Yang Qi nasceu em Madrid, mas ainda era um miúdo quando a família se mudou para Portugal. Os pais tornaram-se proprietários de um restaurante chinês em Famalicão, o Jardim Oriental e, em 2013, o jovem assumiu o controlo do negócio. No entanto, este precisava de uma renovação. Foi assim que nesse mesmo ano o restaurante mudou de nome para Mikado. Mas Qi sabia que precisavam de novas instalações e muita dedicação para fazer crescer aquele projeto.
“Quando assumi o restaurante tinha um monte de ideias. Sabia que tinha de encontrar um conceito diferente, um espaço diferente e alcançar públicos diferentes. Não queria que fosse mais um restaurante chinês, muito embora tenha sido no restaurante dos meus pais que aprendi tudo. E fiz de tudo, o que me deu a capacidade de olhar de forma global o negócio, para as suas exigências e dificuldades”, conta Yang Qi, hoje com 30 anos.
Foi dali que saiu, em 2016, para as novas instalações, na Avenida dos Descobrimentos, também em Famalicão. A mudança de morada foi um pretexto para o Mikado transformar também a carta tradicional de comida chinesa — e passar a ser um restaurante de sushi.
A estratégia foi um sucesso. Oito anos depois, o negócio de família passou de um para seis restaurantes — num percurso muito mais difícil do que poderá parecer.
“Houve muitos erros operacionais, mas foram uma forma de aprender. Uma coisa é certa, eu sabia que tínhamos de comunicar sobre nós, online. Comunicar ao mundo que existia, em Famalicão, um restaurante de sushi que valia a pena visitar. E depois, assim de repente… Veio a pandemia. Mas não foi mau, foi surpreendente. E percebi que o que fez a diferença foi o site. Usámos as redes sociais para promover o restaurante e foi um verdadeiro sucesso”, explica à NiT.
O digital foi assim o ingrediente secreto no sucesso deste negócio, que permitiu a Yang apostar em mais projetos do género.
“Estou absolutamente convicto de que presença certa e a comunicação no tom ajustado à realidade online fazem toda a diferença e contribuem para que os negócios ganhem dimensão e libertem recursos para onde são mais necessários”, acrescenta.
Além dos dois restaurantes Mikado (um em Famalicão e outro em Braga) — que contam já com quase 12 mil seguidores no Instagram —, Yang tem, também em Famalicão, o restaurante mexicano Los Pepes e o Mikadinho, em que se destacam as poke bowls. Já em Vizela conta com outro restaurante de sushi, o Miyuki. O seu mais recente projeto abriu em 2023, em Braga. O Hoko é um requintado sushi bar, que combina este tipo de cozinha com cocktails num espaço que dá ótimas fotos para o Instagram.
Apesar de ter uma estrutura de restauração bem elaborada, e com forte aposta no digital, este empreendedor viu no projeto Acelerar o Norte uma aposta na formação contínua.
“Não quis perder a oportunidade de potenciar o negócio e a comunicação com o exterior, mas também para perceber como é que o online está a impactar outros negócios e setores, o mercado e os consumidores do Norte de Portugal”, conta, sobre a sua adesão ao projeto em agosto deste ano.
O Acelerar o Norte propõe-se a contribuir para a mudança de atitude empresarial, facilitando a adoção de estratégias e soluções digitais que permitam atrair novos clientes, aumentar as vendas e simplificar processos para fazer crescer o negócio em todas as frentes. Este é um projeto financiado pela União Europeia, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do NextGenerationEU, enquadrado na medida Aceleradoras de Comércio Digital, que integra o investimento 02 – Transição Digital das Empresas da componente 16 – Empresas 4.0 do PRR.