Alvor conta com um novo espaço, um que surgiu no Algarve mas traz consigo sabores não só da região mas também de outras paragens — e gerações. Chama-se Animus e está a ser um sucesso. Era Marco Paulo quem cantava: “Eu tenho dois amores, mas não tenho a certeza de qual eu gosto mais”. Pedimos antecipadamente desculpa a quem ficou com a música na cabeça sem o ter pedido. Esta não é uma história de baladas mas sim de sabores.
O Animus é um projeto de dois homens chamados João, Santos e Ameixa. À NiT, João Ameixa, o chef da casa, conta que é alentejano mas já leva 15 anos de vida algarvia (e muita experiência na cozinha). Na hora de pensar o que servir, havia uma certeza: seria comida portuguesa. Mas havia ali margem para lhe dar um cunho bem pessoal.
“É uma cozinha portuguesa com twist, em que respeitamos os sabores tradicionais. Trabalhamos muito com a ria, também com o Alentejo”, conta João Ameixa, que gosta também de levar os clientes por uma viagem à antiga Ásia, a das especiarias que os portugueses trouxeram há séculos para a Europa.
Se por esta altura ainda tem a música de Marco Paulo na cabeça sem perceber porquê, passamos a explicar: o Animus é um curioso dois em um. Ao almoço, o menu lembra o conforto da comida da avó, servida em abundância para confortar o estômago. À noite, a ementa é outra e até merece uma pequena mudança da indumentária. Em comum “há o amor e dedicação à cozinha”, como os clientes têm destacado ao chef.
“Ao almoço fazemos comida de tacho, não há prato do dia, há é tacho do dia”, explica-nos. Por 12,5€, conta com a opção Tacho para um, que inclui o prato, couvert, copo de vinho e café. Se for com companhia tem a opção Tacho para dois (28,5€), que inclui garrafa de vinho e ainda pode juntar o bem tradicional medronho para fechar a refeição. Há sempre duas ou três opções de tacho por onde escolher.
À noite, para os jantares, o preço médio andará mais perto dos 25€ por pessoa. “Já temos uma cozinha mais elaborada. Fazemos questão de fazer essa diferença, até no fardamento do pessoal”, explica bem-disposto João Ameixa. As t-shirts dão lugar às camisas e os clientes não só entenderam o conceito como se têm adaptado.
Desde 10 de julho que os elogios se têm acumulado e em certos casos há clientela que fez questão de experimentar ao almoço e ao jantar, saindo sempre satisfeito. O espaço de 150 metros quadrados pode sentar cerca de 60 pessoas e inclui até um espaço exterior coberto, com zona verde, que pode funcionar na perfeição nesta altura do ano.
A carta inclui ainda opções Animus Freestyles, entre 30€ a 75€, dependendo da quantidade de pratos. Aqui a pessoa embarca numa viagem de descoberta da entrada à sobremesa, em que até o vinho será escolhido cuidadosamente pelo colaborador em função do que melhor combina.
Para quem gosta de escolher tudo ao detalhe, fique descansado que tem muitas opções. Nas entradas há uma tempura de polvo com maionese picante (7,5€) ou uns mais tradicionais pica-pau da casa (8,90€) e camarão ao alhinho (9,80€). Tem também um creme de abóbora da avó Joana (3,50€), que mostra como o chef João Ameixa aproveitou para reinventar a sopa da sua avó. A tarte divina da casa tem como inspiração a sobremesa da avó de João Santos, mas conta com um toque extra de sorbet de limão.
Nas entradas, destaque ainda para a açorda de bacalhau (4,50) feita a baixa temperatura. Já entre os pratos principais pode aventurar-se num malandrinhos de camarão e amêijoa em caldo de cataplana (15,50€), numa quinoa verde de vieira e camarão (16€) ou numas bochechas de porco estufadas com cogumelos shitaki (13,50€). Encontra também opções na grelha e até vegan, numa criativa combinação entre tradicional e moderno que funciona para os diferentes apetites. A única coisa mesmo obrigatória é só essa: ter apetite.
Quando andaram à procura de escolher o nome, decidiram-se por Animus, palavra que em latim é espírito e alma mas tem também este lado de ânimo “acabou por calhar bem, com a Covid-19, que estamos todos a precisar”, realça. E não há nada como uma boa refeição quente para nos dar ânimo.