“Sabor e um copo de vinho.” É esta a proposta do novo restaurante de um dos bairros mais especiais de Lisboa. Chama-se Zezinho Disco Tasca e o nome é o prelúdio daquilo que nos espera no número 25 da Rua da Esperança, em Santos.

Ali irá encontrar grandes lustres no teto, sofás, loiças que nos fazem lembrar as que se usavam nos almoços de família ao domingo, e ainda um jardim interior. O menu é feito de petiscos clássicos, cocktails e vinhos que costumam estar fora do radar de outros restaurantes. Criar um espaço funky, festivo e português era o objetivo. Porém, o plano inicial dos fundadores era outro.

“No início, queríamos abrir um bar na Praia da Areia Branca. Mas um dia passámos por Lisboa e por este sítio, o antigo Jaquinzinho, e ficámos apaixonados. Percebemos logo que dava para montar um conceito diferente, mas que trouxesse comida portuguesa para esta rua mais internacionalizada”, começa por explicar à NiT Edgar Ferreira.

Os irmãos Edgar (42 anos), Samuel (48 anos) e Kevin Ferreira (29 anos) não são novos nestas andanças. Lusodescendentes, têm já dois outros restaurantes em Paris. Agora decidiram apostar num novo projeto em Portugal. O propósito, dizem, é o mesmo: “Criar um espaço acolhedor, onde se pode beber um cocktail com gosto ao português e à tradição”.

Para ali entrar já não é preciso tocar à companhia. E a decoração alusiva ao mar foi retiradas: as algas saíram dos tetos, os barcos antigos, as boias e casacos dos pescadores já não estão nas paredes. O peixe também já não é o protagonista. “Demos uns toques ao espaço. Estava bem giro e engraçado, mas quisemos dar-lhe uma vibe anos 70”, continua a explicar Edgar.

Da cozinha saem agora petiscos clássicos da gastronomia nacional, como os peixinhos-da-horta — que aqui se chamam Aquário da Horta (5€). A carta, apesar de não ser muito extensa, é variada e mantém intactas as raízes portuguesas. Da tarama de bacalhau com pão torrado (5€), passando pelas bolinhas de alheira com puré de maçã reineta (5,5€), às tão pedidas moelas à Zezinho (6€), “as entradas não deixam a desejar”, garante.

Nos pratos principais há sugestões para todos os gostos. “Temos as fornadas e as chapadas. Os nomes [das secções do menu] são estes porque, no primeiro caso, as sugestões são preparadas no forno, e no segundo, usamos uma grelha que já cá estava e que fora transformada em chapa.”

É mesmo nas fornadas que pode encontrar o bacalhau à Lourdes (13€), uma receita da avó dos donos. “Leva vinho do Porto, natas, molho de tomate e presunto. As pessoas gostam muito, porque está cheio de sabor e de tradição. Só lhe demos um toque moderno”, garante o empresário. Depois, há também o borrego lento (12€ sem acompanhamento ou 14,5€ com acompanhamento) que “desafia os sentidos”, e o arroz de pato (9,50€), “com um toque de laranja que vicia”.

Para os que não dispensam um doce, o Zezinho também surpreende. O amado bolinho de chocolate (4€), o nosso pudim Boca Doce (4€), que faz parte das mesas portuguesas desde 1955, e os papos de anjo (5€) que nos levam ao céu. E os vinhos? Com copos que variam de 4€ a 5,5€ e garrafas desde 14€ até 39€, a carta dos vinhos é eclética e tem cerca de 20 rótulos, entre brancos, tintos, verdes, rosés e espumantes.

“Seja no jardim interior, no balcão ou nas diversas mesas da sala principal, o Zezinho terá sempre um lugar guardado para aqueles que prezam os pratos com sabores tradicionais pensados ao detalhe, como uma experiência que ficará na memória”, garantem os responsáveis.

E se não forem eles a recebê-lo — porque continuam com os projetos em Paris — será Rui Boiça (30 anos), o primo. “Esteve connosco desde o início e será a cara do Zezinho.” O restaurante tem estado aberto em soft opening desde abril, mas será inaugurado oficialmente esta quinta-feira, 25 de maio.

A festa está marcada para as 17h30 e as expectativas de Edgar estão levadas. “Esperamos que as pessoas comecem a falar do Zezinho como um espaço onde se pode estar sem formalismos. Aliás, demos-lhe este nome precisamente por isso. Para mostrar que não tem pretensões. É só para passar um bom momento, com comida saborosa e um cocktail no copo. Tudo sem ter um preço excessivo. Queremos que as pessoas se sintam bem, acima de tudo, num spot bem português, de partilha e de diversão. Vamos pôr o restaurante a bombar”, diz a rir.

As quintas-feiras temáticas e os brunchs portugueses de domingo são alguns dos planos que querem concretizar. Chegarão a seu tempo. “Não queremos misturar tudo. Vamos com calma”, conclui.

A seguir, carregue na galeria para ficar a conhecer a nova tasca em Santos que é “paragem obrigatória” para os fãs de comida típica portuguesa.