Restaurantes

O hambúrguer favorito do The Weeknd chegou a Miraflores (com mais novidades na carta)

O Burger Champ abriu um segundo espaço, desta vez no concelho de Oeiras. O conceito reúne hambúrgueres, cocktails e música.
A estrela da casa.

“Num certo dia, estávamos em casa e liga-nos um funcionário a dizer que o The Weeknd estava no restaurante. Pensámos que estava a fazer confusão, não acreditámos. Até que decidimos ir ver as câmaras de segurança e realmente era ele”, contam Luís e Juan Castilho à NiT. Nesse dia, 31 maio de 2023, os irmãos ainda não sabiam, mas a visita do cantor canadiano ia pôr o nome do Burger Champ na lista de hamburguerias mais concorridas de Lisboa. 

Se é um dos curiosos que não descansou enquanto não foi até ao Campo Pequeno provar aquele que The Weeknd apontou como “o melhor hambúrguer do mundo”, num story partilhado no Instagram uns dias depois da visita, vai ficar feliz por saber que agora já não precisa ir até à capital para se deliciar com o prato. Desde o início de agosto que o Burger Champ está presente em Miraflores, com um restaurante criado a pensar nos momentos partilhados com amigos. 

A dupla de responsáveis decidiu abrir um segundo espaço no concelho de Oeiras, onde cresceram e vivem atualmente. “Moramos em Carnaxide, treinamos crossfit aqui também, conhecemos bem a zona e acabámos por encontrar esta oportunidade”, conta Juan, com 38 anos. Para Luís, de 42, o novo restaurante, com 140 metros quadrados, tinha de marcar pela diferença. Por isso, apostaram numa decoração mais sofisticada e pouco comum em hamburguerias.

“É como se fosse um espaço de fine dining de hambúrgueres. Os hambúrgueres americanos sempre estiveram na moda, mas a verdade é que os nossos são mais sofisticados. Trabalhamos com produtos selecionados, como trufa, presunto pata negra, queijos mais elaborados como gorgonzola, queijo de cabra, carne Black Angus maturada, ou seja, ingredientes que elevam o hambúrguer e oferecem uma experiência diferente aos clientes”, explica Luís à NiT. 

O conceito do espaço é distinto do primeiro, já que querem torná-lo um ponto de encontro entre amigos. “O nosso slogan aqui é ‘Burgers, cocktails and music’, porque a ideia é às sextas e fins de semana termos DJ’s à noite. As pessoas podem vir comer um hambúrguer, mas também beber um cocktail, ouvir música, é um upgrade de uma hamburgueria normal. E claro que a decoração tinha de se adaptar à atmosfera que queremos criar aqui”, refere o responsável. 

As mudanças abrangem também o menu. “Trabalhamos com o nosso menu normal, igual ao Campo Pequeno, aos almoços. Há muitas empresas aqui à volta, por isso temos de ter soluções mais rápidas para quem tem pouco tempo na hora de almoço. Ao jantar, tentamos oferecer uma experiência mais sofisticada aos clientes que vêm com mais tempo, que querem comer uma entrada, beber um vinho ou um cocktail, ou seja, prolongar a estadia aqui no restaurante”, aponta Luís.

“Há pessoas que querem jantar num sítio agradável, beber um copo, ter uma noite animada sem ter de ir para o meio de Lisboa”, completa Juan. Pode escolher a sala interior, com 50 lugares, ou a esplanada, com mais 30 assentos, para aproveitar os dias com bom tempo neste outono. 

Como entradas, poderá provar, por exemplo, batatas com trufa e parmesão (14€), batatas com molho cheddar e bacon (8€), ovos rotos (12€), croquetas espanholas (7€ a 12€), em homenagem à avó sevilhana dos responsáveis, pizza de carpaccio di Manzo (16€), pizza de trufa e cogumelos (25€), entre outras opções para partilhar. 

Nos pratos principais, pode provar o “Glamorous” (12,50€), o favorito do The Weeknd. Um hambúrguer com carne 100 por cento Black Angus, queijo cheddar, bacon, cebola roxa caramelizada, ketchup e mostarda. “É o hambúrguer que sai mais, mas antes do The Weeknd o ter partilhado já o era. É o mais simples, mas muita gente adora”, revelam os responsáveis. 

Tem também o “Gourmet” (13,50€) com carne Black Angus, queijo gorgonzola, cebola roxa caramelizada, rúcula e maionese de trufa; o “Jolie” com carne Black Angus, queijo de cabra, presunto pata negra, tomate braseado e maionese de alho e ervas (14,50€); a “Francesinha Burger” (13,50€) com carne Black Angus, queijo flamengo, fiambre, salsicha fresca, linguiça, ovo e molho de francesinha, entre outros. Há também uma opção com frango e uma vegetariana com hambúrguer de grão, ambas a 11,50€. 

A visita do The Weeknd

À NiT, os irmãos Castilho descreveram o momento da visita do famoso cantor canadiano, uns dias antes do concerto marcado para 6 de junho de 2023 no Passeio Marítimo de Algés. “Ainda hoje não sabemos como ele foi lá parar”, notam.

