Nos últimos anos a vida de Fernando Semedo deu várias voltas de 180 graus. Lançou uma receita de bolo de bolacha que se tornou viral em todo o lado. Com tantos pedidos acabou por abrir uma pastelaria, a “The Cookie Cake”, no centro de Lisboa. E agora concretiza o sonho de ter um restaurante “onde se pode afirmar enquanto chef”. O Reservado abriu a 27 de março e é um espaço “para alimentar a alma e ir com tempo”.
Fernando, de 33 anos, aprendeu a cozinhar com a mãe, era ainda miúdo. Começou pelos pratos simples e aos 15 anos foi aperfeiçoando a técnica e passando para as receitas mais complexas. “Lembro-me quando aprendi a fazer lasanha. Foi aí que percebi que talvez gostasse mesmo da cozinha”, recorda. Ainda pensou em ser um atleta de alta competição de atletismo, mas uma lesão fê-lo perceber que talvez o caminho passasse mesmo pelos tachos e panelas e menos pelas pistas.
Formou-se em cozinha e pastelaria na Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Antes de embarcar nesta nova aventura, passou por restaurantes como o do hotel Mundial, Largo, Villa Saboia e The Decadente. Também trabalhou com o chef Miguel Castro e Silva no Less e foi chef no Gin Lovers, o último projeto antes de abrir o primeiro negócio a solo, a The Cookie Cake.
Localizada em São Bento, em Lisboa, a pastelaria onde vendia o doce que se tornou popular entre os portugueses foi o concretizar de um sonho e o ponto de partida para o passo seguinte, o Reservado. “Já queria há muito ter um espaço onde me pudesse afirmar e ter a minha identidade enquanto chef. Uma cliente falou-me de uma antiga padaria em Queluz que estava para alugar e assim que vi o local nem pensei duas vezes”, conta à NiT.
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O Reservado alia a gastronomia portuguesa à confeção a lenha. “Temos um fogão a carvão onde cozinho a baixas temperaturas. A experiência é tudo. Costumo dizer que ir ao restaurante é para alimentar a alma e não a fome. E é isso que trazemos para este projeto: muita qualidade, excelência e cuidado no detalhe.”
Um dos pratos a provar no novo espaço do chef é o bacalhau à Brás (18,50€). “É um winner. Há pessoas que se têm emocionado, porque dizem que parece os das avós”, conta Fernando Semedo. E o cabrito cozinhado durante 12 horas (22€) não lhe fica atrás. O prato acompanha com arroz de miúdos feito no fogo a carvão. Outra aposta são as carnes maturadas nacionais, como o T-bone (55€), o Tomahawk (160€), ou um típico bife da vazia (19,50€).
Como não podia deixar de ser, uma das sobremesas é o Cookie Cake, uma criação original de Semedo que se tornou popular entre os portugueses. O chef criou a receita do bolo em 2016, e fabricava-o na cozinha da sua própria casa. A base é simples: leva bolachas Maria, natas, açúcar e café — e desde então que a mantém igual. “Nem uma grama a mais, nem a menos de açúcar”, brinca o chef. O bolo leva outros ingredientes, mas não revela quais são.
O bar traz muitas surpresas e sugestões inusitadas. “O meu objetivo era ter um bar bastante diversificado, tanto nas bebidas espirituosas, como nos vinhos fortificados. Sempre gostei de explorar esta zona e criar os meus próprios cocktails.” E há um que tem sido um sucesso, o whisky cola. Fernando Semedo nunca gostou desta bebida, por isso criou algo diferente e que resulta muito bem. “É praticamente igual, mas leva leite clarificado. Fica incrível”, garante.
O Reservado tem 46 lugares sentados, mas lá dentro há uma sala privada onde o chef cria conteúdos para as redes sociais e onde quer servir jantar de fine dining em breve. “A ideia é cozinhar ao vivo para um grupo restrito e com um menu exclusivamente pensado para o momento.”
Carregue na galeria para descobrir o Reservado, o novo restaurante de Fernando Semedo.