Há cerca de 120 anos, o governo francês mandava erguer um edifício para celebrar a Exposição Universal. Ali instalaram um pequeno restaurante que servia refeições buffet e chamava-se Le Buffet de la Gare. O que nunca pensaram é que no século seguinte, o mesmo local acolheria aquele que atualmente é considerado um dos restaurantes mais bonitos do mundo, uma referência no fine dining e um dos pontos de paragem obrigatória para quem visita Paris.
O Le Train Bleu fica numa das maiores estações de comboios da capital francesa. Dali partem diariamente transportes para a Alemanha, Itália, ou Espanha. O restaurante tem janelas enormes que lhe dão uma vista privilegiada para as linhas das partidas. Mas o encanto não está na paisagem, mas sim no interior do próprio estabelecimento.
A decoração do Train Bleu transporta-nos para a altura da Belle Époque, onde a opulência nunca era demais. As paredes com frescos, revestidas a talha dourada e os lustres imponentes são apenas alguns dos sinais da época em que foi construído.
O edifício que agora é utilizado como restaurante, foi mandando erguer por altura da Exposição Universal de 1900 e chamava-se Le Buffet de la Gare. O estabelecimento foi construído pelo arquitecto Marius Toudoire, autor de outros monumentos parisienses como a Torre do Relógio e a majestosa fachada da Gare de Lyon.
O espaço acabou por ser inaugurado um ano mais tarde, pelo Presidente da República Emile Loubet e funcionava como buffet para satisfazer as necessidades de todos os viajantes que por ali passavam. Em 1963 passou a chamar-se Le Train Bleu, em homenagem ao comboio azul Paris-Ventimiglia que circulava em 1868, e levava os turistas até às cidades da Riviera Francesa. Atualmente está classificado como monumento histórico.
Localizado no primeiro andar da Gare de Lyon, ficou conhecido como a joia da Belle Époque, que por volta do início do século XX atraiu grandes nomes do mundo das artes como Coco Chanel, Jean Cocteau e até Dali. Hoje, o sucesso continua com 500 pratos servidos todos os dias e cria um espetáculo que pode ser visto tanto da sala de jantar quanto da cozinha. Com o famoso chef Michel Rostang no comando, a única coisa que se pode esperar é a excelência da culinária francesa para o menu.
Fiel aos sabores do país, as opções da carta permaneceram variadas: desde Perna de borrego assada (47€) e Costeleta de vitela Foyot (56€) — considerados os pratos da casa —, o salmão meio cozinhado com cereais (43€), passando pela cauda de tamboril à moda de Grenobloise (desde 120€) e pelas famosas vieiras (58€). Quem preferir pode sempre pedir o menu de degustação (120€) com fatias de vieiras, ouriço-do-mar e bavaroise de beterraba, foie gras de pato e alcachofras de Jerusalém e enguia fumada, para começar. Para acompanhar, a (extensa) carta de vinhos também não se fica atrás: entre champanhe de produtores franceses e vinhos brancos e tintos, hipóteses não faltam.
À porta, a fila já deixa antever o que nos espera. As marcações devem ser feitas com semanas de antecedência, mas diz quem por lá já passou que se pode ir um pouco antes das horas de pico para tentar arranjar mesa.
O espaço tem duas salas enormes, e tanto pode encontrar os pratos comuns de uma brasserie como de um restaurante gourmet. O Le Train Bleu oferece ainda uma área de bar, composta por vários pequenos salões com decoração majestosa. A qualquer hora do dia, o ambiente acolhedor é um convite à fuga da correria do exterior.
Considerado como um monumento imperdível por quem passa por Paris, é daqueles que merecem que perca algum tempo a apreciar mais do que a comida, o próprio local. O Le Train Bleu está aberto todos os dias das 11h15 às 14h30 e das 19 horas às 22h30 e as reservas podem ser feitas online.
Como lá chegar
Existem voos de ida para Paris, com partida de Lisboa desde 53€, e do Porto, a partir de 52€. Assim que chegar ao centro de Paris pode seguir direto para a estação. Para isso pode apanhar o metro, demora cerca de 20 minutos.
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