Restaurantes

Francisco Paupério: “Adoro as tripas à moda do Porto do Loureiro”

A NiT falou com o candidato a eurodeputado para perceber qual o restaurante e o prato favorito do portuense.
Adora o prato típico do Porto.

Feijão-manteiga, dobrada, enchidos e muitos cominhos. Esta quadra faz parte do segredo da receita do Loureiro, o restaurante onde se comem “as melhores tripas à moda do Porto”. Francisco Paupério, candidato a eurodeputado do Livre é um dos fãs.

“Adoro as tripas à moda do Porto do Loureiro”, disse à NiT sem pensar muito quando lhe perguntámos qual seria o seu prato favorito. O político de 29 anos é cliente assíduo no espaço portuense para o famoso prato. “Normalmente vou lá ou às quintas ao almoço, ou ao domingo com a família só para comer as tripas”, revela.

A tradição de ir lá uma vez por semana em passado “de geração em geração” — Francisco já lá vai há pelos menos 15 anos. A receita é também uma espécie de tradicção da família de António Loureiro, o atual proprietário.

O restaurante abriu em 1977 com os pais do atual dono, Maria da Conceição e Francisco Loureiro. Recém-chegados de Angola, onde já tinham tido um restaurante, decidiram continuar apostar na restauração e inauguraram o Poleiro.

Maria da Conceição foi para a cozinha, onde se dedicava àquilo que já fazia em casa. “A minha mãe sempre adorou cozinhar e tinha muito jeito. Mas o segredo estava na dedicação que colocava nos pratos. A comida leva o seu tempo a preparar”, explica António Loureiro à NiT.

Começou a fazer as tripas à moda do Porto, em homenagem à terra natal e o caril de gambas, com uma receita angolana, inspirada no país onde viveu. O sucesso não tardou a chegar. Entretanto, surgiu um contratempo e tiveram de mudar o nome.

“O meu pai não tinha registado o restaurante como Poleiro e, a dada altura, abriu um espaço em Lisboa com a mesma designação. Gerou-se uma enorme confusão porque os clientes iam lá pedir os pratos de cá. Decidiu mudar e adotar o apelido da família”, explica.

Aí começou uma nova era do Loureiro, que passou a ser ainda mais procurado pelos portuenses que ali chegavam para comer os pratos mais típicos da região. António, ainda jovem, acabou ser criado naquele meio, entre os tachos e as panelas. Foi ali que ganhou o gosto pela cozinha, mas sempre pensou que nunca iria tornar-se profissional ou dedicar-se ao espaço da família. Tentou fugir, inscreveu-se no curso de Direito e depois em Gestão, mas acabou por desistir e enfrentar o desígnio: “se queria que restaurante da família singrasse e com a mesma qualidade de sempre, tinha de ser alguém da família a pegar nele quando os meus pais não pudessem”, diz.

“Acabei por vir [para a cozinha] aprender as receitas com a minha mãe e depois fui estudar gestão hoteleira e pastelaria na Escola de Hotelaria do Porto e desde há cinco anos que assumi os comandos do restaurante e das receitas”, admite.
O restaurante passou de mãos, mas ficou bem entregue. Na cozinha não mudou rigorosamente nada e nos fornecedores muito menos. “Já tentei experimentar outras carnes e enchidos e é escusado. Tenho de manter os fornecedores que me garantem produtos de qualidade — e isso faz diferença no sabor, sobretudo no das tripas”, explica.

Levam enchidos e muito feijão.

O prato que deixou o restaurante famoso só é servido dois dias por semana. António não revela tudo, mas sublinha que é uma receita trabalhosa. “No dia em que faço tripas, tenho de entrar às seis da manhã e a preparação começa no dia anterior, quando as cozo”, adianta. Na manhã seguinte trata do feijão, que tem de ser “cozido no próprio dia” e dos enchidos. “Demoro praticamente seis horas a ter tudo pronto”, frisa o cozinheiro e proprietário do espaço.

Se quiser provar a especialidade da casa, o melhor é reservar. Francisco Paupério já ficou muitas vezes sem o prato favorito por não ter avisado António das doses necessárias. “Já aconteceu planearmos ir comer as tripas e depois não chegarem para todos. Quando corre bem e conseguimos avisar, é até rapar o prato, não sobra nada”, garante o político.

Afinal, qual é o fator distintivo? Ambos concordam que é a qualidade dos ingredientes, mas Francisco destaca também a consistência: “Sabemos que nunca falha, estão sempre boas”. E esse deve ser também o motivo para que Pinto da Costa, Vítor Baía e outras personalidades famosas continuem a escolher o espaço para “picar umas tripas à moda do Porto”.
Porém, caso passe lá e não tenham tripas, pode sempre pedir o segundo prato favorito do eurodeputado, o caril de gambas (15,50€), servido com arroz basmati. Mas há mais. António Loureiro admite que outro dos bestsellers são as bochechas de porco ibérico (16,50€) acompanhadas com açorda de cogumelos, “É um prato feito em fogo lento. Fica cerca de três a horas a cozinhar em vinho tinto e especiarias”, adianta o cozinheiro.

Para os fãs de bacalhau há uma receita muito típica na cidade nortenha, à Zé do Pipo (38,90€) — a dose serve entre duas a três pessoas. A lista conta ainda com uma especialidade da casa: bacalhau em crumble de broa e azeitonas (17,90€), com o peixe servido às lacas com batata, espinafres e um molho especial. Depois é envolvido numa crosta de azeitonas e broa antes de ir ao forno. “Este é um dos pratos inventados pela minha mãe que fomos aperfeiçoando ao longo do tempo”, revela António.

A sobremesa recomendada pelo candidato do Livre a um lugar no Parlamento Europeu, é a mousse de chocolate, mas há mais. Os doces são feitos pelo António, que adora esta parte do ramo da cozinha. “Mantemos algumas tradicionais como a sericaia e o toucinho do céu, mas também temos pavlova e bolo de chocolate. Como gosto muito de doçaria, passo a vida a inovar”, adianta. Estes pratos variam entre os 3,50€ e 5,50€.

Carregue na galeria para ver outros dos pratos que servem no Loureiro e imagens do espaço.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. do Monte dos Burgos 1112
    4250-314  Porto
  • HORÁRIO
  • Terça a Sábado das 12h às 15h e das 19h30 às 21h30
  • Domingo das 12h às 15h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa

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