O típico macarrão madeirense com carne de vaca, chouriço e legumes era o prato favorito de infância de Vitor Martins. Dos convívios familiares às tardes em frente à televisão, onde aprendia novas técnicas com os programas de Jamie Oliver, o gosto pela gastronomia amadureceu e deu origem, anos mais tarde, à abertura do Joy, no Funchal. Inaugurado a 14 de novembro, o espaço combina ingredientes regionais frescos com técnicas inovadoras.
Ainda antes de completar 18 anos, Vitor deixou a Madeira e mudou-se para o Reino Unido para concluir o ensino secundário. Entre os estudos e os livros, começou a trabalhar em vários restaurantes. Em 2011, abriu o seu primeiro negócio, o Rigsby Piano Café, um espaço em Barnet com um conceito inspirado no jazz.
O negócio foi bem-sucedido e, em 2018, atraiu investidores interessados em explorar o espaço. Vitor assinou um contrato de arrendamento por 20 anos e fez uma pausa na carreira. À época também trabalhava na área da consultoria e sentiu a necessidade de abrandar.
“Decidi sair do Reino Unido porque precisava mesmo de acalmar o meu estilo de vida. Mudei-me para Lisboa, comecei a ver alguns espaços e aproveitei para conhecer muitos restaurantes.” A consultoria levou-o de volta à Madeira em 2021, para trabalhar numa unidade hoteleira.
Após a conclusão do projeto, decidiu investir num negócio próprio, para fazer algo que “não fosse para os outros”. Assim nasceu o Joy, que oferece um ambiente casual, elegante e descontraído.
O espaço foi construído de raiz, com as obras a começarem em março de 2023. “Primeiro comecei a ver outros restaurantes, mas cheguei à conclusão que não valia a pena investir num espaço que fugia à funcionalidade e ao gosto pessoal”, explica o proprietário, agora com 40 anos.
Com uma decoração contemporânea, o restaurante apresenta detalhes sofisticados: peças suspensas em tons de verde criam um ambiente dinâmico, enquanto as cadeiras de veludo com apontamentos dourados adicionam um toque moderno. O Joy tem capacidade para 70 pessoas, divididas entre o espaço interior e a esplanada que acomoda 30 lugares.
O conceito gastronómico pretende elevar a confeção de proteínas “ao nível máximo”, ao passo que procura combinar ingredientes típicos portugueses com outros mais ousados. O menu foi desenvolvido pelo chef Roger Barbosa, que passou por restaurantes Michelin como o The Yeatman, no Porto.
A carta inclui entradas como foie gras com frutos vermelhos (18€), gaspacho de maçã e abacate (9€), vieiras coradas com manga e molho de maracujá (18€) e cavala abrasada com vinho Madeira (12€). Nos pratos principais, destacam-se o leitão crocante com mil-folhas de batata e alface grelhada (23€), o magret de pato com couve-flor e molho de laranja (28€) e o filete mignon com aipo (27€).
Para os amantes de peixe, as opções incluem bacalhau com caldeirada e azeitona (26€), polvo braseado (28€), peixe-espada com escamas de banana (22€) e wellington de lagosta com puré de limão (32€). “Compramos os ingredientes sempre a produtores regionais. Tanto a carne como os legumes ou o próprio peixe têm mais sabor e texturas completamente diferentes das de fora”, garante Vitor.
As sobremesas também impressionam, com opções como mil-folhas de caramelo e chocolate (8€), tarte de limão merengue (7€) e tarte tatin de maçã com vinho do Porto (8€). A grande estrela, porém, é a pera cozida em açafrão com recheio de limão e gelado de pistácio (8€), o best-seller da casa. A acompanhar a refeição, o Joy oferece cerca de 70 referências de vinho com 14 disponíveis a copo.
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