Portugal não tem uma dimensão enorme, mas uma coisa é certa: arranjamos sempre espaço para acolher restaurantes com pratos estrangeiros. E isso nota-se pela quantidade de conceitos com especialidades que continuam a abrir um pouco por todo o lado.
Temos exemplares italianos, indianos, de comida nepalesa, chinesa ou de fusão. No entanto, há uma tendência que se mantém há um bom par de anos, com alguns picos de interesse. Falamos da preferência pela comida asiática e, mais especificamente, pelos restaurantes de sushi. Mas a verdade é que nem todos têm a qualidade que o Kenji by Katsuo, o novo restaurante da capital, promete.
A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980, mas só vinte anos depois é que atingiu o seu boom, com a oferta de restaurantes a crescer por toda a cidade — muito por culpa dos buffets de sushi. Ainda assim, como se sabe, nem tudo o que abriu tem as condições desejadas ou mãos que saibam realmente fazer sushi.
Se hoje há centenas de restaurantes japoneses em Portugal, há 20 anos não era bem assim. Que o diga André Oliveira, que se especializou na área, precisamente por não encontrar ofertas do género no País.
“Fui criado no meio de japoneses. Nasci numa cidade em São Paulo fundada por eles. Os meus vizinhos eram japoneses, vivia perto de uma escolha de japoneses, a maior parte dos meus amigos de infância são japoneses. Convivi com essa gastronomia, com esses costumes. Só não trabalhava diretamente com eles. Quando vim para Portugal, em 2005, vi necessidade de entrar nessa área, porque não havia restaurantes japoneses por cá. E a verdade é que gosto mesmo muito de comida japonesa”, começa por dizer à NiT.
Com 28 anos, tornou-se, então, sushiman. Pelo caminho, passou por vários restaurantes em Portugal, França ou Angola. Mas, em 2020, decidiu dar “o passo seguinte”. E, em fevereiro desse ano, abriu o Katsuo, um pequeno espaço no Campo Pequeno, dedicado ao sushi. Três anos mais tarde, a 1 de julho, inaugurou o Kenji by Katsuo, uma espécie de “irmãozinho” do primeiro.
“Abrimos o Katsuo bem no início da pandemia, ou seja, um mês depois, tivemos de fechar. Foi aí que começámos a trabalhar com delivery e take away e o pessoal passou a conhecer-nos e a gostar do nosso sushi. Quando o confinamento terminou, todos queriam vir ao restaurante.” Mas o espaço era mesmo pequeno. Com apenas 26 lugares, não conseguia dar resposta a tantos pedidos que apareciam. “Desde então, temos estado à procura de uma segunda logo. E, agora, apareceu esta”.
Em pouco tempo, o número 334 da Rua de São Bento transformou-se numa versão melhorada do primogénito. “Trouxemos o melhor. Tentámos passar o espírito do Katsuo, mas aprimorado”, garante.
É ali, entre os exatos 26 lugares, que André serve os clientes. Mas este não é um sushi qualquer — nem tampouco se assemelha àquele que existem nos buffets de comida japonesa.
“Trabalhamos com sushi de autor, fora do convencional. Um que faz fusão, sim, mas sem confusão. Sem as maioneses e essas coisas. Acabei por selecionar o melhor prato de todos os restaurantes por onde passei e criar um menu próprio. Tendo sempre como base a cozinha japonesa, mas com um toque do chef”, confessa.
O carpaccio de salmão e vieiras (14,90€) é um dos best sellers, já para não falar das tempuras de camarão (a partir dos 9,80) “que todos adoram”. “Só trabalhamos à carta porque um menu de degustação acaba por ter coisas de que as pessoas não gostam”, diz. Nela também vai encontrar as ostras, “que são muito boas” para entrada (3,20€ cada unidade).
“Temos o Tobik Uzura, com salmão trufado, ovo de codorniz e ovas tobiko (9,90€), o Unagui, com enguia fumada e abacate (9,80) e depois temos os tártaros e ceviches (desde 12,90€)”, acrescenta.
Nas bebidas, a oferta é igualmente extensa — e japonesa, claro. “Temos cervejas, chás e sakés. Temos, inclusive, três marcas de sakés que são as mais vendidas do Japão”.
A seguir, carregue na galeria para conhecer o Kenji, aquele que é o mais novo restaurante de sushi da capital.