“Chegaram primeiros os seguranças, eram umas 21h15, perguntaram a que horas o restaurante fechava porque ainda ia chegar outro amigo. Acabaram por chegar mais três, o The Weeknd e outros dois seguranças, a dizer ‘no photos’. Quando o The Weeknd chegou, estava pouca gente no restaurante, ninguém o incomodou, acredito que se tenham sentido à vontade. Não quisemos estar a interferir. Talvez tenha sido isso que também o fez valorizar a experiência”, refere Juan. 

Luís continua: “Ele foi ao restaurante, mas no momento não partilhou nada. Foi uma terça-feira. Só dois dias depois é que alguém nos manda um print do Instagram, o The Weeknd tinha feito um story com uma fotografia do nosso hambúrguer onde escreveu ‘o melhor hambúrguer do mundo’, mas sem marcar a nossa página. Então, durante dois dias, criou-se um burburinho por todo o lado de ‘que hamburger é este?’”.

“Fizemos a nossa parte e começámos a divulgar que era o nosso, saiu em todo o lado, até no jornal da noite de domingo da TVI. Foi uma enorme publicidade. Tivemos muita gente a contactar-nos, a querer saber o que ele comeu, foi uma loucura”, revelam. 

“Depois disso, o restaurante começa a encher muito, ficámos sem pão, porque fazemo-lo de raiz e demora a levedar. Foi uma uma azáfama, começámos a produzir três vezes mais pão. E houve um dia que voltámos a ver a carrinha dele ali perto, a rondar. Os seguranças vieram perguntar se podiam lanchar, mas nesse dia não tínhamos nada. Tinha esgotado tudo. Prometeram voltar no dia seguinte e, efetivamente, vimos a carrinha, mas com tanta gente no restaurante, decidiram não entrar. No espaço de uma semana, o The Weeknd passou lá três vezes, por isso acreditamos que gostou mesmo do nosso hambúrguer”, diz Luís. 

Nas semanas seguintes, o restaurante “esteve sempre a rebentar pelas costuras”, contam. Em julho de 2023, a Burger Champ decide apostar no NOS Alive. “Apesar de termos feito muitos festivais em Angola, aqui as coisas são diferentes. Mas correu muito bem, vendemos quase quatro mil hambúrgueres. Foi um boost grande à marca”, conta Luís. Este ano, voltaram a estar presentes no festival, em Algés. “Há agora um grande reconhecimento da marca”, acrescenta Juan. 

O percurso dos irmãos Castilho e como tudo começou

Luís nasceu na Namíbia, Juan nasceu em Lisboa. Cresceram em Portugal, mas depois de se licenciarem (em Gestão Hoteleira e Gestão com mestrado em Finanças, respetivamente), decidiram aventurar-se nos negócios noutro país. “Começámos o nosso percurso na restauração em Angola. Fui o primeiro a ir para Luanda, onde o meu pai já tinha um restaurante e havia um espaço, ao lado, onde abrimos outro restaurante. O Chill Out ficava na praia, mas também funcionava como espaço noturno, era um dos melhores espaços de restauração lá em Luanda, aberto durante 14 anos”, recorda Luís.

“Depois, acabámos por ficar também com o do meu pai, o Caribe, e abrir um novo espaço mais no centro da cidade, a Champanharia, que servia carne, peixe, mas também hambúrgueres, pizzas, massas e risottos. O que saía mais eram os hambúrgueres, mas o nome era muito pomposo, então mudámos para Burger Champ, que vem daí e não de “champion”, como muita gente pensa”, conta.

“Tínhamos também delivery, corria muito bem. Como estávamos muito ligados à noite, convidaram-nos para organizar também um festival que houve lá e vendemos centenas de hambúrgueres. Continuámos o projeto noutros festivais, a vender, em cada um, cerca de cinco mil hambúrgueres só em dois ou três dias, a 30 dólares cada um”, lembram os responsáveis. 

No entanto, começaram a sentir que o país se tornou mais perigoso, com os problemas económicos, e decidiram regressar a Portugal, em 2020. “De todos os negócios que tínhamos, achámos que o que se adaptava mais a Portugal era o Burger Champ. Encontrámos um espaço no Campo Pequeno, uma coisa simples, porque estávamos em plena pandemia, e achámos que era ideal para começar”, contam.

O projeto acabou por correr bem ao início, mesmo a funcionar apenas em take-away e delivery. Uns meses depois, abriu a esplanada, mas só em 2021 é que o Burger Champ começou a funcionar em pleno, já depois de serem levantadas as restrições da Covid-19. Em pouco tempo foram conquistando a clientela da capital.

“Fazemos o nosso pão, todos os dias. Ser artesanal faz muita diferença, é uma das nossas mais-valias. Produzimos a receita em Angola e aqui tivemos de adaptá-la por causa do clima”, afirmam. As batatas fritas caseiras, como acompanhamento, fazem também sucesso. Tanto que hoje continuam com serviço de entregas pela Uber Eats, que “propôs exclusividade pelo nosso volume de vendas”.

A veia empreendedora dos irmãos faz com que já tenham plano de abrir novos espaços e conceitos de restauração no futuro. Por enquanto, o objetivo é fazer um restyling do restaurante do Campo Pequeno e dar a conhecer a segunda casa em Miraflores, sempre com o foco nos objetivos de crescimento. “A marca está em expansão. Queremos abrir mais espaços na zona de Lisboa e chegar ao Porto.”

Carregue na galeria para conhecer melhor o novo espaço da Burger Champ. 

 

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