The Wave Factory. Quem, desde 2019, olhava para o nome e o via por fora, na Rua Acácio de Paiva, em Alvalade, dificilmente imaginava o que ia encontrar no interior. Era um restaurante lisboeta com comida saudável, tinha dois terraços, um bar, um espaço de cowork e ainda uma pista de ondas artificial onde podia fazer surf. Mas agora já nada disto existe por ali.
O novo conceito chama-se Poolside Hub e quer atrair a comunidade Web 3 da cidade — isto é, a geração da internet. O modelo deste tipo de empreendimento é ainda estranho para quem não está familiarizado, mas podemos dizer que a unidade conta já com cerca de dez empresas e pretende continuar a integrar novos projetos.
A reconversão do espaço, com uma área de 1.500 metros quadrados, passou por transformar a piscina de ondas numa sala multiusos para eventos, por recuperar o restaurante, construir os dois terraços e as cinco salas de cowork.
Com entrada direta a partir da rua, o restaurante é mesmo uma das grandes apostas do projeto. É conhecido como Cobaia e o nome não podia ser mais indicado. “A ideia é exatamente poder dar essa experiência aos clientes: provar produtos novos que se calhar nunca viram ou apresentá-los de forma diferente. Queremos tentar, também, desconstruir alguns ingredientes tradicionais”, contam à NiT os responsáveis.
João da Gama e Francisco Tavares, de 33 anos, eram sócios no Trópico do Cais quando receberam o contacto para explorar o novo restaurante da unidade do centro de Lisboa. Sem nunca terem passado por qualquer esquema do género, juntaram o chef Jorge Redondo, que lhes tinha feito uma consultoria na carta do antigo edifício dos CTT, e Alex Reis, um amigo que tem uma agência de comunicação. Com a vantagem de serem todos da mesma idade.
Juntos decidiram, no número 19, da rua Acácio de Paiva, criar um conceito de comida mediterrânea de partilha, que promete trazer uma vida nova ao bairro. “Moro em Alvalade há alguns anos, e sentia que, ainda que houvesse imensa oferta gastronómica, não havia um espaço onde se pudesse jantar fora, beber um cocktail e ficar para ouvir uma boa música”, acrescenta João. No Cobaia vai encontrar tudo isso.
“Tentámos trazer um conceito de restaurante divertido com um toque experimental, algo que não existe muito aqui na zona”, apontam, novamente, os sócios. A comida, essa, só podia estar a cargo do chef Redondo. “A ideia é conseguirmos ir lançando novidades e brincar um bocado com o pop-up e com a conceção da Poolside. O nome permite-nos”.
Durante todo o processo de transformação — que demorou cerca de um ano —, os quatro amigos dizem que tiveram mais do que tempo para pensar naquilo que queriam fazer. “Tínhamos algumas dúvidas. Não sabíamos o que é que encaixava melhor ali. Depois surgiu o nome e daí veio o conceito.”
Valeu-lhes, dizem, a grande ajuda do Tiago Simões (chefe de sala), do Gustavo Viana (chefe de bar) e do David Nogueira (subchefe cozinha). “Contribuíram imenso nesta fase de pré-abertura.”
Sim, porque o Cobaia está aberto em regime de soft opening desde 10 de março. A inauguração oficial, essa, está apontada para 6 de maio, data em que planeiam convidar DJ e fazer uma grande festa. Mas não pense que a animação vai acontecer apenas nesse dia. João, Francisco, Jorge e Alex, querem ter um espaço animado, “onde as pessoas se sentam à mesa e dividem os pratos, além de beber cocktails muito variados e divertidos”.
É na zona do bar, aliás, onde têm feito mais aitvações. Ali têm copos de laboratório, bebidas servidas em bolsas de soro e uma tabela periódica. E se continua com dúvidas, nós explicamos. O Cobaia está aberto a todos os que queiram lá entrar. Os escritórios ficam por cima, mas no piso térreo tudo está bem dividido e separado. Além de explorar o restaurante, o grupo conta ainda realizar eventos privados com empresas, concertos e exposições que irão acontecer regularmente numa sala reservada que pode levar até 150 convidados, dependendo do tipo de iniciativa.
“Na esplanada pode-se aproveitar o sol para almoçar ou beber um cocktail ao fim de tarde”, acrescentam. Tem capacidade para 70 clientes. Já no restaurante, entre paredes picadas e com o tijolo à mostra, os empreendedores sentam 80 clientes.
Depois de decidir onde ficar, só tem de escolher se quer provar as ostras, com granizado de romã, sambal e cebolinho (3€ uma unidade), os croquetes de vaca e mandioca (8€), o camarão grelhado (12€) ou a barriga de porco (17€). Se não gostar de nenhuma das opções, não se preocupe: entre frios e quentes, há mais de 14 sugestões na carta.
No final, pode sempre pedir a cookie caseira com gelado (5,5€), a mousse de manjericão, morangos e semente de abóbora (5,5€) ou a tarte de queijo, frutos vermelhos e praliné (6,5€).
“Tem sido um desafio. É espaço muito grande E para muita gente. Mas sentimos que era altura para dar o salto e está a correr bem”, concluem os responsáveis.
A seguir, carregue na galeria para conhecer melhor o Cobaia e descobrir algumas das sugestões que saem da cozinha do novo restaurante de Alvalade.