LET'S ROCKA história de uma das pizzas mais irreverentes da Costa da Caparica começa em Budapeste, na caixa de uma antiga carrinha Opel Blitz. Nela, David Liptay montou um forno e correu a Hungria a servir pizzas, que não eram mais do que um hobby para o snowboarder profissional. Uma pandemia, uma viagem a Portugal e alguma introspeção levaram o húngaro de 41 anos a mudar-se para a Caparica, juntamente com Anna Liptay-Baráth, especialista em marketing.
Juntos, decidiram investir nesse dom para as pizzas, em 2020. Cinco anos depois, o seu Blitz, batizado em homenagem à velha carrinha, inaugura a sua terceira encarnação, agora com as pizzas de sempre, mas com mais duas facetas: deli e bar de vinhos.
As pizzas tornaram-se na desculpa perfeita para “uma mudança de vida radical” pós-pandemia — isso e uma obsessão pelo surf, ali mesmo à mão nas ondas da Caparica. David, o responsável pela receita, aperfeiçoou-a ao longo dos anos, quando a cozinha ainda era o hobby do autodidata. “Fazia para festas, para amigos. Depois tornou-se numa forma de fazer alguns trocos por fora, em festivais e assim”, recorda.
A dupla começou por experimentar o conceito sem grande compromisso no Palms Blitz, até que, em 2023, encontraram o espaço atual para se lançarem a solo e com liberdade total. Mas só em 2025, dois anos depois, conseguiram implementar tudo o que haviam imaginado para a casa. “Nunca nos atirámos para nada de cabeça, nem nunca tivemos quem nos financiasse. Foi um processo muito orgânico, de passar de paixão a algo que pudesse ser um negócio. Fomos andando e fomos construindo aos poucos”, explica David.
As obras arrancaram em fevereiro e duraram cerca de um mês e meio, para “maximizar o pequeno espaço e a capacidade do Blitz”. As sanduíches e a secção de deli era algo com que David sonhava desde o período em que viveu em Itália. “Quando entras num deli italiano, é como se fosse um parque de diversões, cheio de ingredientes incríveis e artesanais. Tínhamos essa ambição”, explica.
Daí nasceram as sanduíches, em três versões, disponíveis para comer no local ou levar. Há a de almôndegas (10€) com mozzarella, marinara, queijo Grana Padano e alface; a veggie (8€) com baba ganoush, queijo de cabra, tomate, alface, pimentos, melaço de romã e za’taar; e a mortadella (8€) com burrata, mortadela, rúcula e mostarda de mel.
A outra ideia surge das raízes húngaras e da cultura vínica local. “A minha mãe tinha uma pequena loja de vinhos nos arredores de Budapeste e todos os meus amigos faziam parte de uma nova geração de viticultores”, nota David, que optou por uma seleção pequena, que saltita entre referências nacionais e internacionais, de vinhos de baixa intervenção. Todos os dias há uma seleção de cinco a seis vinhos para provar a copo.
Do forno, continuam a sair as pizzas do costume, num estilo que David e Anna definem como estando entre o clássico italiano e o americano. “Nunca quisemos recriar o estilo italiano. Temos mais influência do estilo nova-iorquino ou europeu”, admite.
A best seller continua a ser a Salami (14€) com salame picante, mozzarella, tomate, queijo Gorgonzola, pimento e mel de pimenta. Pode também provar a clássica Margherita (10€) com tomate, mozzarella, manjericão, parmesão e azeite; ou a Marrakesh (13€) com tomate, harissa, pimentos, cebola roxa, queijo de cabra, melaço, za’taar e hortelã.
E quem não for fã de tomate pode arriscar na pizza de base branca, como a Shroom (14€) com cogumelos, mozzarella e alho confitado, ou a Cheesus Christ (13€) com mozzarella, gorgonzola, queijo de cabra, parmesão, tomate seco e amêndoas.
Carregue na galeria para ver mais imagens.
Artigos relacionados
