Em outubro, a Arcos House, o alojamento situado aldeia de Carralcova, à entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que resulta da recuperação de 14 casas abandonadas nos anos 60, ganhou um novo atrativo. Falamos do Miradouro Wine Club, restaurante que tem a aposta na sustentabilidade como principal pilar.
Um dos dois responsáveis pelo espaço, Rafael Amorim (28 anos), voltou a um local onde que já foi feliz com vontade de fazer ainda melhor. “Sempre estive ligado à gastronomia, tanto no snack-bar dos meus pais como nos muitos empregos em restauração que fui tendo nas férias. Há uns anos, trabalhei como gerente do antigo restaurante da Arcos House. Na altura, decidi sair para ganhar experiência, mas ao saber que havia oportunidade de abrir o meu próprio conceito na propriedade, resolvi voltar”, começa por contar à NiT.
“Tudo se desenvolve em torno de uma política sustentável. Só vamos buscar fora da região o que não conseguirmos mesmo encontrar cá, o que é muito pouco. Resume-se ao bacalhau, arroz e especiarias. Já os cogumelos shitake, o feijão tarrestre, a carne de cachena, o queijo de cabra, os legumes e o cabrito, por exemplo, são todos daqui e vão, diretamente, da horta para a cozinha e da cozinha para a mesa”, acrescenta.
Rafael também decidiu apostar nos menus de degustação, que diz serem ainda genericamente pouco conhecidos no distrito de Viana do Castelo. A proposta atualmente disponível é composta por cinco momentos e custa 37€ por pessoa. “Começa com uma seleção de queijos e enchidos locais, seguida de uma sopa da época. Depois é servida uma entrada quente, o prato principal e a sobremesa. Como os clientes podem não estar tão habituados a este tipo de experiência, podem escolher qual o prato e a sobremesa que querem, dentro de um conjunto de opções que variam entre três e cinco.”
Se é certo que a sazonalidade fará com que as possibilidades se alterem, também o é que haverá sempre um crème brulée entre as sugestões — só mudará a forma como é preparado. A proposta atual leva abóbora e romã. “A posta de cachena com arroz de feijão tarrestre também não deve sair do menu, visto que são dois produtos autóctones”, acrescenta o responsável.
Para acompanhar, no restaurante com 60 lugares, pode contar com uma carta de vinhos que pretende ser extensa. “Atualmente, temos 100 referências, mas a ideia é chegar às 500 até ao verão”. Além dos clássicos, encontra na garrafeira vinhos biodinâmicos, orgânicos, biológicos e naturais. “Queremos apostar na viticultura sustentável, tal como fazemos com os produtos agrícolas.”
O serviço de bar, que estará disponível já em janeiro, destaca-se pela aposta nos produtos nacionais, desde os destilados aos refrigerantes. “Mais uma vez, apenas entra aqui algo estrangeiro se não existir um equivalente nacional de qualidade. No momento, só sentimos falta da tequilla e do mezcal.”
Carregue na galeria para espreitar este Miradouro Wine Club, assim como o alojamento em que se insere, que tem uma vista deslumbrante para o vale.