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Dom Roger: o novo restaurante sustentável de Vítor Sobral está cheio de petiscos

O chef quis apostar num conceito em que todos os pedaços dos animais são aproveitados — dos fígados à língua de vaca.
O restaurante tem vários elementos portugueses.

Não é numa esquina, nem fica em Campo de Ourique. Só por aqui diríamos que o novo Dom Roger não era um restaurante de Vítor Sobral. A verdade é que o chef se aventurou noutra zona de Lisboa, a Avenida da República, com um conceito bem português onde não falta o bacalhau, os bifes, mas também os petiscos mais tradicionais e que estão algo esquecidos, como as moelas, a língua de vaca ou os fígados.

“A ideia foi pegar em produtos difíceis de encontrar, porque eram produtos usados nos restaurantes mais tradicionais e mais antigos”, explica à NiT Vítor Sobral. Foi a própria sociedade que se foi esquecendo deste tipo de ingredientes, mas o chef quis recuperá-los. “Não quero ofender ninguém, mas nós, no geral, tornámos-nos muito burgueses, esquecemos-nos que um animal bovino não tem só dois lombos e duas vazias, tudo o resto tem de se comer.”

É esta sustentabilidade que se pratica na cozinha do Dom Roger. “Temos de tentar aproveitar no que à exploração diz respeito, no que fazemos do nosso planeta.” Com tanto nacionalismo inerente, o conceito só podia ter escolhido um dia para ser inaugurado: o 10 de junho.

Abrir um restaurante em plena pandemia não é fácil, mas o chef está confiante no futuro. “É uma grande dose de loucura. Tenho de confessar que, nesta altura, mesmo para os restaurantes que já estão abertos há algum tempo está a ser difícil, muito mais difícil é para um novo restaurante. Acredito que nos próximos dois ou três meses as coisas se revertam e consigamos ter o retorno dessa loucura.”

Ainda assim teve tempo para testar e pôr tudo a funcionar da melhor forma. “De alguma maneira houve uma coisa benéfica: conseguir rodar bem as equipas e o produto. Está afinado, como se diz na nossa gíria.”

O projeto esteve em obras durante alguns meses e é uma parceria entre o chef Vítor Sobral e Rogério Pereira, um empresário da restauração. “Ele [Rogério] fez-me este desafio e aqui estou eu. Juntamente com a minha equipa, viemos fazer um conceito que tínhamos vontade de fazer.”

O restaurante não fecha durante o período da tarde. Entre os almoços e jantares pode passar por lá para pedir o que quiser. Na carta dos petiscos encontra as moelas fritas com picles de cebola e poejo (6,80€), a língua de vaca com tomatada (6,80€),  ou as iscas de porco de coentrada (6,80€).

O pica-pau do lombo (11,50€), os cogumelos salteados com alecrim (4,80€), a salada de polvo com batata doce e hortelã (10,80€) e o atum corado com cougete e orégãos são outras das opções para petiscar.

Entre os pratos, há polvo à lagareiro com batata a murro (19,90€), porco no forno com puré de batata e creme de laranja (11,50€), bitoque (12,50€), ou vitela no forno (12,50€). Todos os dias existem duas sugestões extra de carne e peixe e mais uma sopa. Por exemplo, às segundas, há bacalhau com natas (11,50€) e arroz de pato (9,50€); às quintas, arroz de choco (11,50€) e língua estufada (10,50€); e aos sábados, ensopado de borrego (13,95€).

Pode terminar a refeição com o leite creme queimado com açúcar (3,80€), a mousse de chocolate com compota de alperces (3,95€) ou um tradicional salame de chocolate (3,50€).

Tal como os pratos, a decoração também apresenta alguns elementos nacionais. É o caso dos azulejos, da calçada e do mármore especialmente pensados para este espaço alegre e despretensioso. Dentro de poucos dias, o espaço vai ganhar uma esplanada e plena Avenida da República.

Carregue na galeria para conhecer melhor o novo Dom Roger, cortesia do chef Vítor Sobral.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Av. da República, 47 E F, Lisboa
    1050-188 Lisboa
  • HORÁRIO
  • Das: 12:00
  • Às: 23:00
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa, Petiscos

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