trabalho diário, mas é graças a ele que temos uma massa incomparável, e de leve digestão”, explica Emanuele.
Feitas com farinhas italianas selecionadas quem chegam “diretamente do moinho”, as propostas da Arte Bianca são uma referência no Algarve e na Costa Vicentina.
“Temos um laboratório interno, focado na investigação e na inovação, com diferentes tipos de massas, que trazemos de Itália, o que nos permite dar asas à criatividade e garantir a qualidade e autenticidade do produto final. É neste laboratório que criamos as nossas pizzas, de que temos muito orgulho. Mas ali também nascem novos sabores e receitas”, revela Manuela.
As novidades da carta de verão, por exemplo, são inspiradas na cozinha tradicional das mães e avós dos empreendedores. “Quisemos trazer um pouco mais de Itália para o Arte Bianca, com opções que vemos, sobretudo, nas mesas das famílias italianas”, acrescenta Emanuele Zingale.
“As Polpette (13,80) são as almôndegas caseiras com molho de tomate fresco, típicas em qualquer casa italiana, que aqui utilizamos também para uma piza, a Crunch Gulosa (17,90), que reúne ainda burrata, queijo parmesão DOP e manjericão, com um toque de azeite virgem alentejano. Outro prato tradicional que adicionámos é uma carbonara, que viverá também em piza Crunch (16,50), mas mantendo todo a essência da receita enquanto pasta”, conclui.
Para a sobremesa não pode faltar o clássico tiramisú. A carta apresenta mais de 20 variedades de pizza, mas também lasanha e alguns petiscos como tábuas de queijos e enchidos, brusquetas, focaccias e saladas — tudo caseiro. Para acompnhar, pode optar por um dos 15 vinhos italianos ou, então, com uma das 13 propostas, as únicas vendidas a copo.
A seguir, carregue na galeria para ver algumas imagens dos restaurantes Arte Bianca e algumas das propostas que pode encontrar por lá.