A francesinha mais famosa de Trás-os-Montes já chegou a Lisboa

Estava mesmo quase tudo preparado para a grande inauguração em janeiro, mas a burocracia obrigou a adiar os planos. Ultrapassados os entraves, a Forneria abriu finalmente o seu primeiro restaurante fora de Vila Real a 17 de maio, em Lisboa. Os primeiros dias em Campo de Ourique não foram muito diferentes daqueles vividos em 2015, quando Paulo Marinho lançou o conceito em Trás-os-Montes.

“O único almoço que foi sossegado foi o primeiro. Desde então temos sempre casa cheia e lista para reservas ocupada para as semanas seguintes”, recorda o sócio e gerente. Na capital, a adesão tem sido semelhante. “Está a ser muito interessante. As pessoas estão a vir e a fazer reservas para os próximos 15 dias. Por dia já vendemos em média 90 francesinhas, que é um número interessante para quem em Vila Real vende 200.”

Localizado na Rua Tomás da Anunciação, o restaurante lisboeta tem 70 lugares no interior. A decoração segue a linha da casa mãe, mas com detalhes próprios. “Cada espaço tem que ter alma própria e deixamos que cada franchisado tenha a alma do local onde se encontra”, explica Paulo Marinho. Em Vila Real, por exemplo, decoraram com peças artesanais venezianas.

A base do projeto permanece: francesinhas e pizzas napolitanas. A ideia nasceu há 10 anos pelas mãos de Paulo Marinho, da irmã Paula e do primo Agostinho. Até então, Vila Real não oferecia muitas opções que juntassem “a boa pizza” com “francesinhas em forno a lenha”. Após um período como franchisados da cadeia Subway, decidiram avançar com um conceito próprio. Hoje, é a Forneria que se transforma numa marca de franchising.

Nenhum dos fundadores tinha experiência na restauração. Paulo estudou economia e Paula trabalhava na área da educação. Ambos passaram ainda pela venda de automóveis antes de enveredar pelo setor. Paulo concluiu mais tarde um mestrado em empreendedorismo, montou o plano de negócios e desafiou a irmã a acompanhá-lo. Após analisarem o mercado, escolheram a restauração como caminho mais promissor.

A fusão entre a cozinha italiana e um dos snacks mais icónicos de Portugal surgiu após várias formações com o chef António Mezzero. Paulo viajou até Nápoles, onde aprofundou os seus conhecimentos e escolheu o forno a lenha. “Queríamos o ‘Ferrari’ dos fornos e foi isso que escolhemos. Para os próximos não será diferente.”

As francesinhas surgiram mais tarde, por necessidade e falta de oferta na cidade. A aceitação foi imediata e os clientes começaram a sugerir a abertura de novos espaços. Com o modelo de franchising já testado, Lisboa tornou-se a primeira paragem. A ideia partiu de antigos clientes, agora residentes na capital, que conheceram o restaurante enquanto estudavam na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. “Assim que colocamos a hipótese de criar um franchising foram os primeiros a fazer-nos proposta. Nunca pensámos em começar pela capital, mas acabou por tornar-se numa oportunidade irrecusável.”

Desde então, a prioridade tem sido conquistar os lisboetas. “O nosso maior receio foi ultrapassado. É muito desafiante garantir que a operação seja igual, sobretudo não estando lá. Mas temos uma equipa espetacular e isso tem feito diferença”, afirma Paulo Marinho. O feedback tem sido positivo e os pratos mantêm-se fiéis aos originais.

A Francesinha Forneria (15€), feita em forno a lenha com um molho que junta o melhor das receitas “do Porto e do Minho”, continua a liderar os pedidos. A versão com peru (13€) também tem conquistado público. Uma das novidades mais populares tem sido a Francesinha Putanesca Italian DOP (20€), lançada simultaneamente em Vila Real, composta por presunto de Parma e queijo Padano.

A ambição agora passa por consolidar os dois espaços e, eventualmente, expandir para outras cidades. O sucesso da fórmula promete abrir caminho para mais capítulos no futuro da Forneria.

Carregue na galeria para descobrir o novo espaço em Lisboa para comer francesinhas.