Da Austrália a Nova Iorque, Londres ou Bélgica. Eadaoin Mcdonagh, já desenvolveu conceitos para restaurantes um pouco por todo o mundo. O projeto mais recente da diretora-geral do grupo de restauração White Rabbit abriu em Lisboa a 3 de julho.
O Santa Marta nasceu no primeiro hotel da cadeia Locke na capital, que foi erguido sobre as ruínas de um antigo convento. O restaurante aposta “numa carta baseada na partilha”, com pastas, pizzas e petiscos onde brilham os produtos frescos e locais.
“Andávamos a discutir a possibilidade de apostar em Lisboa há vários anos. O Locke Santa Joana acabou por ser o conceito ideal. Aqui conseguimos criar um espaço muito democrático, com boa comida e preços acessíveis a todos os portugueses. Queríamos deixar os ingredientes falarem por si”, conta Eadaoin Mcdonagh à NiT.
A decoração do restaurante, com capacidade para 122 pessoas entre o interior e a esplanada, foi concebida para harmonizar com o hotel, que se localiza a poucos passos da Avenida da Liberdade. O edifício, que remonta a 1699, era originalmente um convento da Ordem dos Pregadores, que padeceu graves danos e passou por várias obras após o terramoto de 1755.
Com a extinção do convento em 1890, após a morte da última religiosa, o espaço continuou a funcionar, acolhendo o Arquivo da Fazenda Nacional e a Comissão dos Monumentos Nacionais.
Eadaoin trouxe para Portugal a sua vasta experiência em espaços de luxo e pop-ups e quis “retornar às origens”, valorizando o melhor “que a terra nos dá”. Esta abordagem levou à descoberta de “excelentes mariscos que chegam das lotas algarvias” e de ingredientes frescos em vários mercados de Lisboa.
O restaurante conta com uma cozinha aberta e um balcão onde os clientes se podem sentar “a apreciar o espetáculo da comida a ser preparada”. As pastas são feitas no próprio dia e variam consoante os ingredientes da época. Para as pizzas, instalaram um forno a lenha que permite criar uma massa “estaladiça”.
Apesar da abertura ter acontecido há apenas dois meses, a White Rabbit já considera o Santa Marta um sucesso. “É impressionante notar que, embora esteja situado numa zona muito turística, estamos a receber muitos locais que, além de nos visitarem, regressam. Todos elogiam a nossa hospitalidade e a frescura dos pratos. É quase como receber amigos em casa — e este sempre foi o nosso objetivo”, partilha.
O Santa Marta funciona durante todo o dia, por isso, o menu inclui opções que servem tanto para almoços, como para jantares. A diretora de operações revela que não consegue resistir, por exemplo, às azeitonas marinadas (5€) como entrada. As opções de pratos principais incluem um presunto do Alentejo com meloa (15€), amêijoas com ervas frescas e limão (16€) ou atum dos Açores com salsa verde e alcaparras fritas (16€).
Entre as massas produzidas diariamente, destaca-se um tagliolini com manteiga de limão, pimenta preta e manjericão (13€), um esparguete com molho de tomate San Marzano, stracciatella e azeite virgem extra (14€), além de outro prato com ragu de ossobuco, queijo de São Jorge e gremolata (16€).
Nas pizzas, Eadaoin destaca a Emila (17€), que combina mortadela, pistácio, gorgonzola DOP, mozzarella e stracciatella, enquanto os mais audazes poderão optar pela Piccante (16€), composta por salami, n’duja, fior di latte, mel e pimentos em conserva.
Para acompanhar, criaram cocktails de autor, como o Santa Marta Spritz (9€), que mistura manga, pêssego, vodka e vinho espumante; o Citrus Cobbler (10€), que combina vinho da Madeira, gin e citrinos; e o Summer 75 (15€), feito com vinho do Porto branco, gin e champanhe.
Na seleção de sobremesas, encontram-se algumas propostas internacionais, como um banana split (8€), que consiste em fruta grelhada com gelado de baunilha, caramelo salgado de sésamo e noz-pecã, e um sundae de chocolate (8€) acompanhado por brownie. No que toca a sabores tipicamente portugueses, há pastéis de nata (2€) e queijo servido com pão de fermentação natural e marmelada (14€).
Carregue na galeria para ver algumas imagens do novo Santa Marta e dos pratos que pode pedir por lá.