Lucas Fernandes não sabe o que significa estar parado. O cozinheiro de 32 anos, nasceu em Vila Verde, no distrito de Braga, mas cresceu na Alemanha. Por lá trabalhou em vários hotéis de cinco estrelas — do Steigenberger ao Brenners Park. O minhoto tornou-se conhecido do grande público ao participar no “Hell’s Kitchen”. A sua ligação à gastronomia em nome próprio, contudo, é muito anterior à participação no programa conduzido por Ljubomir Stanisic.
Quando decidiu ir cozinhar sob as câmaras de televisão, já tinha criado duas empresas no setor das carnes — a Finesseleague, com propostas maturadas —, e a Vintage Sequence, que cria bovinos Wagyu e suínos de raça Mangalitsa. Em 2021, após o concurso, juntou-se a António Pedro e Diogo Filipe para criar o Hell’s Table, restaurante localizado no espaço da Finesseleague que tinha apenas oito lugares e funcionava, em exclusivo, mediante reserva.
Entretanto, esse conceito em que a ementa era sempre surpresa e se desenrolava em torno de um menu de degustação com 11 a 12 momentos, cujo preço variavam entre os 60€ e os 90€, encerrou. Na última quinta-feira, 24 de novembro, Lucas inaugurou, porém, o “Hell’s”, uma ideia mais ambiciosa e acessível, também na terra de que é natural.
“Para além de empresário, sou cozinheiro, pelo que faz todo o sentido continuar a ligar os dois mundos nos meus projetos. Com o Hell’s, quis chegar a mais públicos, para que todos pudessem provar os meus pratos. Aqui, tanto é possível jantar por 500€ como ficar pelos 20€ e sair bem servido”, começa por contar à NiT.
Com um currículo como o que apresenta, não surpreende que as carnes maturadas sejam a aposta da nova casa. Picanha (20€ / 200 gramas), vazio alto (28€ / 200 gramas), vazio baixo (24€ / 200 gramas), tomahawk (75€ / quilo) e lombo de boi (19€ / 250 gramas) são as propostas neste sentido.
“Também temos bons peixes, muitos deles maturados, que vale a pena experimentar. Com esta abertura não quisemos fazer mais do mesmo, ser mais um restaurante, pelo que toda a carta foi pensada ao detalhe e testada. Ainda estamos a realizar testes”, revela.
Para o auxiliar na aventura que agora inicia, Lucas convidou Rafael Pombeiro, que participou, igualmente, no “Hell’s Kitchen”. “Não concorremos na mesma temporada, mas conhecemo-nos através de amigos comuns que fizemos no programa e achei que fazia sentido juntar-se a mim”.
Se há algo que destaca na construção deste projeto, foi o cuidado que teve com a projeção do espaço “para que todos os clientes pudessem ver o que acontece na cozinha, que é um espaço aberto, na qual trabalhamos muito com a lenha e o fogo. Quem se sentar num dos 10 lugares ao balcão, tem vista especialmente privilegiada”.
“Além disso, quis que a ementa estivesse completamente fragmentada, assim o cliente pode pedir, efetivamente, o que quiser”, conclui. Desta forma, à proteína que escolher, o comensal pode acrescentar o molho ou acompanhamento favorito.
Para sobremesa, tem três opções, entre elas uma cookie de chocolate com creme de avelã e gelado de nata (7€). Tudo pode ser apreciado com um cocktail ou uma das referências da garrafeira, onde não faltam, por exemplo, rótulos do Douro, do Alentejo e internacionais.
Stanisic já visitou a steakhouse e mostrou-se satisfeito com o que encontrou. “Orgulho dos ‘meus’, orgulho dos passos que estes ‘meus’ meninos estão a dar na cozinha. Sem medos, com muito trabalho, sempre com rigor”, escreveu o chef no Instragram.
Carregue na galeria para espreitar o Hell’s, bem como alguns dos pratos que poderá provar por lá.