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Novo restaurante à beira-mar tem pizzas com pesto de pistácio. Mas paga 100€ se pedir ananás

O Retrogusto mudou-se para a frente da praia na Costa da Caparica, mas as tradições do espaço siciliano não se perdem.

“Temos pizza havaiana. Custa 50€”, afirma Bruno Cardinale, proprietário do novo Retrogusto na Costa da Caparica, que considera uma afronta colocar ananás na pizza. No entanto, não se nega a fazê-lo, desde que os clientes paguem um “preço justo para o ultraje”.

O novo espaço do grupo abriu a 14 de abril, em frente ao mar, na zona da Praia Norte e vem substituir o antigo que ficava na Praça de 9 de Julho. “Andávamos à procura de um local mais próximo da praia, onde pudéssemos ficar mesmo depois do verão. Com este novo espaço deixamos ser de um restaurante sazonal e passamos a trabalhar como os outros dois que temos nos Anjos e na Almirante Reis”, diz à NiT, o siciliano de 41 anos, que começou a trabalhar em restauração ainda em miúdo.

“Em 2014, senti a necessidade de ter uma aventura. Então, viajei para a Austrália, onde conheci o meu atual sócio, Antonino Gallico”, conta. No entanto, em 2017, devido a problemas burocráticos com o visto, decidiu mudar-se para Lisboa, onde o irmão vivia há mais de uma década. O objetivo era claro: seguir as pisadas da família e abrir a sua própria pizzaria.

“A minha família era dona de restaurantes em Itália. O meu tio ainda hoje tem a sua casa de pizzas, New Boff. Foi a primeira a usar base de pistácio e, agora, a maioria das pizzas no nosso negócio são inspiradas nas versões do meu tio”, refere.

No entanto, este negócio não nasceu de imediato. Bruno ainda teve de aliciar Antonino, natural de Calabria, antes sequer de idealizar aquele que seria, até hoje, o único grupo a usar este tipo de base para pizzas. “Ele veio ter comigo a Portugal, mas só para visitar e ver como era. Gostou tanto que o consegui convencer a tornarmo-nos sócios”.

Assim nasceu o Retrogusto84, que procurava trazer a verdadeira massa siciliana, fina e crocante, “diferente daquilo que, até ao momento, se via em Lisboa”.

Bruno não se queria ficar pela Sicília e pretendia explorar uma forma de fazer pizza mais relacionada com outras regiões de Itália. Viajou até ao sul do país e, ao lado do seu sócio, criou o Retrogusto Experience, nos Anjos, focado em pratos com uma massa mais fofa, à moda de Nápoles.

Durante a pandemia da Covid-19 decidiu seguir o conselho dos clientes e abrir um espaço na Margem Sul. “Muitos lisboetas tinham-se mudado para cá, para ficar mais perto da praia e nós viemos atrás”, diz. O primeiro espaço abriu em 2023, mas após dois verões consecutivos conseguiram mudar de localização, para um espaço maior, em frente à praia.

No novo Retrogusto conseguem sentar cerca de 50 clientes e a decoração foi pensada para tornar o ambiente “retro vintage”, semelhante aos outros restaurantes da franquia. No entanto, este tem uma ligeira diferença: a quantidade de cor usada, que pretende “fazer lembrar a praia”.

O principal destaque é o forno, localizado mesmo no centro da sala, onde os clientes podem ver os pizzaiollos a preparar os pedidos — que podem ir dos mais clássicos como a Margherita (12€) e a Pepperonni (14€), como à bestseller, a Abadia (17,50€), feita com pesto de pistácio, tomate cherry, pancetta, burrata e mozarella. A versão vegan desta pizza também é um sucesso.

A única coisa que é arriscado pedir na Retrogusto é a pizza Havaiana, feita com ananás e fiambre. Como qualquer italiano, Bruno é contra o uso de ananás na pizza e considera mesmo um insulto à cozinha transalpina. No entanto, como sabe que alguns portugueses são fãs, decidiu incluir na ementa, mas com uma condição: o preço aumentado. “A versão com fruta custa 100€, mas neste momento até está com desconto e fica por 50€”, diz, numa tentativa de desencorajar clientes a pedirem a propostas.

Siciliano de gema, não quis fugir aos clássicos e para sobremesas não falta tiramisù. Há a versão original, com creme mascarpone, café e cacau, servido numa cafeteira italiana e agora, a versão de pistácio. Quem preferir também tem a versão vegan. Custam todos 7€. Para beber, em vez do Aperol Spritz, Bruno recomenda um spritz mar (8€), feito com blue corazon, batida de coco e sumo de limão. “Tem a cor azul como o oceano e é doce para o verão”, recomenda.

O espaço pretende ficar aberto mesmo durante o inverno, mas o proprietário admite concentrar o horário mais noturno, “quando as pessoas preferem a pizza”.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    apoio 6, Praia Norte, Rua Muralha da Praia
    2825-391  Costa da Caparica
  • HORÁRIO
  • Terça a domingo das 12h às 23h
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Pizzaria

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