Restaurantes

O militar que abriu o restaurante japonês que promete ser uma referência da zona centro

Luciano Nunes tornou-se sushiman de fim de semana. O Akaza vai sair de casa e transformar-se num espaço único da Figueira da Foz.
Promete ser único.

“É estranho que uma cidade junto do mar haja falta de oferta em relação a restaurantes de sushi.” Foi muito por esse motivo que Luciano Nunes decidiu abrir um novo espaço na Figueira da Foz. Por isso e pelo impulso dado pela mulher. “Às vezes estou a ralhar com ele sobre alguma coisa relacionada com o negócio e ele lembra-me que fui eu que o obriguei”, confessa-nos Renata Moço, em tom de brincadeira. “E a verdade é que se não o tivesse feito, ele nunca se teria metido nisto.”

Luciano Nunes, de 34 anos, é de Coimbra, mas vive há vários anos na cidade portuguesa muito procurada pela praia. Quando tirou o curso de Educação Física estava longe de imaginar o que a vida lhe tinha reservado, mas foi mais tarde, quando era militar de profissão, que descobriu uma das suas maiores paixões: cozinhar.

Apaixonado por sushi, foi na altura da pandemia que o coimbrão começou a tentar fazer as peças em casa. Sem qualquer formação em cozinha, os vídeos de YouTube foram os seus grandes mentores — pelo menos, no início da brincadeira. O que começou por ser um passatempo de família espalhou-se para os amigos e de alguns pedidos ocasionais passou a receber propostas mais sérias. “A coisa foi tomando proporções um bocadinho distintas e já queriam comprar”, diz-nos.

O casal percebeu que para poder vender o produto teria, então, de fazer um plano diferente. Com experiência em gestão, por ter uma clínica própria há sete anos — e com uma veia empresária — a ideia de criarem uma marca partiu de Renata (de 33 anos), que depois acabou por “arrastá-la” para o marido.

Ainda que muitos associem a sua cara ao negócio, é a própria quem nos revela não ter nada a ver com o Akaza. “Vou ajudando naquilo que consigo, como a desempenhar o papel de estafeta ou na parte das compras, mas não passa disso. Até porque sou médica dentista e de cozinha não percebo nada”, nota.

Sim, porque o que começou como um hobby há cerca de dois anos rapidamente se tornou numa ocupação de fim de semana para Luciano. De semana era militar e quando não estava de serviço era sushiman e entregava em casa as criações de sushi. Há cerca de um ano, decidiu tornar esse part-time num trabalho a tempo inteiro e daí a pensar abrir um restaurante foi um saltinho.

“Fomos percebendo que a cidade tinha falta de um estabelecimento que marcasse a diferença e nós éramos os próprios a sentir essa lacuna. Como amantes de sushi que somos, tínhamos de sair da cidade para encontrá-lo e isso não fazia sentido”, dizem. A partir daí fizeram um estudo de mercado para identificar qual seria a resposta dos habitantes à criação de um restaurante e decidiram avançar.

A marca estava já criada, o nome decidido — “Akaza porque iniciámos todo o processo em casa e quisemos combinar essa palavra com algo japonês” — e o logótipo pronto. “No meio destes dois anos, o Luciano foi fazendo formações com sushiman japoneses e aperfeiçoando as suas técnicas.” Só faltava mesmo encontrar o espaço ideal. O número 2 da Rua da Cerâmica, por ser central, junto às escolas e ao estádio, e também por ter bastante luz natural, foi o escolhido.

O novo espaço.

É mesmo aqui que, depois de seis meses em obras, abriu a 7 de março, aquele que promete ser uma referência da zona centro. “De todos os restaurantes que existem na cidade não há um unicamente japonês e é nesse sentido que nós aparecemos. O Akaza é um conceito distinto por ser o primeiro espaço só de sushi na Figueira da Foz”, garante Renata. 

À NiT nota que, uma vez que os clientes já conhecem o seu trabalho, o modelo tem tudo para correr bem. Como garantia do sucesso, certificam a preservação da qualidade a que já habituaram os consumidores. “A diferença passa efetivamente pela qualidade dos produtos que utilizamos e que queremos continuar a utilizar, para que o resultado seja distinto.”

O atum rabilho e no atum balfego, por exemplo, são alguns dos produtos selecionados pelo fundador do projeto e que vão ser mantidos no restaurante. “Queremos dar o melhor aos clientes para que possam ter uma degustação do verdadeiro sushi tradicional”, garantem. É muito devido a esse rigor na seleção da matéria-prima que o Atum O-Toro (12,80€ cinco peças) é mesmo um dos bestseller do negócio.

Além do sushi, o Akaza vai ter algumas sugestões de fusão e pratos de izakaia japonesa (entre os 9,50€ e os 16€). Ainda assim, a carta criada pelo proprietário com base naquela que estava disponível para take-away vai ser atualizada nos próximos tempos — “sempre dentro deste registo, claro”.

Os camarões kadaif (8,50€ quatro unidade) já não são desconhecidos para os clientes da Akaza, mas continuam a ser pedidos com frequência. Quanto às sobremesas (entre os 4,80€ e os 6,20€), Renata não esconde: “Estão incríveis. O toque dos sabores japoneses faz toda a diferença”.

30 lugares, muito registo de madeira, uma decoração clean e com pormenores japoneses. A partir da próxima semana quem aqui chegar vai encontrar um espaço diferente de todos os outros. “Tenho a certeza de que vai ser um sucesso. O restaurante em si está muito interessante, com muitos pormenores e cuidados pensados por Víctor Bertier. Tentámos que tivesse algum conforto e que resultasse num registo de restaurante japonês vanguardista.”

As muitas reservas já feitas refletem o triunfo dessa premonição. “Está toda a gente curiosa, por sentir que vai ser efetivamente uma coisa diferente na cidade”, concluem os empreendedores.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua da Cerâmica, n2
    3080-867 Figueira da Foz
  • HORÁRIO
  • Aberto de terça a sábado para almoços e jantares
PREÇO MÉDIO
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