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Descarado: o novo restaurante das Docas tem um ar descaradamente delicioso

Tacos com atum dos Açores, carpaccio com carabineiro da nossa costa e outras coisas boas. É uma ementa deliciosa e sem um pingo de vergonha.
A sala principal

O que é que une um carpaccio e um taco? Se um é italiano e o outro mexicano, é precisamente a matéria-prima nacional que os colocam na mesma mesa, neste caso na do Descarado, o novo restaurante lisboeta que a 16 de agosto abriu na Doca de Santo Amaro.

Tal como na carta se combinam técnicas e receitas do mundo com produtos portugueses, também nos quase 140 lugares se pretende que se sentem locais e estrangeiros. “O ambiente mais internacional permite que o cliente português vá para fora cá dentro e, no caso do cliente estrangeiro, que se sinta bem, até porque quando viajamos, também gostamos de ir aos sítios onde os locais vão”, explica Francisco Nobre, o empresário de 43 anos, proprietário do espaço.

Foi em conjunto com Diogo Amaral, o seu outro sócio, que abriram há pouco mais de três anos o Sem Vergonha, uma “cervejaria mais clássica” junto ao Largo do Rato. A vontade de abrir mais restaurantes sempre existiu, embora tenha esmorecido com o surgimento da pandemia que paralisou o setor. Depois surgiu uma “boa oportunidade”.

“Desafiaram-nos a ficar com o espaço do antigo Doca Peixe. Estávamos a sair do primeiro confinamento e depois de seis meses de sofrimento, hesitamos”, explica. “Acreditamos que as docas vão renascer e recuperar e foi também por isso que decidimos mesmo assim avançar.”

Não queriam que fosse uma espécie de segunda versão do Sem Vergonha, mas sabiam que queriam que tivessem pontos em comum, como o bom ambiente informal e a aposta nos bons produtos nacionais. Surgiu, então, o sinónimo: batizou-se o novo projeto de Descarado.

Francisco e Diogo contaram também com o apoio de dois investidores conhecidos, ambos pilotos profissionais: António Félix da Costa e Lourenço Beirão da Veiga, ambos homenageados com dois cocktails de assinatura na carta do bar.

A cozinha do Descarado está a cargo do chef Sandro Farinho que, aos 32 anos, conta com passagens pelas cozinhas de restaurantes bem conhecidos na capital, caso da Cevicheria ou do Talho, ambos do chef Kiko Martins.

O balcão do bar

Foi da sua mão que nasceu a carta que, apesar de três curtas semanas de vida, já tem alguns best-sellers. É o caso do Ceviche do Mercado (14€), feito com os peixes frescos do dia, ou o Carpaccio de Carabineiro (25€), salpicado com molho do mesmo e uma maionese de camarão. Destaque também para a Salada de Polvo Coreana (15€) com o traço oriental a ser dado pela maionese de kimchi e pelas ervilhas de wasabi.

Da linha orientadora do espaço há muitos outros exemplos. Basta olhar para o Pica-pau de Atum Asiático (15€) com maionese de sésamo ou os Ovos Rotos com Trufa (18€), servidos aqui com ovo a baixa temperatura.

No que toca a pratos principais, a ideia mantém-se intacta no Arroz Nero de Carabineiro (28€) com maionese de kimchi e salada de alga wakame; no Bacalhau Confitado (17€) com bacalhau fresco e gema trufada; ou no Carré de Borrego (18€) com molho tzatziki e puré de grão.

Pode também provar as carnes grelhadas no carvão, onde se destaca o novilho nacional maturado nos seus diferentes cortes, mas também o lombo e a picanha da América do Sul, com preços entre os 18€ e os 30€. Os acompanhamentos são a escolha e podem variar entre um arroz basmati, um tagliolini trufado ou legumes salteados.

Caso prefira fazer uma passagem mais rápida pelo Descarado, na curta hora de almoço, pode também apostar no menu executivo de 20€, que inclui pratos nacionais como espetada madeirense, feijoada de lingueirão ou massada de garoupa e gambas, por exemplo.

Depois, só tem que escolher entre uma das duas esplanadas exteriores e a sala principal no primeiro piso, decorada sobretudo com a vista para o rio, mas também com mobiliário moderno em tons azuis, que se conjugam com as madeiras. E enquanto espera por mesa — ou depois do jantar, assim que as regras da pandemia permitirem —, brindar com um ou outro cocktail ao balcão do bar no rés-do-chão.

É lá que vai poder provar um dos cocktails de assinatura em honra dos pilotos investidores, o Tubarão da Veiga (8€), com gin, sumo de limão, xarope de açúcar, smash de pepino e manjericão; ou o Formiga da Costa(8€), com mezcal, xarope de agave, sumo de lima, puré de maracujá e um smash de hortelã. Só não os beba a alta velocidade — estes são para degustar, assim mesmo à descarada.

Carregue na galeria para ver mais imagens do novo restaurante de Lisboa.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Doca de Santo Amaro, Armazém 14
    1350-353 Lisboa
  • HORÁRIO
  • Segunda a quinta, das 12h à 1h; sexta e sábado das 12h às 2h
PREÇO MÉDIO
Entre 30€ e 50€
TIPO DE COMIDA
Internacional

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