Judas dos Açores. O nome escolhido para a pizza best seller inspira-se num só ingrediente: o ananás. Neste caso, o ananás dos Açores, num gesto de traição à pátria italiana. Mesmo assim, isso não impediu que a pizza se destaque nas vendas da Jezzus, a cadeia que acaba de abrir a segunda loja na Rua de Santa Marta em Lisboa.
Inaugurada a 28 de janeiro, o nome leva mesmo dois z, tal como pizza. A escolha pouco ou nada tem a ver com a religião, mas mais a ver com a inspiração do apelido de família. “Jezzus é uma palavra de espanto que podemos dizer depois de dar a primeira dentada numa destas pizza”, diz à NiT Tiago Jesus, de 37 anos, um dos sócios-gerentes do Grupo Alfredo Jesus.
Respeitando a imagem da marca, o novo espaço é um mundo cor de rosa, repleto de néons que remetem para uma estética dos anos 80 e 90. No entanto, é na massa das pizzas que dizem ter o “grande elemento diferenciador”. “Usámos apenas massa mãe, que passa por um processo de fermentação lenta e tem um sabor característico e torna a digestão mais fácil e leve”, refere. A ideia de Tiago Jesus passava por recuperar a tradição e “algo que se perdeu ao longo dos anos com o mercado de massas”.
Com a abertura da nova pizzaria num espaço amplo conseguiram expandir o conceito e criar uma pastelaria e padaria que segue também o processo ancestral. “Queríamos mudar o paradigma e fazer as coisas de forma mais tradicional e artesanal. Surgiu fazermos a massa da pizza com fermentação natural e agora o mesmo com os pães”, refere o proprietário.
As farinhas utilizadas são portuguesas e moídas em mós de pedra como antigamente. “Neste tipo de moagens, o processo é lento e faz com que, ao contrário dos processos industriais, com recurso a máquinas, a massa não aqueça e, assim, consegue preservar-se os ingredientes e todos os nutrientes”, explica.
Com a ampliação do conceito, passam a abrir das 8h30 até à meia-noite e atravessam os diferentes momentos de refeições. De manhã têm pão quente a sair para quem quiser levantar e levar para casa, assim como uma carta de pequeno-almoço à semelhança de um brunch com torradas (4€) e croissants folhados como o Croque Monsieur (9,5€). Têm ainda ovos cocotte (8€) e brioches com ovo e papada de porco preto, salsicha artesanal ou camarão (10€).
Na hora de almoço os fornos ficam cheios de pizzas. Além das sugestões mais clássicas e que não causam grandes complicações — como a Margherita (11,50€) e a Puttanesca (13€) —, a carta da Jezzus conta com pizzas bem diferente das habituais. Exemplo disso é a À Bulhão Pato (16€). Para esta proposta desconstruiu-se o conhecido prato e criou-se um creme com vinho branco, coentros e azeite que funciona como base e à qual se junta mozzarella fior di latte, amêijoa, pecorino, pesto de coentros e raspa de limão. “Dispensa apresentações e terá todos os sabores”, explica à NiT.
Há ainda a Funghi Mio (14,50€) e a Oh Diabo (14,50€), dois bestsellers e a Judas dos Açores (16€), feita com um creme de ananás temperado, que contrasta com o chouriço de porco preto, mozarrella e coentros para “terminar com um toque fresco”. Outra das novidades é a Chimichurrasco (15€) com salsicha do talho das manas, alho, pimentos e cebola, e base de chalota no lugar do tomate — finalizada com chimichurri vermelho e chips de kale.
No mundo cor de rosa da Jezzus espere encontrar muita comida — onde se incluem agora três pastas, lasanha de chambão (14€), a paccheri carbonara (14€) e outra de abóbora, a bucattini alla zuca (13€). A pensar em quem nunca tem tempo, Tiago Jesus acrescentou focaccias à carta. No final podem pedir algumas sobremesas como o tiramisu (5€), a tarte de queijo no forno (5€) e a cookie de chocolate (5,5€) e vários vinhos naturais.
Com capacidade para 60 pessoas, a nova Jezzus promete ter a pizza — pensada por Tiago e criada com a ajuda de Francisca Farinha, — perfeita para cada um. Também a pode pedir através das plataformas de delivery ou ir buscá-las em take-away.
Carregue na galeria para descobrir algumas das sugestões da nova pizzaria Jezzus.