O nome de Cristiano Ronaldo está sempre associado a recordes, golos e negócios de sucesso — ou pelo menos estava. Esta terça-feira, 11 de março, um dos restaurantes do qual é proprietário fechou portas sem qualquer justificação. O Totó, em Madrid, aberto desde 2020, encerrou e já não consta no site do grupo. O espaço era frequentado pelo jogador, que foi visto várias vezes a jantar por lá, e embora este fecho tenha sido o mais mediático, não foi o primeiro negócio da restauração onde Ronaldo investiu e que acabou por fechar.
O Totó abriu em 2020 pelas mãos do grupo Mabel Capital, que conta com investidores como Rafael Nadal. O nome do espaço resulta de uma homenagem ao “protagonista do mítico filme ‘Cinema Paraíso’, que representa o amor mais puro pelo cinema no período do pós-guerra, quando era uma das poucas formas de fuga para uma sociedade abalada por conflitos bélicos”, lê-se no site.
O conceito do restaurante baseava-se na “essência da cozinha tradicional italiana, que lança as bases para a cozinha de hoje, com receitas cheias de aromas, sabores e cores que transportam à Itália clássica”. Entre os pratos disponíveis, “elaborados com matérias-primas da mais alta qualidade, combinadas com produtos orgânicos e locais”, destacava-se uma grande variedade de pizzas. Apesar do encerramento do espaço em Madrid, os restaurantes Totó no Dubai e em Abu Dhabi continuam abertos, o que indica que a decisão não terá resultado de uma desavença entre os proprietários, onde figuram Ronaldo e Rafael Nadal.
Este não foi o primeiro restaurante do futebolista a fechar portas sem aviso prévio. Em 2018, Ronaldo abriu, juntamente com a família, o Casa Aveiro by Dolores, em Gramado, no Brasil. O espaço, gerido pela irmã Kátia e pela mãe Dolores Aveiro, homenageava as receitas familiares, mas acabou por encerrar em agosto de 2020, durante a pandemia. Na altura, foi anunciada a intenção de abrir um novo restaurante, mas o projeto nunca avançou.

A trajetória de Ronaldo na restauração começou ainda antes do Totó e do Casa Aveiro. Em 2015, associou-se ao grupo Pestana para lançar a marca Pestana CR7, presente em Lisboa, Madrid, Nova Iorque, Marrakech e no Funchal, na Madeira. Cada unidade conta com um restaurante CR7 Corner Bar & Bistro, onde se servem hambúrgueres, açorda e pregos no pão. Os espaços espelham a ligação do jogador ao futebol, com réplicas de estádios, camisolas e bolas dos clubes por onde passou.
Fora do universo CR7, Ronaldo também investe no grupo Tatel, que tem restaurantes em Madrid, Valência, Marbella, Riade, Dubai e Ibiza (apenas no verão). O conceito aposta numa cozinha espanhola com um toque internacional, com pratos como omeletes espanholas com trufa e bife à milanesa com ovo sous vide e trufa preta ralada.
A decoração assume um ambiente speakeasy dos anos 20, inspirado nos bares clandestinos da Lei Seca nos Estados Unidos. Música ao vivo, DJ residente e um bar decorado com referências à época completam a experiência. “O Tatel representa o espírito brincalhão que caracteriza os restaurantes espanhóis, com uma oferta gastronómica baseada em produtos e receitas tradicionais, combinados com toques de sofisticação e inovação”, descreve a empresa.
A maioria dos restaurantes do internacional português estão espalhados por Espanha e pelos Emirados Árabes Unidos. A esses, Cristiano Ronaldo junta o investimento em Londres, no restaurante Zela. O espaço, situado no ME London Hotel, apresenta uma cozinha Mappin, que combina os ingredientes do Mediterrâneo com as técnicas da culinária japonesa. O restaurante tem assinatura do grupo Mabel Hospitality, o mesmo que é dono do famoso Tatel. O espaço existe também em Ibiza, mas só funciona durante o verão. Uma refeição em qualquer um dos restaurantes ultrapassa os 100€.
O craque português raramente fala sobre o império que construiu longe dos campos de futebol. Ao todo é proprietário, em conjunto com outros investidores, de 15 restaurantes. E a perspetiva é que o número, a par dos recordes que detém, continue aumentar (mesmo com o encerramento do Toto em Madrid).
