Restaurantes

No novo Libertà não há pizzas nem carbonara — serve-se a autêntica cozinha italiana

O chef é natural de Bérgamo e prepara as várias especialidades com um twist, algumas preparadas com ingredientes portugueses.
O restaurante tem lugares ao balcão e junto à cozinha.

É um restaurante italiano, mas na ementa não encontrará pizzas nem uma carbonara. O novo Libertà, recentemente inaugurado perto da Avenida da Liberdade, em Lisboa, não é um espaço com a típica cozinha italiana. O chef prefere usar outra palavra para a classificar. “Não é um restaurante tradicional, mas diria que é uma cozinha autêntica”, explica à NiT Silvio Armanni, natural de Bérgamo, Itália.

Claro que irá encontrar pastas preparadas com massas caseiras e algumas sugestões mais clássicas, mas tudo com um twist. Alguns pratos até incluem ingredientes portugueses, algo que Silvio privilegia e considera bastante importante num projeto deste género.

Antes de vir para Lisboa, esteve em Hong Kong, num espaço onde conseguia ingredientes vindos de todo o mundo. Por vezes, sentia que faltava a identidade do país onde estava aos pratos que lá cozinhava. Em Lisboa, decidiu fazer diferente. “Podia importar burrata de Itália, mas descobrimos quem a fizesse aqui na cidade. É muito mais fresca do que seria se a mandássemos vir de lá.”

Este queijo é apenas um dos exemplos dos ingredientes nacionais que usa. Outros passam pelos vegetais e legumes, alguns mariscos e peixes, como o lírio; ou vinho da Madeira, usado num assado de carré de porco.

O Libertà é o primeiro espaço físico do coletivo Lisbon Street Kitchen (LSK). O projeto já tinha lançado o Pescatore no início do ano, com sopas, massas e sanduíches, tudo feito com peixes e apenas com entregas ao domicílio.

“Fazia sentido que tivéssemos também um espaço físico. Tenho muita afinidade com Itália e a sua gastronomia. Por isso, criamos um restaurante italiano com um menu focado na sazonalidade e originalidade, sem nos desviarmos dos pilares tradicionais da cozinha italiana”, explica Alykhan Popat, fundador da LSK.

É luso-queniano — a mãe é portuguesa — e chegou a Lisboa, depois de ter estudado em Inglaterra e nos Estados Unidos. Em Portugal trabalhou na Uber, no mercado dos projetos delivery, e foi aí que teve a ideia de criar este Lisbon Street Kitchen. Depois do Pescatore, surge o Libertà e em breve chegarão mais conceitos.

Este novo restaurante italiano começou por abrir apenas aos jantares, mas rapidamente percebeu que os almoços também poderiam funcionar. Prova disso é que têm estado bem compostos a essa hora e até criaram menus executivos (de 16 e 19€).

Antes de se sentar à mesa e fazer o pedido, será impossível não olhar para o teto. Vai encontrar mais de 80 mil espigas de trigo suspensas — vieram de Itália. O objetivo é fazer referência aos campos do país e ao ingrediente que é uma das bases da alimentação transalpina.

O chef Silvio Armanni é natural de Bérgamo.

A zona da cozinha é extensa e possível de ver a partir do restaurante. Dali saem os pratos do Libertà, mas também as propostas do tal outro conceito da marca, o Pescatore.

Depois do couvert, terá de experimentar a focaccia di Recco (5€), uma massa fina cozinhada no forno a alta temperatura com queijo stracchino. O Crudo Di Ricciola (18,50€) é outra das propostas para começar. Junta lírio marinado, salada de funcho, laranja e um molho de mel.

Também para o começo, e para partilhar, o tártaro (17€) é outra opção. É preparado com queijo straccatella, tomate seco, avelãs e um vinagre balsâmico tradicional de Modena. As pastas são feitas no próprio espaço. Existe uma máquina que a estica e faz moldes no balcão junto ao bar. Por vezes, é preparada na altura do serviço e poderá ter a sorte de acompanhar o processo.

Os casoncelli all bergamasca são raviolis com pancetta, salvia manteiga e parmesão (15,50€), uma das propostas de massa. Ainda nas pastas pode experimentar o cavalete al frutti di mare (22€). No fundo são cavatelli caseiros — uma forma de pasta — com camarões, lulas, mexilhões e sapateira.

Nas carnes, deve pedir o carré de porco assado (38€) com chalotas, feijão verde, puré de abóbora e molho de vinho Madeira. É um prato pensado para duas pessoas.

Nas sobremesas são podia faltar o tiramisu (8€), mas com um twist, claro. Esta sobremesa é finalizada à mesa com o creme de mascarpone a ser servido com um efeito tipo vulcão. O cannolo siciliano é outra das sugestões para terminar a refeição. É preparado com ricotta, pistácio e chocolate (6€). A carta de vinhos, para acompanhar tudo isto, junta referências italianas e portuguesas, servidas a copo ou garrafa. Preparam ainda cocktails, alguns clássicos e outros de autor.

Com a chegada do bom tempo, vão passar a ter lugares na esplanada. Nessa altura, também passam a ter disponível um típico aperitivo italiano ao final da tarde — inclui as focaccias que estão igualmente no menu.

Carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o novo Libertà.

 

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua Rodrigues Sampaio, 39, Lisboa
    1150-278 Lisboa
  • HORÁRIO
  • Das: 12:00
  • Às: 15:00
  • Das: 19:00
  • Às: 23:30
  • Sábado só jantares
  • Fecha domingo e segunda
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Italiana

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