Amêijoas, pica pau, bitoques e outros petiscos de sempre. Não é pela originalidade da carta que a CdO Petiscaria se quer evidenciar, mas sim pela familiaridade e pelos sabores bem portugueses. Foi isso que imaginou Nelson Brito, o empresário da restauração responsável pela nova casa de Campo de Ourique, aberta desde novembro.
O lisboeta de 67 anos não é nenhum estreante na restauração. Engenheiro eletrotécnico de profissão, deixou a área para abrir, com um sócio, o primeiro Restaurante Serra da Estrela no Cascaishopping. Oito anos depois, sozinho, inaugura um outro espaço com o mesmo nome no Centro Comercial Vasco da Gama e aproveita para expandir o conceito para mais oito locais, de norte a sul do País.
Não parou por aí. Em 2016 fez uma parceria com a chef Justa Nobre e abriu o Bitoque no Ponto, também em centros comerciais. No ano seguinte inauguraram o mesmo conceito na Calçada da Ajuda. Nessa altura começou a sonhar com uma pequena petiscaria. Vendeu todos os negócios de franchising e começou a desenhar o seu próprio projeto. Em 2024 encontrou uma taberna abandonada em Campo de Ourique e decidiu transformá-la para abrir, finalmente, a casa de petiscos, para “honrar a nossa gastronomia e a cultura da partilha à mesa”.
Os fatores alinharam-se todos e agora no local com capacidade para 28 pessoas servem-se petiscos típicos, como as moelas de frango estufadas (4,90€) o pica-pau de novilho (9,80€), a amêijoa à Bulhão Pato (18,90€) ou os ovos mexidos com farinheira (8,70€). Se estiver sozinho ou em modo “cada um pede o seu”, pode optar por um típico prego de novilho (9,90€), prego de bacalhau fresco com molho à Bulhão Pato (13,90€) ou bitoque (12,90€).
A secção dedicada aos pratos mais substanciais inclui propostas como bacalhau à Brás (8,90€) ou uma tábua de queijo, presunto e paio serrano (14,90€). Ao almoço há várias sugestões do dia, todas a 9,50€. Às segundas-feiras há filetes de pescada com arroz de tomate e jardineira de vitela; às terças não falta bacalhau com natas e caril de frango; quartas é dia de arroz de peixe malandrinho e feijoada à transmontana; às quintas, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão e bifinhos de vitela com cogumelos; e às sextas, arroz à Valenciana.
Tudo isto pode ser provado enquanto aprecia as dezenas de caricaturas penduradas nas paredes. “Decidimos honrar as gentes do bairro. Quem cá vive ou cá viveu, mas que foi importante para o desenvolvimento. Temos várias personalidades ligadas ao desporto, cultura e outras áreas”, explica o proprietário à NiT. A homenagem ao bairro que o acolheu estende-se ao nome do espaço: “CdO, são as iniciais de Campo de Ourique. Depois acrescentamos o óbvio, petiscaria”, explica.
Nelson Brito quis manter a estrutura da antiga taberna e investiu e obras mais funcionais. Deixou a cozinha aberta, para que os clientes possam assistir a tudo o que é confecionado. Aproveitou ainda o pátio exterior, nas traseiras, para criar um recanto com capacidade para seis clientes — mas apenas quando o tempo o permite.
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