Restaurantes

Dois amigos conheceram-se no Algarve e criaram um império de frango assado em Londres

O primeiro restaurante abriu em 2018 perto de um dos monumentos mais emblemáticos da cidade. Agora já têm mais dois.
Nunca falta frango.

Mais do que as praias de areia fina, das cervejas frescas e do calor do Algarve, os britânicos são fãs absolutos daquilo a que chamam “chicken peri-peri” ou, para os locais, um bom frango no churrasco. Seria óbvio, portanto, que a aposta no frango grelhado em terras britânicas seria um negócio óbvio. E assim foi, desbravado nos anos 90 pela famosa cadeia Nando’s, criada por um português emigrado na África do Sul. Ao que parece, havia mais fome por frango por saciar, como prova a dupla Marco Mendes e Jake Kasumov, donos da Casa do Frango, marca que já conta com três restaurantes nas zonas nobres de Londres.

Marco e Jake de 38 e 39 anos são amigos desde miúdos. O primeiro, filho de mãe portuguesa e pai inglês, nasceu no Algarve, onde viveu durante os primeiros anos de vida. Quando se mudou para Londres com os pais, conheceu Kasumov e tornaram-se melhores amigos.

Cresceram juntos e Jake ouvia Marco a falar sobre as maravilhas do Algarve. Assim que tiveram idade para se aventurarem fora do país, rumaram ao sul de Portugal para que o português lhe pudesse dar a provar um pouco da vida na costa algarvia. Ficou fascinado e nos verões seguintes repetiam sempre uma boa dose de praia, calor e muito frango no churrasco.

Chegados a 2018, decidiram deixar as vidas corporativas para se dedicarem ao sonho de levar um pouco da tradição portuguesa para Londres. Sem experiência na área, mas com uma grande vontade, abriram a primeira Casa do Frango em London Bridge.

Apesar da inexperiência, sabiam muito bem o que não podia faltar no menu: frango com piri-piri à moda algarvia, um arroz fresco com enchidos e o famoso pastel de nata. O sucesso obrigou os sócios a pensarem na melhor forma de expandir e, em 2022, abriram outra Casa do Frango em Victoria. Três anos depois repetiram a façanha em Piccadilly.

Marco Mendes e Jake Kasumov inspiraram-se nas técnicas tradicionais de frango no churrasco para criar um grelhador onde assam a carne em carvão e madeira. “O sabor era algo imprescindível. Por isso utilizámos uma receita antiga para criar o nosso piri-piri que honra as autênticas técnicas da cozinha algarvia e a própria experiência de provar este prato”, referem.

A dupla.

A experiência nos restaurantes é muito próxima da que se tem em qualquer espaço nacional. Assim que entram, os clientes são conduzidos às mesas onde lhes é servido o couvert (7,12€) com pão, manteiga e azeitonas; quem preferir pode ainda pedir um salgado (3€). Depois é possível partilhar vários pratos como chouriço assado (10€) servido com maionese de azeitona ou umas gambas ao alho (14€). Na lista destaca-se ainda o Bacalhau à Brás (10€) e, claro, o frango (17,20€). Este é servido já cortado e com o molho de piri-piri algarvio. No entanto, quem preferir pode pedir que seja acompanhado com molho de alho ou limão.

“A par da nossa estrela, outro prato que surpreendente é popular é a couve-flor grelhada e marinada num molho de mel, limão e piri-piri. Depois é servida com iogurte e pistácio. Foi uma das apostas para fundir a cultura portuguesa com a britânica e tem sido um sucesso”, refere Beatriz Pereira, de 31 anos e diretora de marketing da cadeia.

As receitas são originais da cadeia e tudo é feito no momento, desde as entradas, às sobremesas, onde se inclui o pastel de nata (4,95€). “O bolo português é sempre dos mais procurados para comer aqui ou para levar”, referem.

Além do doce típico, para se afirmarem como “uma casa portuguesa com certeza” não poderia faltar a mousse de chocolate (5,95€), o leite-creme queimado na hora (5,95€), ou o bolo de bolacha (7€).

“Usamos apenas ingredientes nacionais e esse foi um dos pontos que tornou a Casa do Frango um espaço procurado tanto por estrangeiros que querem ficar mais perto da cultura, como de portugueses que visitem a capital do Reino Unido e querem estar mais perto de casa”, adianta a vimaranense que antes de trabalhar na cadeia também era cliente.

A carta dos vinhos serve também de apresentação das várias regiões e Portugal, com o vinho da casa a ser produzido na Quinta de Santiago. A cerveja é Super Bock (6,50€) e a água com gás é Carvalhelhos (5€). Para quem preferir, em qualquer um dos três restaurantes também há sangria, branca ou tinta, feita com Licor Beirão.

Com três espaços na capital, um alargamento da cadeia está, por enquanto, em pausa. “Queremos certificar-nos que temos o melhor em todos os campos, do serviço, aos produtos. Não há pressa, ou necessidade de abrir restaurantes, uns atrás dos outros, porque o objetivo não é ser uma grande cadeia, mas sim ter um restaurante de bairro com a experiência de Portugal em Londres”, concluem.

Carregue na galeria para ver imagens dos restaurantes portugueses em Londres.

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