Muitos conhecem a Marina de Vilamoura. Poucos, porém, podem afirmar que já lá dormiram. Ou vá, na zona. A cidade algarvia é um dos destinos que atrai mais turistas durante o verão, não só pelas praias incríveis, mas pela diversão noturna — porém, arriscamos dizer que os preços dos hotéis de luxo, villas e apartamentos não são para todos. No meu caso, contentava-me com um passeio ao final do dia.
Entre o mar, a praia e os grandes iates, havia um dos edifícios que me deixava curiosa: o Tivoli. Visto de longe, confundio-o várias vezes com um cruzeiro. Até que pude visitá-lo. Agora, mais do que um grande edifício cheio de janelinhas é, para mim — e aposto que para todos os que quiserem aproveitar a calma da piscina e o conforto de um restaurante mesmo ali ao lado — um ponto de paragem.
Nos últimos meses, o grupo hoteleiro português Tivoli Hotels & Resorts apresentou várias novidades, como a abertura de um novo empreendimento em Alvor, no Algarve, ou o outro na capital dos Países Baixos. Parece que não ficou por aqui e foi mesmo ao sul do País que chegaram as surpresas.
“Com uma localização privilegiada, o nosso hotel foi alvo de uma remodelação quase total, preparando-se para receber os seus clientes num ambiente mais contemporâneo e sofisticado, marcando um novo capítulo de uma história que já conta com 35 anos”. À NiT Hugo Gonçalves, o diretor-geral, revelou que faltam apenas “pequenos detalhes”, que deverão estar finalizados até final de maio.
De um lado mar, do outro também. Isso não mudou. O mesmo, porém, não se pode dizer de tudo o resto. Da piscina principal, aos nove pisos de quartos (são 383, incluindo 21 suítes), passando pelo lobby de entrada e pelos jardins, houve várias alterações — e a NiT já as descobriu.
“Esta renovação marca uma nova era para o Tivoli Marina Vilamoura. Um hotel que nos últimos 35 anos soube estar sempre à frente do seu tempo, fruto do trabalho incansável de uma equipa focada em prestar um serviço inovador e de excelência e que hoje tem um produto renovado para poder superar ainda mais as expectativas dos clientes”, afirma Hugo Gonçalves.
A unidade de cinco estrelas reabriu a 1 de fevereiro, após quatro meses de obras. A decoração ganhou tons mais claros, com materiais naturais, mas são os restaurantes que monopolizam as atenções. Afinal, o hotel não tem um, mas sete espaços de restauração — todos singulares. Muitos foram buscar inspiração aos barcos e ao mar — não fosse este um empreendimento rodeado pelo oceano.
À chegada — mesmo antes de deixar as malas no quarto e experimentar a king bed —, a vitrine do Glee Boutique Café, no lobby, capturou a minha atenção. Foi verdadeiramente difícil resistir a provar imediatamente os bombons e macarrons do chef Patrick Mestre, mas o cansaço de uma viagem de quase 300 quilómetros era maior.
Após acordar num dos vários quartos com vista para o mar (os preços começam nos 300€ para duas pessoas) o pequeno-almoço foi servido no Voyage. Entre riscas azuis verticais, cadeiras em madeira e bambu entrançado e detalhes de decoração ora florais, ora geométricos — muito ao estilo Riviera Francesa —, pude comer tudo aquilo que quis (e consegui). Croissants, pão, ovos de todas as maneiras: há várias sugestões no buffet, inclusive vegetarianas, veganas e sem glúten.
Num ambiente totalmente diferente, ao final do dia, descobri o The Argo Cocktail Bar. Este é outro dos espaços que surge ainda mais glamoroso e repleto de charme. Ali, apostamos, sentir-se-á num barco. As linhas são ondulantes, os tons azuis e as superfícies acetinadas e texturadas.
O espaço está divido por várias secções. Primeiro, passará por uma área mais privada e intimista. O balcão, claro, é o local da cabine do capitão. Mas “a grande joia da coroa” é sem dúvida a varanda, com vista para a marina e para outro dos ícones do Tivoli: o restaurante Pepper´s Steakhouse, com os cortes de carne premium.
