Dois negócios, o mesmo espaço. Estávamos em 2001 quando Francisco Freixinho viajou até Nova Iorque. Passeou várias vezes pela mesma rua e a dada altura, ficou confuso. No exato local onde tinha passado na noite anterior para beber um copo num bar, estava agora uma barbearia. Curioso, acabou por entrar para perceber se era apenas confusão ou um truque de magia.
Não estava errado: a morada era exatamente a mesma. “As rendas das lojas na cidade eram tão caras, que acabam por dividir os espaços com diferentes conceitos”, conta o empresário de 57 anos à NiT. O portuense adorou a ideia e volvidas duas décadas acabou por recuperá-la para abrir um espaço híbrido na Madeira.
A Nata7 e Taberna Portuense abriu esta quinta-feira, 18 de abril, o primeiro restaurante híbrido da marca, no Madeira Shopping, no Funchal. O espaço foi decorado para de dia ser uma loja de pastéis de nata. Ao final da tarde transforma-se numa pequena taberna de francesinhas, com louças antigas e um ambiente rústico. “O objetivo é mesmo deixar as pessoas intrigadas e curiosas, tal como eu fiquei há uns anos”, diz Freixinho.
Como é que isto é possível? “Através de umas cortinas, do género das que temos em casa. Durante o dia estão baixas e trazem um pouco do ambiente lisboeta, com um elétrico de pano de fundo e à noite sobem-se para dar espaço à cozinha da Taberna Portuense”, explica Francisco Freixinho, que divide a sociedade com Henrique Gomes, um jovem madeirense de 27 anos.
O balcão é exatamente o mesmo, com o ripado de madeira, que é uma das imagens de marca da Nata7. Tudo o resto muda, incluindo os funcionários. Quando a pastelaria dá a vez ao restaurante é João Oliveira, chef da Taberna Portuense, quem assume os comandos.
Quando o relógio bate as 19 horas, os clientes podem pedir uma francesinha com batata por 10€ e a bebida à escolha. Depois é só optar por comer na esplanada, que dá para 30 pessoas ou levar para casa para uma noite confortável no sofá. Os pasteis de nata são vendidos durante o dia. Uma nata e um café custa 1,50€, o mesmo preço cobrado pelo bolo e uma água.
A ideia nasceu por pura oportunidade. A marca Nata7, que nasceu no final de 2022, precisava de um novo local. “Este espaço surgiu, mas tinha um problema: tinha de estar aberto até às 23 horas. Como ninguém come pastéis até tão tarde, percebemos que era a hora de trazer outra maravilha gastronómica, a francesinha”, revela o portuense.
A proximidade de Francisco e Henrique com as francesinhas não é novidade. O primeiro organiza festivais dedicados à iguaria há mais de uma década. E foi numa dessas edições, na Madeira, que o jovem acabou por participar. “A diferença de 30 anos é incrível para o nosso ramo, porque trazemos ideias e visões diferentes que se complementam. Depois surgem estes conceitos mais fora da caixa, que traz algo novo à ilha”, explica.
Esta é a quarta loja da Nata7 em Portugal. A primeira abriu no Funchal, na Rua dos Ferreiros, com a vontade de homenagear uma das sete maravilhas gastronómicas. “Como foi em honra das 7 maravilhas, decidimos usar o número como marca. Então agora inaugurámos as novas lojas ao dia 7 do mês em questão”, explicam. A sétima loja da marca abrirá a 7 de maio, no metro da Trindade do Porto e vai juntar-se à do Palácio da Bolsa e da Casa da Música, na mesma cidade.
Carregue na galeria para ver mais imagens.