É difícil pensar em Portimão, no Algarve, sem se lembrar, automaticamente, algumas das mais belas praias de areia dourada e água azul turquesa do mundo. A cidade, muito associada ao turismo, tem, contudo, muito mais a oferecer, nomeadamente pessoas com imenso talento. Foi lá que a família de Yuri Ordaz Wentik resolveu criar um projeto onde os habitantes de sempre — mesmo quando o sol não brilha tão intensamente —, são o foco. Chama-se Aldeia e abriu a 28 de janeiro.
“O investimento foi feito pelos meus pais e pelo meu tio, mas a gestão é responsabilidade de toda a família, inclusive minha e da minha irmã, que somos mesmos naturais de cá”, começa por contar Yuri, filho de pai neerlandês e mãe covilhanense, à NiT.
“A ideia passou por desenvolver um ponto de encontro, no centro de Portimão, para os residentes poderem passar bons momentos, seja a partilharem a sua arte, criarem em conjunto ou relaxarem. Apostamos então num espaço polivalente, que assenta em três vertentes. No rés-do-chão temos, de um lado, uma espécie de centro cultural em que é possível organizar concertos, festas, mercados, workshops ou exposições. Numa outra divisão, há uma zona lounge, com capacidade para 70 pessoas, que funciona como bar e restaurante, na qual é possível fazer uma refeição, petiscar alguma coisa ou beber um cocktail. No piso superior vai funcionar, em breve, um alojamento local”, acrescenta o responsável de 31 anos.
Em termos gastronómicos, a oferta procura ser “local e sazonal”. “Damos primazia aos produtos algarvios, ou até portugueses, sempre que conseguimos o menor impacto ambiental possível. Também respeitamos a época das coisas, de modo a conseguir tirar o melhor partido de tudo. Nestes primeiros meses, realizamos alguns testes, mas a partir da próxima semana vamos apresentar um novo menu com dois pratos de peixe, um de carne, dois vegetarianos e un vegan, de modo a dar resposta a todos os tipos de dieta, que seguem esta linha de pensamento. Depois, haverá sempre mais duas opções disponíveis, que mudam a cada dia. Os preços vão variar entre os 10€ e os 15€”, indica.
Além destas refeições mais compostas, há uma grande variedade de peticos (4,5€ a 9,5€), para quem só quer um lanche diferente ou trincar qualquer coisa enquanto põe o trabalho em dia ou conversa com os amigos, seja com aqueles que leva de casa ou conhece nesta Aldeia atrás da Igreja Matriz de Portimão. Conte com as típicas tábuas e bruschettas, mas também com propostas mais irreverentes como a couve-flor frita, um petisco que imita as buffalo wings.
Para beber, a qualquer hora do dia, não faltam cocktails. “Além dos habituais, como a caipirinha e o Aperol Sprtiz, que rondam os 7€, estamos a concluir os últimos testes para as sugestões de autor (7€ a 10€). Estas seguem a linha do menu, no sentido em que têm os produtos locais e sazonais como ingredientes, da laranja do Algarve à alfarroba e ao figo”, explica.
O edifício que alberga a nova Aldeia do sul do País conta com decoração de Kim Schädlich e Denis Fedorca, “dois designers gráficos que aceitaram o desafio de fazer o design de interiores. O casal criou um espaço que privilegia as madeiras feitas à medida e diferentes tipos de plantas. Procuraram associar as três áreas de negócio a coisas clássicas da região. Temos o verde, pela vegetação típica do Algarve, como o aloé vera e as silvas; o vermelho, relacionado com as argilas, as areias e as terracottas; e o azul, ao mar. Depois, há vários quadros destes artistas espalhados como se fosse uma exposição”, conclui Yuri.
Carregue na galeria para espreitar o projeto recém-inaugurado da família Wentink.