O Paradigma, grupo que tem Diogo Figueiredo (34 anos), natural de Viseu, como diretor-geral, voltou a surpreender. Depois de deliciar os que andam sempre à procura dos melhores pratos para experimentar com espaços como o Ofício ou o The Art Gate — este último já encerrou —, a empresa abriu, a 21 novembro, a Lota D’ávila. A marisqueira contemporânea está situada na artéria lisboeta que lhe dá nome, no número 42B da Avenida Duque de Ávila.
O carismático restaurante, cuja decoração tem assinatura do Spacegram e se divide entre esplanada exterior, terraço interior, barra e sala de jantar, foi pensado para proporcionar “uma viagem pelo imaginário português da pesca”. Para esta, contribuem apontamentos como o aquário, repleto de santolas, lavagantes e lagostas, que os visitantes vão encontrar, brevemente, logo na fachada.
O aroma a maresia; a barra inox iluminada, com tabuleiros carregados de peixe sobre o gelo que remetem para as lotas tradicionais; o armazém escuro cheio de boias e caixas laranja desalinhadas; duas boxes onde se podem sentar oito pessoas; e a cozinha aberta, que serve de montra a belos espécimes marítimos, viscosos e reluzentes, à espera de serem pescados pelos comensais, são alguns dos elementos com os quais se cruza no caminho até à sala principal, que ajudam a criar este ambiente.
Chegado ao destino final, a penumbra dá lugar à luminosidade de um “espaço costeiro”, com “um bar de praia de tons arenosos, a contrastar com almofadados náuticos”, numa clara alusão às barracas que embelezam os areais nacionais”, descrevem os responsáveis. Uma vez instalado, falta escolher entre as propostas clássicas e de autor, criadas por Vasco Lello, chef com um percurso que inclui passagem pela Bica do Sapato, Valle Flor e Albatroz. Recentemente, integrou a equipa do grupo Sea Me.
Os mariscos que lhe chegam à mesa são escolhidos diretamente da tal pista de gelo. Depois de pesados, estes são servidos cozidos ou grelhados. Já a escolha do peixe, segue a mesma lógica, uma vez que também é vendido ao quilo, cozido, grelhado ou ao sal e acompanhado com batata assada e legumes grelhados.
Se o que quiser mesmo uma mariscada no verdadeiro sentido da palavra, tem três opções ao dispor: a Maré Baixa, com burriés, búzios, camarão de Moçambique, ostras e percebes; a Maré Alta, que leva ainda gamba da costa e sapateira ou santola; e a Fora da Caixa, com ceviche de gamba da costa, carabineiro, lingueirão, lula e alga wakame.
Croquetes de sapateira com molho tártaro (3,5€), lírio fumado com amêndoa do Algarve e laranja (11,5€), choco frito com maionese de sésamo preto e lima (12,5€); e tártaro de atum com tostas e pão alentejano (14€) são algumas das criações de autor que têm à sua espera. Se enjoar de peixe, peça a paella da terra com cabrito assado (60€).
Do bar, além dos clássicos, chegam para acompanhar cocktails originais como o Lota, com ostra, vodka, vermouth dry e alcaparra; o Corrico, feito com gin, matcha, tomilho, pepino e limão; e o Buinho, feito com pisco, hibiscos, lima, clara de ovo e romã.
Vale lembrar, contudo, que no momento o espaço se encontra em soft opening, pelo que nem todos os pratos estão disponíveis. Das mariscada, por exemplo, apenas a mais simples já está ao acesso do cliente.
Carregue na galeria para espreitar a nova marisqueira de Lisboa.