Meses depois de terminar as gravações da segunda temporada de “Hell’s Kitchen”, Catarina Miranda, 22 anos, decidiu que era a altura ideal para investir num projeto com o qual sonhava há alguns anos: a Brigada do Croquete. Apesar do nome, são vários os salgados que tem disponíveis, tudo caseiro e com receitas que aprendeu a fazer com a avó.
“Quando era pequena, a minha avó deixou de trabalhar para tomar conta de mim e passou a fazer salgados para venda em conjunto com as duas irmãs. Cresci a vê-la fazê-los. Dizia a toda a gente que eram os melhores”, explica Catarina à NiT.
A publicidade de Catarina chegou à Escola Profissional de Salvaterra de Magos, onde se formou. Estava longe de pensar que um dia iria ter o seu próprio negócio, mas foi aí que começou a paixão pela área e também pelo lado de empresária.
“Uma professora fez-me uma encomenda que teve bastante sucesso. A certa altura tive de gerir as encomendas de maneira a conseguir trazer tudo no autocarro. Por cada encomenda recebia uma percentagem. Descobri naquele momento que aquilo rendia mais do que a minha avó me dizia.”
A ideia de ter um espaço e um negócio vem precisamente dessa altura. Ainda antes de o concretizar em Almeirim e de participar no “Hell’s Kitchen”, com o chef Ljubomir, trabalhou em vários restaurantes e na cozinha de cruzeiros. Neste caso, precisou de um curso que foi pago a pronto com o dinheiro de uma raspadinha ganha pela avó, como explicou no vídeo de apresentação do programa.
Em setembro de 2021, nasceu a Brigada do Croquete. O projeto conta com uma loja física em Almeirim, onde é possível almoçar ou lanchar. Só tem capacidade para 14 clientes no interior, mais 10 na esplanada.
“É tudo feito por mim e pela minha equipa que é incansável. A minha avó é presença assídua no espaço e garante a qualidade do produto final. Ainda assim, a última palavra é sempre a minha e isso é regra na empresa.”
Os rissóis de camarão (5€), as empadas (8€), os croquetes (5€) e os panados (8€) já estão a ser um sucesso. “Depois do programa temos tido muita procura. As pessoas movem-se pela curiosidade e no fim ficam clientes da casa.” É ainda possível fazer encomendas e delivery, mas depende da localização.
Na oferta encontra as almofadas de carne de porco e frango (5€); as de queijo e fiambre (5€), os panados de frango (8€), que são marinados durante 48 horas; as almofadas de vegetais (5€); os croquetes de frango e porco (5€); os pastéis de bacalhau (5€) ou as empadas de frango (8€).
Todos os produtos são 100 por cento artesanais, mas o objetivo passa por industrializar sem nunca perder a qualidade. Neste momento, o espaço que tem em Almeirim apenas começa a funcionar às sete horas da manhã. Ainda assim, três horas antes, já está por lá alguém a trabalhar. “É preciso também garantir toda a revenda para os estabelecimentos parceiros.”
Por enquanto, Catarina continua em competição no “Hell’s Kitchen”, mas há um prémio que ninguém lhe tira: o de vencedora no Jovem Talento da Gastronomia 2017, na categoria de gastronomia com legumes.