Depois de, em 2017, abrir a Cozinha, tipicamente portuguesa, a amigos, vizinhos e curiosos que chegavam à procura de momentos de descontração com o copo na mão e petiscos sobre a mesa, o Sr. Lisboa plantou O Jardim. É lá que, desde 1 de agosto, entre peculiares papoilas, orquídeas e magnólias — que é como quem diz cocktails de autor batizados a rigor —, se celebra a natureza em cada detalhe, da decoração à carta.
Com um cenário marcado por folhagens verdejantes e assentos floridos e coloridos que contrastam na perfeição com as madeiras e mármores na base deste território, que tem tanto de encantador quanto de fértil, o conceito desabrocha repleto de objetivos bem definidos.
“Este espaço nasce de um desafio pessoal”, começa por dizer Francisco Breyner, responsável pelos restaurantes A Cozinha e O Jardim do Sr. Lisboa. Trata-se de uma “tentativa de resposta às mudanças que se têm verificado no que se consome e na forma de consumir. Foi um obrigar a pensar e fazer diferente, para trazer algo distinto à cidade”, acrescenta.
Apresenta-se como um local em que os vegetais, tantas vezes relegados a papéis secundários, se assumem como protagonistas. “Queremos mostrar o lado mais sexy dos vegetais, trabalhando-os de forma criativa em todos os momentos“. São, portanto, as estrelas ao jantar, no brunch de fim de semana e, até, quanto o tema são as bebidas. “Temos vários destilados de vegetais”, comenta Francisco.
Apesar do destaque dado aos vegetais, O Jardim, com vista para a Assembleia da República e uma esplanada generosa, não pretende ser um restaurante vegetariano, pelo que apresenta várias opções de carne e peixe. Neste caso, contudo, a proteína animal “funciona mais como um complemento”.
O chef Pedro Sousa é responsável por comandar a cozinha, que trabalha em função da sazonalidade dos produtos, provenientes, na sua maioria, de produtores locais e orgânicos. As preocupações com o desperdício estão no centro de tudo. “Tentamos, ao máximo, reutilizar todos os produtos dentro que utilizamos. Por exemplo, num dos pratos, as aparas de uma couve lombarda transformam-se num puré.”
Da carta, Breyner destaca os croquetes de beringela com molho de gemas e whiskey (7€) e as tarteletes de cogumelos, manteiga castanha e ervas do Jardim (6€). O “não se fala com boca cheia”, ou seja, a “couve portuguesa e o seu cabrito” (7€), é outra das especialidades “que tem recebido um ótimo feedback”.
Nas bebidas, peça a Papoila, com gin, aipo, xerez e tónica (10€). “Parece quase um gin-tónico, super fresco e com a parte vegetal a complementar imenso o resto da criação. Pode ser considerado um aperitivo e é um ótimo começo de jantar”. Além de muitos outros cocktails e mocktails, também não faltam vinhos, com 70 por cento a corresponderem a opções naturais, portuguesas e internacionais. Conte ainda com uma seleção de kombuchas caseiras, expostas no balcão marmoreado do bar, com janelões que se abrem para a explanada ter acesso direto ao mesmo.
Aos fins de semana, entre as 9 e as 16 horas, serve-se o brunch. Ainda que as as combinações vegetais continuem a ser privilegiadas, os pratos de ovos panquecas e bowls não são esquecidos. Neste menu sobressaem as tostas abertas, particularmente comuns nos cafés e restaurantes do norte da Europa. A de tomate, com tomate coração de boi, picado de tomate, tomates em pickle e confitados (12,6€), e a vegan, com húmus de abacate, espinafre, molho de sementes de girassol e pó de ervas do Jardim (12,5€). A carta completa está disponível online.
Para já, só abrem para brunches e jantares mas, em breve, planeiam abrir ao almoço. Também contam ter eventos surpresa. Talvez um dia, enquanto desfruta da refeição, apareça um violinista.
Carregue na galeria para espreitar O Jardim e os pratos que serve.