Ljubomir Stanisic está de volta, mas aos tribunais. Desta vez, o chef de 46 anos está envolvido num processo de suborno a oficiais da Polícia de Segurança Pública durante o Estado de Emergência, em 2020. O jugoslavo foi um dos 27 arguidos apresentados no início do julgamento do caso “Dupla Face”, na quinta-feira, 9 de janeiro, no Tribunal Central Criminal. O processo está relacionado com uma rede de tráfico de droga que envolve dois agentes da PSP. Stanisic foi apanhado por escutas em conversa com os polícias.
A acusação do cozinheiro não está relacionada com o processo de estupefacientes, mas com um suposto suborno que terá feito aos agentes para tentar circular durante um confinamento na pandemia. A juíza questionou-o se estava a par dos factos e o chef respondeu que sim.
O caso remete a abril de 2020, altura em que os portugueses foram obrigados a ficar em casa, em confinamento, saindo apenas por situações excecionais. De acordo com a acusação, Ljubomir Stanisic terá furado a restrição de circulação e terá pedido ao agente Nuno Marino para furar uma operação STOP, na ponte 25 de Abril, para poder passar a Páscoa em Grândola.
No dia da viagem não existira qualquer operação STOP, mas o agente terá escoltado o chef pela ponte. Este acompanhamento terá sido pago, segundo o Ministério Público, com duas garrafas de rum ou de conhaque.
O alegado suborno levou a acusação do chef por corrupção ativa e desobediência por, alegadamente, ter desrespeitado o impedimento policial. Estas acusações acabaram integradas no processo de tráfico de droga, segundo o “Observador”, porque estarão dois agentes envolvidos no mesmo (um deles Nuno Marinho). Os polícias são acusados de estarem envolvidos numa rede que usava os restaurantes na Baixa para armazenar estupefacientes.
Em 2021, o juiz Ivo Rosa despronunciou Ljubomir Stanisic por considerar que existiam faltas de provas. Porém, o Ministério Público recorreu. A próxima sessão está marcada para março.