Um comboio a todo o vapor. O negócio da Street Burger, fundado em Lisboa em 2024, parece mover-se a alta velocidade tendo como destino a expansão da marca. Depois de chegar a vários pontos do País, quer agora conquistar a Europa. Abriu em Zurique, na Suíça e prepara-se para inaugurar o quarto restaurante em Milão, Itália. E não pretende parar por aqui.
Carlos Conde e Beatriz Santillana Martinez continuam a acelerar o crescimento da cadeia que fundaram há um ano, durante uma viagem à Austrália. Foi aí que descobriram a técnica dos smash burgers, em que a carne é esmagada na chapa, ficando com textura crocante e sabor caramelizado.
“Sempre adorámos comida. Aliás, quando viajávamos escolhíamos primeiro os restaurantes e só depois as atrações turísticas. Quando provámos smash burgers ficamos obcecados com a simplicidade e o sabor. Mas depois percebemos que na Europa o conceito ainda era pouco explorado, sobretudo em Portugal, onde decidimos viver”, conta à NiT a engenheira de 27 anos
Após viajarem por vários países, decidiram fixar-se em Lisboa por alguns meses. “Sempre adorámos esta cidade e o nosso objetivo era mudarmo-nos para cá definitivamente. No início de 2024 conseguimos fazê-lo, mas ficámos desapontados porque percebemos que poucos restaurantes utilizavam a técnica que mais apreciávamos nos hambúrgueres. Por isso decidimos colmatar essa falha”, explica Carlos, de 28 anos.
Sem experiência prévia na restauração — ele tinha uma empresa de consultoria e ela trabalhava como engenheira de software especializado num banco na Suíça —, avançaram mesmo assim. Em março do ano passado abriram o primeiro Street Smash Burger em Campo de Ourique.
“O primeiro restaurante foi um êxito. Tínhamos uma cozinha aberta, onde os clientes conseguiam apreciar cada passo da confeção e percebiam que usávamos produtos reais, nada fancy”, refere Beatriz. O sucesso imediato, que os empresários atribuem à dedicação “e à simplicidade”, levou-os a expandir o conceito para outras zonas de Lisboa, depois para o Porto, Cascais e agora para outras partes da Europa.
“Começou tudo por uma necessidade. O restaurante de Campo de Ourique era demasiado pequeno e com tanta procura ficava difícil prestar o serviço de qualidade que nos diferenciava. Seguimos com a abertura do Saldanha e do Cais do Sodré”, refere. Porto chegou por pedido dos clientes do norte que ficaram fãs do hambúrguer e que agora pedem a chegada do Street a outros pontos do País. “Tem sido tudo muito natural e orgânico. Vamos abrir em breve em Odivelas e o objetivo é depois chegar a outras cidades como Braga e Coimbra. Andámos a estudar”, revela.
O conceito mantém-se inalterado: apenas um hambúrguer no menu. O cheeseburger é servido em pão brioche, com 180 gramas de carne de bovino, queijo cheddar, pickles, cebola e ketchup. Para acompanhar, há batata normal ou batata doce. Com bebida incluída — entre refrigerantes —, o menu custa 13,90€. A sandes sozinha fica a 9,90€. Segundo os fundadores, a ambição é recuperar a essência do hambúrguer como algo “simples, rápido e barato”, sem abdicar da “atenção à qualidade dos produtos”, característica da vaga gourmet.
O crescimento na Europa
Contudo, antes de outras cidades portuguesas, deu outro passo, rumo à internacionalização. A Suíça acabou por ser a escolha natural para a estreia além-fronteiras. A escolha do destino não foi por acaso. O casal já tinha vivido em Zurique durante alguns anos e tinham lá vários amigos.
Beatriz e Carlos também já sabiam que o desafio seria diferente. Ao abrirem na cidade suíça, tinham consciência que iam encontrar clientes muito exigentes e que teriam de ser rápidos e eficientes. Como já conheciam bem a zona, foi fácil adaptarem-se e, mais uma vez, construíram um restaurante de sucesso.

Quase em simultâneo abriram em Milão, Itália, onde encontraram outro tipo de desafios. “Sabíamos que queríamos continuar a expandir e fomos para a cidade mais internacional de Itália, onde havia pouca oferta de smash burgers. Mas ali o problema era os italianos aceitarem este tipo de cozinha. São muito protetores e defensores das pastas e pizzas e sabíamos que o nosso sabor teria de fazer a diferença”, revela Beatriz.
Abriram o primeiro espaço durante o verão, em soft opening, para que em setembro conseguissem inaugurar oficialmente. “As pessoas ficaram loucas com os smash burgers ao ponto de nos levar a abrir mais dois restaurantes para continuar a oferecer um serviço de qualidade. Na próxima semana vamos abrir o quarto restaurante em Milão”, adianta.
Ao todo têm 14 lojas e querem continuar a aumentar este número, sempre com o objetivo de “garantir um serviço eficiente, espaços maiores e o melhor sabor nos hambúrgueres”. “A expansão, embora pareça rápida, porque abrimos o primeiro restaurante há um ano e meio, é tudo muito natural. Além disso, temos a sorte de ter uma equipa de pessoas de confiança que está connosco desde o início e a quem damos oportunidade de crescer”, refere a engenheira.
Atualmente Beatriz está mais focada no marketing e na estratégia da marca, enquanto Carlos se ocupa da expansão e de encontrar novos espaços para abrir. O próximo em Portugal terá lugar em Odivelas, em data a anunciar.

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