A primeira Pastaria abriu em soft opening em maio de 2020, nos Anjos, em Lisboa. O conceito baseado em pastas frescas, como o próprio nome indica, era relativamente desconhecido na capital. Cauteloso, o trio fundador do espaço passou os 11 meses seguintes a limar arestas. A inauguração oficial aconteceu em abril de 2021.
Se dúvidas existiam relativamente ao sucesso do Pastaria, agora, volvidos quatro anos sobre a chegada a Lisboa, dissiparam-se. No final de julho, a marca expandiu-se para o Príncipe Real, onde abriu um segundo espaço. A nova casa é igualmente “refinada e acolhedora”, descreve Xavier Forero, um dos proprietários. O franco-colombiano de 31 anos fundou o negócio com a ajuda dos amigos Samuel e Luan, naturais do Luxemburgo e Brasil, respetivamente.
“O Samuel teve a ideia inicial. Na altura tinha outro sócio e eu cheguei, em 2020, para dar uma ajuda. Depois, quis que me juntasse ao negócio e acabámos por convidar o Luan para se juntar a nós”, resume Xavier, que viveu muitos anos em Paris.
Antes de se mudar para Portugal, trabalhou como vendedor em diversas empresas de tecnologia, mas a sua formação de base é em hospitalidade, marketing digital e gestão de negócios. “Percebi que o mundo das vendas não era o que desejava. Sempre amei o ambiente dos restaurantes e gosto de sujar as mãos. Quando surgiu esta oportunidade, não hesitei.”
A busca pelo local ideal no Príncipe Real foi longa; os proprietários visitaram cerca de 40 espaços antes de encontrarem o que procuravam. O trespasse inicial era superior a 150 mil euros, um montante que consideravam inviável. Apesar do sucesso do negócio nos Anjos, não tinham investidores externos e o banco não lhes concederia tal empréstimo. Quando descobriram o novo local, sentiram que era o indicado e conseguiram negociá-lo por um preço inferior ao solicitado.
Os nove meses seguintes foram dedicados a remodelar completamente o interior, que hoje “combina elementos refinados com um toque descontraído”. “A cozinha também anterior não se adequava de forma alguma ao que pretendíamos”, admite Xavier.
Quase um ano de trabalho culminou num espaço com capacidade para 30 clientes no interior e cerca de 17 na esplanada. Os animais de estimação também são bem-vindos. “Adoramos cães”, brinca.
Como o nome deixa entrever, as pastas, especialmente as bronze cut, são as protagonistas. Diariamente, são produzidos aproximadamente 24 quilos de massa, um volume que excedia a capacidade da equipa de cozinha. Para isso, os fundadores importaram uma máquina de Itália, onde combinam ingredientes especiais. O uso de bronze na máquina influencia o sabor e confere “uma apresentação superior ao prato”.
Sem surpresa, a carbonara (14€) é o bestseller absoluto. Contudo, não se trata de qualquer versão deturpada com bacon e natas, mas sim da receita tradicional que inclui pecorino romano, guanciale, parmesão e ovo.
Outro dos destaques da carta é o ragu (15€), cozinhado durante várias horas, preparado com carne num caldo de ossos e vegetais. “O sabor é incrível”, assegura Xavier.
A carta também apresenta várias sugestões vegetarianas, como a lemon haze (10€), que combina citrinos frescos, mascarpone, parmesão e pão ralado, e a paravati’s (12€), com tomate seco, nozes, pesto de abóbora, mozzarella e straciatella.
O fundador do Pastaria garante que todos os ingredientes são frescos e de origem nacional, além disso, “as porções são generosas e os preços são acessíveis”, sublinha.
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