Em japonês, “umami” significa o quinto sabor, além do doce, salgado, ácido e amargo. No fundo, junta estes paladares num só. “Não tem como ficar melhor do que o umami”, descreve Stehanie Calfat, de 31 anos, à NiT.
A 1 de setembro abriu um restaurante inspirado na cozinha japonesa e decidiu escolher o nome a partir deste conceito. O Upapi combina precisamente a descrição do tal quinto sabor com a palavra “papi” — termo coloquial usado na América Latina que significa “papá” (literalmente), mas também “figura simpática do sexo masculino”. No caso um boneco, a imagem de marca é do espaço.
Stehanie começou por se formar em engenharia robótica no Brasil, o seu país natal. O seu rumo profissional, contudo, mudou em 2011, quando foi para a Cordon Bleu, a prestigiada escola de culinária em Londres (no Reino Unido). Apesar de drástica, esta mudança fazia sentido. “Sempre adorei cozinhar e cresci numa família que o fazia bem”, conta à NiT.
Apesar de ter raízes italianas e libanesas, é louca por comida japonesa, nomeadamente ramen. “Eles são muito perfecionistas a cozinhar e admiro isso”, explica. Este gosto estende-se a muitos dos seus amigos que também moram em Lisboa, mas que “nunca encontraram um restaurante que fosse à altura dos que existem em Londres ou Nova Iorque, onde também viveram“, lamenta.
Queria muito ter propostas igualmente boas na cidade para onde se mudou em junho. Soube, então, que lhe cabia a ela abrir o novo spot que se tornaria num “paraíso” para aqueles que são fascinados por ramen. “Havia um buraco no mercado, então tentámos preenchê-lo”, garante.
Antes de se mudar para Portugal, Stephanie trabalhou em diversos restaurantes conceituados pela Europa. Em Paris, por exemplo, trabalhou num espaço de Guy Savoy com três estrelas Michelin. Depois, mudou-se para o Catar para trabalhar num outro restaurante. Quando achou que fazia sentido mudar de vida, abriu uma empresa naquele país (e que ainda mantém) que trata de “toda a conceptualização de diferentes projetos de restauração, desde o menu ao branding, passando pela formação dos empregados”.
A experiência que adquiriu com o negócio que fez com que se sentisse pronta para abrir o Upapi cerca de três meses depois da chegada a Lisboa. O segredo das suas criações? A simplicidade. “É isso que nos distingue. Não tentamos reinventar nenhuma receita, apenas usamos ingredientes com boa qualidade”, assegura a empreendedora.
A escolha da localização também foi algo que ocorreu de forma orgânica. “Assentou arraiais” no mercado de Campo de Ourique porque mora naquele bairro lisboeta. “Eu e os meus amigos íamos muito àquele espaço e víamos que havia lá um local pronto para receber um novo conceito. Foi algo muito rápido”, diz.
Este restaurante vai ser uma espécie de “test drive” para o que pretende criar na capital portuguesa. “Nos próximos seis meses devemos abrir outro Upapi e, em dois anos, esperamos estar em vários locais de Lisboa”, revela Stephanie.
A Abura udon (14€) é um dos pratos de “assinatura da casa”. Trata-se de um ramen sem sopa com uma base de molho sésamo, rebentos de bambu, porco, cebolinho, ovo japonês e gema marinada.
Caso seja daquelas pessoas que não resiste a uma especialidade picante, tem mesmo de provar o Tan Tan (14€). Inclui caldo à base de porco tan tan marinado, pickles de daikon, brotos de bamboo, cebolinho, sementes de sésamo, ajitsuke e ovo japonês.
Embora estes sejam muito pedidos, o maior fenómeno do Upapi é mesmo o Porco Katsu Curry (14€). Trata-se de uma tigela com arroz japonês, lombo de porco frito, molho curry, cebolinho, sementes de sésamo e nanami. “Está sold out porque é algo que toda a gente pede”, aponta a fundadora do restaurante.
Para terminar a refeição, pode (e deve) pedir um dos mochis. Há vários sabores disponíveis: yuzu, morango, chocolate, manga e maracujá, cheesecake e matcha. Custam 5€ cada.
Carregue na galeria e conheça melhor as criações do novo spot de Campo de Ourique.
