Smash burger ou hambúrguer tradicional? Este é o mais recente duelo entre as duas versões que têm motivado discussões entre fãs de fast food por todo o mundo. De um lado, há o velhinho e clássico cheeseburger com a carne alta, grelhada num círculo perfeito. Do outro, uma versão completamente esmagada e irregular que se distingue pela textura crocante e caramelizada.
O segredo destes últimos está na técnica, que consiste em esmagar ao máximo o hambúrguer. Quanto maior for a superfície da carne em contacto com a chapa, maior será a área que sofrerá a reação Maillard — simplificando, a caramelização da proteína que cria aquela crosta castanha e super deliciosa. Nos smash burgers, o sabor é tudo. E para os que gostam de tirar as dúvidas usando a própria boca, há, em Lisboa, mais dois espaços dedicados a esta versão, todos da marca Street.
Desde março que é possível provar os smash burgers da Street em Campo de Ourique. Pouco tempo depois, Carlos Conde e Beatriz Santillana Martinez, de 27 anos, decidiram expandir o negócio e levaram o conceito para o Cais do Sodré em junho, até chegarem ao Saldanha no final de setembro.
O casal de espanhóis correu o mundo, da Austrália aos EUA, até decidirem aterrar em Lisboa para uma estadia de “alguns meses”. “Sempre adorámos esta cidade e o nosso objetivo era mudarmo-nos para cá definitivamente. No início deste ano conseguimos fazê-lo, mas ficámos desapontados porque percebemos que poucos restaurantes utilizavam a técnica que mais apreciávamos nos hambúrgueres. Por isso decidimos colmatar essa falha”, conta o empresário de 27 anos à NiT.
Antes de se aventurarem na restauração, área na qual não tinham qualquer experiência, trabalhavam ambos numa empresa internacional de marketing de IT. Embora não tivessem conhecimento sobre como gerir um restaurante, avançaram sem contemplações e a 8 de março nasceu o primeiro Street Smash Burger. Ao invés da versão moldada, apostaram na técnica que viram na Austrália, onde usam um martelo pesado para esmagar os hambúrgueres — do outro lado do Atlântico, os smash burgers são habitualmente prensados com um pesado utensílio liso de ferro fundido. “Fica mais alto no centro e esmagado nas bordas, ou seja, mais crocante também”, refere Carlos Conde.
No Street não se perde muito tempo a escolher, até porque só vende um formato, o cheeseburger. É feito em pão brioche com 180 gramas de carne de bovino, queijo cheddar, pickles, cebola e ketchup. Como acompanhamento, pode escolher entre batata-doce ou batata normal. Se acrescentar uma bebida — têm refrigerantes tradicionais —, o menu fica por 13,90€, se pedir apenas a sandes paga 9,90€.
A simplicidade é algo que os fundadores querem recuperar nas hamburguerias. “O hambúrguer deve ser simples, rápido e barato.” Uma premissa que dizem ter-se perdido na onda gourmet que varreu este tipo de espaços. “Só mantemos a atenção à qualidade dos produtos”, confirmam.
A falta de opções poderia ser um entrave ao crescimento deste conceito, mas têm verificado precisamente o contrário. “Tem sido uma boa loucura. Vendemos cerca de 900 hambúrgueres por dia e, no próximo mês, vamos abrir mais um espaço em Carcavelos e queremos abrir depois em Cascais”, revela Carlos Conde.
“Incentivamos as pessoas a saírem e a comerem nos jardins mais próximos para aproveitarem o bom tempo”, explica. Mas quem quiser pode também saborear o cheeseburger nos cerca de 20 lugares do interior ou, no caso do Cais do Sodré, na ampla esplanada. Para quem se faz acompanhar pelos animais de estimação pode ficar descansado porque as hamburguerias da marca são pet friendly. Aliás, Carlos Conde quer mesmo incluir uma versão no menu só para eles.
Se preferir, também pode pedir os hambúrgueres do Street para comer em casa, através da Uber Eats.