No Argo, ao som de música ao vivo, poderá provar um dos vários cocktails pensados por Nelson de Matos, o novo gerente de 39 anos. “Não há assim tantos espaços para um tipo de público mais apreciador no Algarve”, diz-nos.
A coquetalaria guia o mote, a ementa foi completamente renovada, e as referências são londrinas. No The Argo servem cocktails de assinatura, ainda assim, pode sempre pedir um dos clássicos. “Pomos o mesmo amor em qualquer um deles. Mesmo nos sem álcool”, garante-nos o responsável. Foi ele, aliás, quem nos deu a cheirar uma preparação à base de fitoplâncton — um conjunto dos organismos aquáticos microscópicos, com capacidade fotossintética e que vivem dispersos na água — que será utilizada para criações futuras. O aroma não deixou dúvidas: o mar foi colocado dentro do copo.
O espaço está aberto igualmente a não hóspedes e disponibiliza 15 sugestões. Esta “epopeia com influência marítima” inclui opções como o Athena, floral e com um final de baunilha (18€), ou o stormswift, com licor de líchia, framboesa e espumante (18€).
Também o Apollo, à base de conhaque, sumo de maracujá e ananás (16€), e o Héracles, com vodka infusionada com avelãs, café e licor de café (18€) são estreias. No entanto, a estrela é mesmo o cocktail The Argo, feito com zero desperdícios, já que, para o criar, reaproveitam o que sobra de outros cocktails, como cascas de limão. Com uma cor verde inconfundível, é “sustentável e criativo”, e servido num copo esférico. Custa 35€.
No espaço exterior, a oferta gastronómica inclui o restaurante Oregano, onde, ao almoço servido em regime buffet, há uma mesa de queijos e enchidos, outra de saladas, um balcão de quentes com pizzas e risottos, e um espaço onde fazem massas na hora.
E como em férias, a zona ao ar livre é tão ou mais importante que o interior, os jardins do hotel sofreram, igualmente, uma grande transformação. As diferenças notam-se logo na piscina, que é bem menos profunda. “Uma alteração não só estética, mas que trouxe uma maior eficiência energética e ambiental, com uma redução significativa do consumo de água”, explica Hugo Gonçalves.
É à esquerda desta piscina principal que vai encontrar aquele que será certamente um dos espaços onde irá querer passar alguns dias de férias. Para mim, o ponto alto de todo o projeto.
O Purobeach Vilamoura Poolside, é um espaço que pode ser frequentado igualmente por não hóspedes. Desde que adultos, o que será uma mais-valia para muitos. Ali é possível fazer uma refeição mais prolongada, ficar numa das espreguiçadeiras na areia ou aproveitar a piscina e o clube mais próximo do hotel.
Durante as próximas semanas, o spot irá acolher vários eventos temáticos — o programa completo está disponível descobrir no site, onde também poderá fazer a reserva. Na piscina pode ficar de manhã à noite, tal como na zona das espreguiçadeiras na qual tem acesso a uma carta de snacks e bebidas.
Já no restaurante, há almoços, lanches e jantares. Na carta pode contar com sugestões como um poke de salmão (18€), as lulas panadas com maionese de limão (19€), uma salada asiática com noodles (20€) ou o queijo de cabra gratinado com mel, tomate cherry e nozes caramelizadas (19€). A lagosta custa 36.
Há sempre peixe fresco para grelhar e outras opções mais quentes. É o caso do arroz de carabineiros (140€) e da cataplana de peixes, mariscos e batata-doce (90€, para duas pessoas).
Nas carnes tem o entrecôte de novilho com salada de rúcula e tomate grelhado (31€), ou a tajine de galinha com cebola, tomate, cenoura, curgete e passas que é servido com cuscuz e harissa (23€). Há ainda uma seleção de saladas e várias sobremesas e a carta de bebidas com vinhos e cocktails que estão disponíveis durante todo o dia.
Carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o renovado Tivoli Marina Vilamoura.
