Estávamos em março, no início da pandemia, quando o The Folly, o mais recente espaço da Howard’s Folly, se preparava para abrir portas em Estremoz. A Covid-19 fechou-nos em casa e o espaço teve de esperar mais uns meses antes de poder abrir ao público. A abertura aconteceu apenas em junho e a cidade alentejana ganha agora este espaço, mistura vinho, arte e gastronomia.
Localizada no centro de Estremoz, a adega urbana da Howard’s Folly conta agora com um restaurante, além de bar, loja e galeria de arte. À NiT, Alexandra Stilwell, ligada ao conceito, conta que os primeiros passos do que agora vemos em Estremoz começaram já há quase duas décadas, no outro lado do mundo, em Hong Kong.
Foi na Ásia que o investidor e colecionador de arte britânico Howard Bilton se apaixonou pelos vinhos do Esporão, de tal maneira que queria saber exatamente a região de onde vinham. Foi assim que conheceu o enólogo australiano David Baverstock há muito ligado ao Esporão. O Alentejo viria a ser a base de todo um novo negócio que inclui ainda uma fundação.
O projeto começou por ser primeiro uma adega que ocupa um edifício com cerca de 1.500 metros quadrados. O restaurante que abriu recentemente ocupa cerca de 350 metros quadrados. No espaço e na decoração é visível a atenção aos detalhes e os pormenores de arte que decoram o lugar. Há um toque de modernidade combinado com artesanato local. Junto a obras mais contemporâneas estão azulejos e tapeçarias tradicionais.
Esta combinação reflete também um pouco do espírito do chef Hugo Bernardo, que dá o seu cunho pessoal a pratos que contam muitas vezes com produtos de época e locais. As opções são variadas mas pode começar por petiscar um pouco da região, com uma tábua de queijos da região e enchidos da Salsicharia Canense da Dona Octávia (18€). Pode ainda provar uns croquetes de alheira com maionese de manjericão (4€), ou fazer uma aposta segura no prego Alentejano (8,50 €).
Os pratos principais incluem um magret de pato com puré de beterraba (14,50€), um ceviche de robalo (15€) e um bife do lombo servido com lascas de batatas e legumes crocantes (14€). Sugerimos ainda a tosta de bacalhau (12€), servida em pão alentejano, com puré de grão, rebentos de coentros e azeite de coentros e, para os mais curiosos e fãs de gaspacho, há uma reinvenção a ter em conta, de salada de gaspacho (8,5€), com pepino, cebola, alho e orégãos mousse de tomate e tomate crocante.
Para a sobremesa, nos meses de verão figos que complementam uma tarte de amêndoa (6€) nos meses de verão, uma mousse de chocolate coberta com pedaços de merengue de poejo (5€) e fruta da época transformada num delicioso crumble (7,50€). O prémio médio por pessoa, com vinho incluído, rondará os 30€.
A seleção de vinhos foca-se nos produtores locais e foram escolhidos a dedo pelo próprio enólogo David Baverstock. Está, portanto, em boas mãos. Se quiser explorar também a adega é possível marcar visitas e provas de vinho através do restaurante. Os preços das visitas começam a partir de 15 € por pessoa e podem incluir um tour da adega, uma degustação de vinhos Howard’s Folly e serem acompanhadas de petiscos.
O The Folly tem lugar para cerca de 60 pessoas, mas nesta altura, devido à pandemia, optou por manter a lotação pela metade, por razões de distanciamento. No futuro o horário também deverá ser alargado. Nesta fase funciona de quinta-feira a domingo, entre as 12h30 e as 23h.
Entre outras coisas, o espaço conta atualmente com uma exposição de trabalhos de alunos do secundário da região. Alexandra Stilwell conta que a fundação de Howard Bilton organiza também um programa de apoio a crianças desfavorecidas.