Com a correria dos tempos em que vivemos onde há sempre alguma coisa a acontecer ou para fazer, muitas vezes, torna-se inevitável descurar certos aspetos da vida quotidiana. Um deles é a alimentação. Quando falta o tempo ou a paciência, esta costuma ser das primeiras a pagar fatura, pois muitos acabam por optar por soluções rápidas, geralmente pouco saudáveis, de modo a contornar o problema.
As marmitas costumam ser uma importante ajuda no combate a este flagelo. Além de contribuírem para reduzir os gastos que almoçar ou jantar todos os dias no restaurante, ou até mesmo na cantina, implicam; permitem planear as refeições semanais com maior detalhe — atrativo particularmente importante para quem segue alguma dieta específica já que permite controlar o que se está a ingerir e também ter algo para petiscar sempre à mão. As refeições preparadas com antecedência também evitam que, nos dias em que chega a casa mais cansado, acabe a ir para a cama de estômago vazio.
Martinho Henriques (41 anos), ligado às vendas online e ao marketing, e Filipa Loureiro (43), engenheira alimentar, sabem isto tudo, pelo que decidiram unir os seus conhecimentos e experiência profissional para criar a Dona Marmita, empresa que lhe entrega as refeições que quiser em casa, ou em qualquer outro sítio que lhe seja conveniente, fique este no norte, sul ou centro do País. O casal acaba, assim, com as desculpas de todos aqueles que alegam falta de tempo ou à vontade entre tachos e panelas para justificarem uma má alimentação.
“A área da alimentação e o mercado digital sempre nos interessaram, pelo que queríamos criar alguma coisa que pudesse unir os dois universos. Certa vez, quase em brincadeira, tivemos esta ideia e resolvemos arriscar. Em 15 dias montamos a operação como um teste. O sucesso fez com que o negócio fosse crescendo e em quatro meses conseguimos chegar onde prevíamos estar em um ano”, começa por explicar à NiT Martinho.
“A ideia é bastante simples desde o início. Sabemos que as pessoas têm cada vez menos disponibilidade para cozinhar e pensar uma alimentação equilibrada e minimamente saudável. Também há quem simplesmente não saiba ou goste de cozinhar. A Dona Marmita vem facilitar-lhes a vida, ao permitir o acesso a propostas frescas e saudáveis que as deixem despreocupadas para viver momentos de qualidade tanto no trabalho quanto em família”, acrescenta.
Todas as semanas, apresentam uma ementa com cinco pratos — a de 3 a 9 de novembro inclui coxa de frango com arroz basmati e feijão-verde; lombos de pescada com ervilhas e puré de batata; e perna de peru desfiada ao molho de laranja com massa fusilli e mix de legumes. Destas, o cliente escolhe as porções que quer encomendar, sendo cinco o mínimo exigido. Pode então optar por pedir uma de cada ou cinco iguais. O certo é que, apesar de partir de receitas fixas, a compra é totalmente personalizável.
“O consumidor pode solicitar aquilo de que mais gosta entre as possibilidades definidas e pedir em maior ou menor quantidade, de acordo com alguma dieta ou plano que estejam a seguir. Tanto podemos acrescentar como retirar hidratos, ou trocar ingredientes, sempre dentro daqueles estabelecidos para a semana. Por exemplo, se alguém quiser o hambúrguer de peru com esparguete, mas não gostar da couve-flor que acompanha e nos avisar, podemos trocar por cenoura baby, que está prevista para o prato de almôndegas bovinas. É tudo questão de ser falado”, garante o responsável.
Martinho acredita que além de chegarem a todo o lado, “dos grandes centros urbanos às cidades a 30 minutos dos mesmos ou no interior”, o grande diferenciador do projeto, que arrancou em julho, são mesmo as iguarias que disponibilizam. “Os nossos menus são baseados em comida que todos conhecem. Avaliamos o mercado e as várias empresas do género. Grande parte delas pecam, na nossa opinião, por terem ementas demasiado elaboradas para o senso comum. Muitas vezes, as pessoas nem sabem bem o que compõe em cada prato. Nós servimos comida de conforto e tradicional, que lembra a infância e aconchega.”
Apesar de receberem encomendas todos os dias, para já, apenas realizam entregas às terças, quartas e quintas. Refrigeradas, as marmitas têm validade de três dias, mas se forem congeladas aguentam até três meses. Depois é só descongelar na noite anterior à que quiser comer e, na hora, aquecer a comida, o que pode fazer na própria embalagem, pronta para ir ao microondas e reciclar.
Além de packs de cinco, têm de 10, 15, 20, 30 e 60, que começam nos 35€ e vão até aos 270€, “o que dá uma média de 4,5€ a 7€ por refeição”. Se optar pelo último, estas não precisam de ser todas entregues em simultâneo. Tudo é feito a partir da cozinha de um antigo restaurante em Coimbra, cidade da qual o casal é natural. Quando definido com tempo, podem entregar fora dos dias previstos, e podem ser uma boa solução para quem vai receber os amigos em casa e dispensa passar horas na cozinha.
“Lamentavelmente”, não conseguem chegar às ilhas, pelos prazos de validade da comida, que obriga a uma entrega em 24 ou 48 horas, no mais tardar, que está a cargo da empresa. No futuro, gostavam de encontrar resposta para este problema e trabalhar também em Espanha. Para já, o certo é que, em menos de meio ano, comercializaram mais de cinco mil marmitas em Portugal continental.
Carregue na galeria para espreitar algumas das propostas que já apresentaram.