Restaurantes

Descobrimos o restaurante onde Gyökeres passa os dias a comer croquetes

O goleador sueco é viciado nos salgadinhos, que esgotam ainda antes de almoço. Mas o prato favorito dos craques do Sporting é o cabrito da casa.
Gyökeres e Sandra Barata.

Em dias de treino do Sporting, no centro do clube em Alcochete, os croquetes do Girassol esgotam ainda antes da hora de almoço. A culpa é de Viktor Gyökeres, Pedro Gonçalves, Morten Hjulmand e Nuno Santos, que fazem questão de limpar todo o stock do restaurante. Sandra Barata, a proprietária do espaço no Montijo, já os ameaçou que “se não vencerem o campeonato, não comem mais salgados”.

O plantel do Sporting é presença assídua no restaurante com mais de cinco décadas de história. Hoje gerido por Sandra, de 52 anos, formada em psicoterapia, que lidera o negócio da família desde a pandemia. “Cresci neste espaço e em 2020 a minha mãe deixou-me quase como um ultimato, ou eu pegava, ou ia vender o negócio porque ela já não conseguia sozinha”, refere a proprietária.

O negócio nasceu pela vontade de Alfredo Grilo, já falecido, e Arminda, agora com 81 anos. Irmã mais velha de cinco, teve de aprender desde cedo a cozinhar para alimentar os mais novos. As receitas deixaram de ter qualquer segredo para a mulher natural de Oleiros, no distrito de Castelo Branco.

Quando se mudou para Lisboa com uma tia, conheceu Alfredo e casaram. Assim que ganharam alguma independência, decidiram investir e comprar o restaurante Girassol, que estava para venda após seis meses aberto. Os anos passaram e as receitas regionais de Arminda ganharam fama na região. Mas há uma que tem ganho cada vez mais fiéis ao longo dos anos: o cabrito estonado (29€) à moda de Oleiros. O prato é preparado com calma e antecedência para ser regado com duas marinadas e cozinhado durante horas. O resultado é uma carne suculenta que se tornou na favorita do plantel do Sporting.

O prato é servido todos os domingos e segundas no Girassol e por encomenda, para grupos de oito pessoas. O único pedido de Sandra é que os clientes avisem com pelo menos dois dias de antecedência e que “venham com fome”. O prato é feito pela proprietária, que aprendeu os segredos da receita com a mãe. “Faço muitas formações e gosto de inovar, mas nos pratos tradicionais, sigo à risca como aprendi. A minha mãe continua a estar presente todos os dias no restaurante e a tratar de arranjar certos legumes. Diz que não há ninguém que trate dos grelos como ela”, conta.

A juntar-se à lista dos mais pedidos há o rabo de boi estufado em vinho tinto (23€) e o arroz do mesmo (48€ para duas pessoas). Sandra Barata destaca ainda a bochecha de toro (23€) cozinhada a baixa temperatura e a empada de perdiz (39€ para duas pessoas) como dois bestsellers que nunca poderão sair da carta. Alguns jogadores do plantel do Sporting não resistem também aos ovos rotos de carabineiro (39€) e às lulas do Atlântico (25€) com puré de tinta de choco e marmelada de pimentos.

Embora os pratos principais sejam os protagonistas do Girassol, Sandra adora dedicar-se às entradas. Diz, orgulhosa, que têm 20 propostas com sabores diferentes. Os croquetes são os mais cobiçados da lista e nos dias de invasão sportinguista, os 50 croquetes que preparam pela manhã não chegam para saciar a fome. Há opções de pato com molho aveludado de laranja e presunto de pato, outros de choco e gambas com creme de tinta de choco ou de rabo de boi, cozinhado durante várias horas, com ovo de codorniz. Custam 16€.

Arminda, Hjulmand e Sandra.

A cabeça de Xara (13€), os pastéis de massa tenra com massa folhada caseira (9€/6 unidades) e Tutano Revolto com Cogumelos Selvagens (18€) são outras das propostas pensadas para partilhar.

Dependendo do dia em que lá passam e da matéria-prima que chega dos produtores mais próximos, pode encontrar o leitãozinho com arroz de miúdos no forno (29€) ou uma aba da costela maronesa (23€) acompanhada com “batatinhas e couve portuguesa”.

Desde o pão, às sobremesas, é tudo feito na cozinha da casa. Sandra e Arminda continuam a trabalhar várias horas para garantir que a preparação é feita como manda a tradição. “Aqui não usamos nada de frasco. É tudo feito de raiz e incutimos isso a todos os funcionários, sobretudo aos mais novos que chegam da escola de hotelaria”, adianta.

São raros os clientes que saem do Girassol sem comer sobremesa, isto porque, segundo Sandra, “são uma perdição”. Começa por apontar a Girassol (8,50€), um combinado de arroz-doce, ovos moles, creme de limão e amêndoa caramelizada como uma das propostas mais pedidas. Mas logo a seguir surge o Abade de Priscos (8€) com creme de arroz-doce e o creme brûlèe de pistácio (8€). Normalmente há sempre tartes de fruta fresca, feitas com o que os produtos entregam de manhã no restaurante.

“Usamos produtos dos agricultores aqui próximos. A maioria já são reformados, mas gostam de se manter ativos. A minha mãe trata dos contactos porque a maioria são seus amigos”, diz.

Nos últimos meses, têm andado ocupados a preparar o novo vinho da casa, chamado precisamente Girassol e feito em parceria com a Casa Horário Simões. Haverá tinto e branco, servido a copo ou à garrafa. E por agora estão a desenvolver mais duas bebidas para a carta, um moscatel e uma aguardente vínica, com a Adega Cooperativa da Lourinhã.

O Girassol é um dos restaurantes favoritos dos jogadores e treinadores do Sporting, mas nem só de futebol de se faz a casa. O fadista Nuno da Câmara Pereira, assim como António Pinto Basto e João Baião, são presença assídua no espaço do Montijo. Antes de lá passar o melhor é mesmo reservar. Embora tenha capacidade para 90 pessoas, a probabilidade de ter mesa aos fins de semana é mais reduzida.

Carregue na galeria para descobrir os pratos que os jogadores pedem sempre que visitam o Girassol.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Av. 5 de Outubro S/N
    2870-516  Montijo
  • HORÁRIO
  • Quarta a sábado das 12h30 às 15h e das 19h30 às 23h
  • Domingo das 12h30 às 15h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa

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