Restaurantes

JMJ “afugentou” os clientes dos restaurantes de Lisboa, mas já estão a voltar

"A elevada expectativa da iniciativa espantou-os." Segundo o presidente da PRO.VAR foi uma semana de quebras na faturação.
Boas notícias.

Após uma semana de quebras na faturação, os empresários da restauração assistiram ao regresso dos turistas “afugentados” pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, em Lisboa. A informação foi avançada pelo presidente da PRO-VAR, Daniel Serra, à Lusa, citado pelo “Observador”.

“Terminada a JMJ, os empresários da restauração puderam assistir ao regresso dos turistas afugentados pelo evento, após uma semana de quebras na faturação”, disse o presidente da PRO.VAR — Promover e Inovar a Restauração Nacional, sobre o impacto no setor do evento religioso, que decorreu na primeira semana de agosto (1 a 6) em Lisboa e Loures.

A JMJ, o maior acontecimento da Igreja Católica em Portugal, terminou no domingo, 6 de agosto, e juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo (Lisboa) para uma missa e uma vigília, com a presença do Papa Francisco. A próxima iniciativa realiza-se dentro de quatro anos em Seul, na Coreia do Sul. Ainda assim, o setor do turismo ficou muito aquém do esperado.

Os peregrinos não vinham na predisposição de consumirem, nem de comprar uma casa, nem roupa, o que é normal”, afirmou Vasco Melo, vice-presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP), à Lusa, citado também pelo “Público”.

Já Daniel Serra realçou que as declarações do Governo e presidentes de Câmara sobre o evento criaram “uma elevada expectativa na opinião pública e em muitos empresários”, mas que cedo se verificou que a JMJ “não iria ter o impacto económico” esperado na restauração. O cancelamento de reservas foi os primeiros sinais de alerta.

“A elevada expectativa espantou os turistas e até os residentes, que acabaram por se afastar das zonas onde se previam mais jovens”, afirmou o presidente da associação.

A idade da maioria dos peregrinos e o baixo valor do kit diário de refeição (7€), levou mesmo alguns empresários a decidir encerrar portas naquela semana. Afinal, previam já que a maioria dos peregrinos iria preferir o fast food de cadeias internacionais à comida de prato.

Os que se mantiveram abertos registaram quebras na faturação, sublinhou Daniel Serra. Isto porque a JMJ “afugentou” os clientes que eram habituais e também “muitos turistas, que normalmente representam uma frequência nos restaurantes com tickets elevados”.

Ainda assim, a associação considera que o evento foi benéfico para a promoção do País: “Podemos dizer que a restauração perdeu hoje para ganhar amanhã”, considerou Daniel Serra.

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