A Condé Nast Johansens revelou esta segunda-feira, 3 de novembro, a tão esperada lista dos melhores hotéis. Entre as distinções europeias, Portugal trouxe sete galardões para casa e um deles foi entregue ao melhor restaurante inserido numa unidade hoteleira.
O Largo do Paço, na Casa da Calçada, em Amarante, um nome de peso no universo gastronómico português, foi o espaço distinguido. Reabriu na primavera deste ano, ao mesmo tempo que a unidade hoteleira, depois de dois anos fechados para remodelações.
Desde então, que a cozinha está sob a liderança de Francisco Quintas, o mais jovem chef português a conquistar uma estrela Michelin (em 2024, quando estava no 2monkeys com o chef Vitor Matos). Aos 26 anos, está determinado a “fazer os clientes voltar” e levar o restaurante novamente ao patamar de excelência que o guia francês reconheceu durante anos.
O espaço recebeu a sua primeira estrela Michelin em 2004, sob o comando de José Cordeiro e, desde então, teve uma sucessão de chefs de renome, como Ricardo Costa, Vítor Matos, André Silva e Tiago Bonito, quase sempre mantendo a distinção.
O encerramento temporário forçou o afastamento do restaurante do guia, mas o regresso, prometeu marcar uma nova era — e parece estar a resultar. A ambição passa por “manter o lugar singular que ocupa na história da gastronomia portuguesa, reinventando uma cozinha que se pretende da fusão de tradições com influências internacionais, técnica apurada e autenticidade”.
Francisco Quintas conhece bem a cozinha que agora lidera. Começou ali enquanto estudante da Escola de Hotelaria, a trabalhar aos fins de semana. Foi também ali que se apaixonou pela restauração e pela cozinha de autor. Depois passou por casas de referência como o Aquavit London, Boury (Bélgica), De Librije (Holanda) e Likoké (França), até chegar ao 2Monkeys, onde conquistou a sua primeira estrela Michelin ao lado do chef Vítor Matos.
A oportunidade de regressar à Casa da Calçada surgiu no momento certo — e desta vez como chef de cozinha. “A carta foi feita à base de coisas que eu e a minha equipa gostamos de comer. Este foi um princípio que quisemos cumprir, porque acredito que temos de gostar e estar confortáveis, para que essa confiança passe para o cliente”, explica o chef, que sublinha também o foco em ingredientes sazonais e nacionais.
Com uma atmosfera mais descontraída, mas mantendo a qualidade do serviço, Francisco acredita que a “nova vida da Casa da Calçada” está em curso. “Queremos quebrar o formalismo que o próprio palacete impõe e temos objetivos muito claros. No entanto, o nosso foco é sempre o cliente. Queremos que voltem e queremos que fiquem satisfeitos. O resto vem por acréscimo”, diz o chef, referindo-se à possibilidade de recuperar a estrela Michelin.
Os guias da Condé Nast Johansens são considerados uma referência nas viagens de luxo. Os prémios foram atribuídos com base numa combinação entre os votos online, os comentários deixados por hóspedes e as avaliações feitas pela equipa de “Local Experts” da revista, ao longo do último ano. A cerimónia incluiu 21 categorias. Em cada uma, foram destacados três nomeados e Portugal apareceu com dois hotéis em algumas delas.
Além dos prémios para a Europa e Mediterrâneo, foram anunciadas ainda as condecorações dos melhores hotéis e spas de luxo do Reino Unido, América do Norte, América Central, América do Sul, Caraíbas, África, Ásia, Médio Oriente e Oceânia.

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