Suíça, Venezuela, Estados Unidos. Foi um percurso longo aquele que levou Paulo Cordeiro a experimentar tudo o que havia para experimentar no mundo da restauração — e não só. De barman num hotel de cinco estrelas, saltou para a indústria petrolífera na América do Sul, de onde partiria mais tarde para Miami, onde quis revelar aos locais os sabores nacionais.
Abriu uma padaria, uma pastelaria e um snack-bar e o negócio corria bem. Pelo menos até à pandemia, que obrigou a repensar o trabalho e a vida familiar. Acabaria por vender os espaços e regressar finalmente às origens em 2021. Três anos volvidos, com muito estudo envolvido, o empresário de 54 anos faz uma aposta dupla no Porto, com a abertura de dois espaços.
“Quando voltei, formei-me em gestão hoteleira e turismo, para me atualizar um bocado. É tudo muito diferente do que é nos Estados Unidos”, nota. “Como por lá fiz um projeto para exibir os sabores portugueses, achei que podia fazer isso aqui.”
Numa aposta forte no público estrangeiro, Cordeiro arrancou com uma tasca moderna na rua Sá de Noronha, onde em dezembro inaugurou o Soul Happy Bites. “É uma tasca portuguesa do século XXI, onde existem todos os petiscos do costume, os rojões, as moelas, os bolinhos de bacalhau. É um conceito despreocupado.”
Certo é que este Soul foi um acaso. O espaço surgiu a meio de outro projeto e o empresário decidiu aproveitar. Em andamento estava a sua grande aposta, “o alicerce” como lhe chama, um restaurante no Cais das Pedras, o Soul Senses, inaugurado a 26 de junho.
“Não é um fine dining”, aponta de imediato, apesar de sublinhar o foco “nos sabores tradicionais da gastronomia portuguesa de forma um bocadinho diferente”, sem “nunca fugir à tradição”. É o caso do rissol de lagosta com cebolinho e lima (8€) ou o tripeiro by Soul, uma mistura de enchidos e molho de francesinha (7,5€), para abrilhantar as entradas.
Pode provar um estaladiço de barriga de leitão com batata crocante (20€), robalo com cremoso de lima (21€) ou açorda de legumes do campo (16€). Como prometido, não ficam esquecidos os clássicos, feitos como manda a lei: há açorda de camarão (19€), arroz de fumeiro e costelinhas (21€) e bacalhau com cebolada de pimentos (23€). Ao fim de semana há sempre um clássico especial, que podem ser tripas à moda do Porto, massada de peixe ou vitela assada no forno.
À semana, sempre aos almoços, há menu executivo a 18€ que inclui entrada, um prato principal — Brás de legumes, bacalhau com cremoso de grão ou arroz de fumeiro — e uma sobremesa. Café e bebida incluídos.
Ausente da carta, mas visível para todos dos dois pisos do espaço está a vista privilegiada sobre o Douro. No interior, uma decoração moderna e colorida, numa sala que inclui ainda um palco para alguns espetáculos musicais e animação.
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