“É o maior croquete de Lisboa e talvez do País”, gabam-se os proprietários do Gonçalo’s, perto da Fundação Calouste Gulbenkian. A especialidade tem dado azo a tantas piadas quanto elogios, sempre relacionadas ao seu tamanho invulgar. Por dia, vendem-se mais de 200 unidades do salgado que tem mais de 20 centímetros de comprimento. Os proprietários assumem que “não têm mãos a medir”.
O croquete XL começou a ser preparado quando os atuais proprietários assumiram o negócio, ainda em 2000. Antigos funcionários da casa, José Amador e Diamantino Marques, com o apoio das respetivas mulheres, Lídia Amador e Ana Maria Martins, sabiam bem o que era necessário mudar “para alavancar o negócio”.
“Cresci neste restaurante. Comecei a trabalhar aqui aos 14 anos e aprendi tudo sobre hotelaria. Quando os donos se reformaram, ficámos com o espaço e decidimos manter o nome, pois já era conhecido na zona”, explica Diamantino, que assumiu a cozinha e, com sua veia transmontana, começou a criar pratos típicos como feijoada à transmontana e cozido à portuguesa. Entre as inovações, foi criado o croquete XL, que conquistou fãs de diversas gerações.
O croquete é feito ali mesmo. Os donos compram uma posta grande de carne de vitela e as aparas que não servem para o prato de posta — outro dos best sellers — são depois picadas para fazer o croquete que serve pelo menos quatro pessoas. “Por dia precisamos de pelo menos 15 quilos para fazer os salgados. E vendemos para cima de duas centenas, durante a semana. Há alturas que o número sobe”, conta José Amador à NiT.
Ao contrário do que muitos pensam, o croquete XL não é apenas para festas infantis ou almoços. Alguns clientes passam religiosamente pela Gonçalo’s às sete da da manhã para garantir um croquete XL (1,80€) para o pequeno-almoço — e mais alguns para o almoço ou jantar. José Amador recorda diversas situações em que lisboetas compraram caixas e mais caixas do salgado. “Eles até cortam os croquetes para dividir com amigos e família”, afirma.
No restaurante, a especialidade são os grelhados. Entre os pratos favoritos dos clientes, estão o Entrecôte à Cortador (29€), que serve duas pessoas, e a Posta de Vitela (22€), uma grande porção de carne servida com batata frita, arroz branco e esparregado. “Quem preferir pode pedir o ponto da carne que quiser”, acrescenta José. Para quem prefere peixe, o restaurante oferece Tranche de Garoupa com gambas (30€) e robalo (30%), também pensados para dividir.
Para acompanhar, há sempre imperiais fresquinhas (1,80€) e vinho tinto da casa servido em jarra, como manda a tradição das tascas portuguesas. Meia garrafa custa 3,50€ e um litro sai por 5€.
As sobremesas caseiras incluem mousse de chocolate, mousse de manga, arroz-doce, baba de camelo, serradura e um doce da amêndoa, criação da casa. Todas as sobremesas têm o mesmo preço: 3,50€.
Com capacidade para 40 pessoas, o Gonçalo’s tornou-se um local de passagem obrigatória para centenas de clientes. José admite que “normalmente não têm mãos a medir” e até faltam cadeiras para quem quer se sentar. Por isso, o ideal é reservar com antecedência.