Luisa nasceu e foi criada na Foz do Douro mas é na pequena localidade minhota de São Lourenço da Montaria que passa grande parte da semana. Foi lá que se apaixonou por tudo o que tem raízes minhotas. A comida, claro, está no topo desta lista e foi o que inspirou a portuense a trazer para a o Porto, “saturado de tapas e comida gourmet”, as melhores receitas portuguesas. É na sua nova casa, que agora é também a Nossa Casa, que elas se servem desde 3 de dezembro.
Para a primeira aventura na restauração, a portuense de 52 anos decidiu preencher a ementa de especialidades. A estrela é o bacalhau à Nossa Casa (12€), “uma adaptação do bacalhau à Braga, frito com cebolada e servido com batata às rodelas numa frigideira de barro”. Mas há mais. Do rancho (6,5€ meia dose; 12€ uma dose) à costela mendinha assada no forno com grelos salteados e arroz de forno (9,5€ meia dose; 18€ uma dose).
“Com tantas tapas e comidas gourmet, começa a haver muitas saudades e uma procura grande pela comida tradicional portuguesa, por um bom cozido e um bom rancho”, explica.
Ali também se servem tapas, ou melhor, petiscos, porque afinal estamos num restaurante à portuguesa. Os pratinhos estão devidamente encarreirados no quadro de ardósia. Primeiro as moelas (3,5€), depois os rojões (3,8€) e finalmente a tripa enfarinhada (3€). Seguem-se as tábuas de queijos nacionais (8€), presunto (7€) e alheira (4,5€), que não é uma alheira comum: “São feitas com galo e têm pouquíssima gordura. Trazemos todos os enchidos de lá de cima, o presunto, o salpicão, o chouriço ou a morcela”.
Do almoço até ao final da noite, no Nossa Casa petisca-se a qualquer hora, seja caldo verde, bifanas, sandes de salpicão e pregos no pão com queijo da Serra. Há, no entanto, pratos que requerem alguma preparação, caso dos rojões à minhota, com tudo a que eles têm direito, e o pica no chão, ambas feitas apenas por encomenda. Ao sábado, é o cozido à portuguesa que está sempre em destaque na carta.
Antiga casa de um pequeno bar restaurante chamado Refúgio, o espaço foi todo remodelado por Luísa, que trouxe quase todos os elementos decorativos das feiras de Barcelos e Viana do Castelo. Tudo tipicamente português, caso dos bordados minhotos dos lenços dos namorados, aos aventais que todos os funcionários envergam com orgulho. O espaço divide-se em duas áreas, a da entrada mais vocacionada para petiscos rápidos, e a sala de jantar do piso inferior, com capacidade para 40 pessoas.
De segunda a sexta há uma opção mais económica, onde o prato do dia é servido num menu de 8,5€ e que inclui couvert, sopa, prato, sobremesa, bebida e café. E se em vez da casa de Luísa, preferir comer na sua, pode aproveitar o serviço de take away.