Durante o dia, Amel Bintorcha era enfermeira. À noite, servia à mesa de alguns dos melhores restaurantes de Paris. Ao fim de três anos, decidiu que uma das facetas tinha que cair e dedicou-se em exclusivo à restauração. Com a mala cheia de influências parisienses, mudou-se para Lisboa e abriu, a 20 de dezembro, o Maison Belle, um pequeno bistrô.
A francesa de 31 anos não escolheu Portugal por acaso. A família já se tinha mudado há vários anos, convencidos pelo estilo de vida menos caótico e o clima mais ameno. Bintorcha seguiu os passos dos pais e do irmão e há três anos mudou-se para Portugal “à procura de sol e de viver a vida”, “em vez de apenas sobreviver”, como acontecia em Paris.
Primeiro aprendeu a língua, depois entrou na área. Trabalhou num restaurante de praia na Costa da Caparica durante alguns meses e em julho conheceu um sócio disposto a investir na sua ideia.
O bairro de São Bento foi a casa escolhida para esta Maison Belle. “Um amigo que trabalha no setor imobiliário apresentou-me um local com 170 metros quadrados, dois andares e um preço razoável. Assim que cá vim, percebi que era aqui que ia fundar o meu negócio e montar um bistrô para dar a conhecer as minhas raízes”, conta.
Neste bistrô domina o mobiliário marcante, com estilo romântico e sofisticado que lembram uma mistura subtil de art déco. Às mesas chegam propostas também muito comuns no país europeu, como o rosbife (15€) com molho de jus de carne e maionese de rábano, tábuas de charcutaria (6€) e queijos franceses (6€).
“O menu foi pensado por mim, pelo chef Fabricio Ferreira e pelo chef executivo Eduardo De Waldner. É um trabalho a seis mãos que foi feito de forma a trazer o melhor da cultura parisiense, mas sempre com um toque português. Tentamos criar preços justos face à qualidade e ao estilo de vida em Portugal. Os pratos são todos pensados para partilhar por duas ou três pessoas”, explica à NiT

Dentro deste conceito de partilha os clientes podem ainda pedir o Croque Ma Belle (10€) feito com um pão parisiense, presunto com ervas, cebolas e cogumelos salteados no mel. Há ainda tártaro de carne cortado à faca (15€), que não é mais do um que um filet mignon preparado à francesa e acompanhado com salada. Têm também sempre o peixe do dia (15€), que varia consoante o que há de fresco na lota.
Para acompanhar não falta, claro, espumantes franceses, como o crémant de Bourgogne rosé (76€) ou o Marc Hébrad Blanc (79€). Há ainda alguns cocktails de assinatura que Amelie aprendeu em Paris: o French Love (12€) tem uma base de vodka, framboesa e espumante, enquanto o Pigalle (12€), por exemplo, é feito com rum, abacaxi, Aperol e baunilha. Mas também há Vinho do Porto e Medronho para fechar a refeição. “Adoro este País e queria ter algumas referências marcantes de cá”, explica a proprietária.
O espaço está pensado para que o epicentro esteja no bar, instalado no meio do restaurante. A primeira fila mais próxima é de cadeiras altas e só depois surgem as mesas pensadas para casais ou grupos. A festa não se fica pelas mesas. Às sextas-feiras e sábados à noite há sempre um ambiente festivo, aclamado pelo Dj residente para deixar todos “no mood de fim de semana”.
Aos domingos as celebrações continuam com brunches animados, ora por música eletrónica, onde as cortinas de veludo são corridas para um ambiente mais reservado, ora por música pop e mais comercial. “Quando não há Dj, há banda ao vivo”, garante a proprietária.
Durante a primavera esperam poder abrir o piso inferior, onde estão a construir um speakeasy, à moda dos anos 20, onde imperava a lei seca. “As obras vão avançar em breve e quem sabe a porta de entrada seja um objetivo inusitado”, conclui.
Carregue na galeria para descobrir o novo bistrô parisiense.