“Abençoado.” Assim abriu o Barouk a 8 de agosto, já carregando este auspício. Neste restaurante libanês na Lx Factory, o pão substitui o garfo e carta é inspirada na cozinha do Líbano. O nome do espaço homenageia uma das cidades do país, famosa pela floresta de cedros centenários a oito quilómetros. Estas árvores são também um símbolo nacional e têm um significado histórico e cultural profundo.
O topónimo deriva dos costumes fenícios e significa “abençoada”. No entanto, não espere encontrar um libanês por trás do negócio. O espaço foi pensado por Luís Roquette (também proprietário do vizinho Mex Factory), com o intuito de “democratizar a cozinha libanesa, mas sem perder a autenticidade”.
“Estudei no estrangeiro e conheci muitos libaneses. Adorava a cultura deles e o facto de estarem sempre muito animados. Ao longo dos anos, fui-me envolvendo com a gastronomia libanesa, experimentando pratos típicos. Embora ainda não tenha tido oportunidade de visitar o país, sempre sonhei em abrir um espaço como este,” relata o empresário de 31 anos em entrevista à NiT.
O projeto, até há uns meses, vivia apenas na cabeça de Luis Roquette. No entanto, tudo mudou ao conhecer o chef libanês Joseph Youssef, que o levou a concluir que talvez fosse possível criar algo autêntico em Lisboa. “Na altura, o Youssef trabalhava num restaurante em frente ao meu, cruzámo-nos e começámos a falar. Ficámos em contacto e, quando surgiu oportunidade de abrir um novo espaço, falei com ele e pedi-lhe que criasse os pratos fiéis à gastronomia do Líbano.”
Joseph Youssef elaborou a carta do Barouk, em colaboração com os chefs consultores Alexandre Sarmento e Tomás Pires, do projeto The Good Collective, que acrescentaram “a solidez da experiência”. “O nosso principal objetivo era democratizar a proposta, sem perder a essência, apresentando a culinária libanesa a portugueses e turistas,” acrescenta.
No Barouk, os clientes podem deixar os talheres de lado e provar as especialidades utilizando pão pita. Entre os petiscos mais populares, aprovados por libaneses residentes na capital, destacam-se os rakakat (6,50€), rolos de queijo frito com mel e sementes de sésamo, e o baba ganoush (8€), uma pasta de beringela assada com tahini, romã fresca, pão pita, azeite, salsa e canónigos.
E há muito mais. Para partilhar, pode optar pelo Tabouleh (7€), uma salada de bulgur com tomate, cebola, salsa, hortelã, limão, azeite e folhas de alface, ou pelas Manakish, pizzas típicas libanesas. A mais procurada, de acordo com o proprietário, é a Kofta (10,50€), composta por almôndega de novilho, tomate assado, queijo, labneh (um tipo de iogurte grego), ervas frescas, za’atar (uma mistura de especiarias) e azeite.
Sendo um espaço inspirado no Médio Oriente, o húmus é imprescindível. O do Barouk é preparado com grão-de-bico, picles e cebola — e é um dos bestseller do menu. “O grande segredo está na textura. Torna-se viciante”, sublinha.
Os fãs de pitas podem escolher entre várias opções repletas de “explosões de sabores”. O menu inclui a de novilho (14€), com kofta de novilho, salada, cebolete grelhado, pickle de pepino, labneh, cebola frita e pimentão fumado, ou a de borrego (15€), com carne assada durante 12 horas, salada, cebolete grelhado, tomate, labneh, tahini e ervas frescas.
As bebidas ficaram a cargo de Diogo Lobo, o bartender do grupo. “Queríamos oferecer algo inovador e temos o Tripoli Espresso (9€), uma versão do Martini Espresso, mas com um toque picante. Oferecemos também o Spicy Jounieh (8,5€) e outras opções à base de anis que podem parecer inusitadas, mas que tornam os cocktails muito singulares,” menciona. A lista de opções disponíveis inclui ainda chás e infusões (2,50€) ou limonadas (3€).
A experiência gastronómica culmina nas sobremesas. O menu conta com tiramisu libanês (6€), feito com uma base de biscoito embebido em café, creme mascarpone, licor de laranjeira e creme de pistácio. Além disso, os clientes podem optar pela baklava (6€), que combina massa filo, nozes, pistácio, amêndoas, sementes de sésamo, mel e gelado de nata, ou ainda pelos churros de pita (5€).
Com capacidade para 48 lugares interiores e 18 na esplanada, o Barouk foi decorado com as cores da bandeira libanesa e elementos da cultura do país, mas em sintonia com o contexto industrial do Lx Factory. “Na parede encontra-se uma intervenção artística que projeta uma figura feminina, símbolo de poder e feminilidade.”
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