Imagine sentar-se a um balcão e ter apenas que fazer um pequeno sinal. Tudo o resto está decidido por si. Sem menu, sem escolhas, sem saber o que vai surgir mais tarde. Apenas confiança cega na sabedoria do chef.
Na cultura japonesa, esse ato de fé (e de espetáculo) tem um nome: omakase. Traduzida literalmente, significa “deixar ao seu critério”, mas que, no mundo da gastronomia, representa muito mais do que isso.
É quase sempre uma experiência pensada ao milímetro, comandada pela frescura dos ingredientes e pela inspiração momentânea do chef. Mais: pretende-se que seja uma experiência irrepetível. Pela sua definição, um menu omakase nunca seria igual ao anterior, daí que o seu preço reflita essa exclusividade.
Está quase sempre associada ao sushi e aos mestres da técnica. Uma prova de confiança mútua onde o cliente abdica do controlo e o entrega ao mestre, totalmente dedicado à cerimónia. Esse peso cerimonial é hoje menos marcado, mas não faz com que a experiência seja menos procurada. A avaliar pelas recentes aberturas, há cada vez mais oferta de menus omakase.
É o caso do Ueno Omakase, o mais recente espaço do género em Lisboa, a funcionar desde final de fevereiro. A matéria-prima vem de Sesimbra e é o projeto de Tiago Claro, que sempre trabalhou com sushi e quis aplicar a exclusividade do omakase ao peixe fresco que compra aos pescadores locais. Por lá, servem-se menus de 15 momentos, entre caldos, sushi e sashimi, a terminar numa sobremesa com influências portuguesas e japonesas.
Mais a norte, em Vila Nova de Gaia, o Iki Edomae Omakase é um balcão instalado no interior do Enoteca 17.56, nos antigos armazéns da Real Companhia Velha. Um espaço intimista que serve apenas seis clientes por jantar e que dá continuidade ao trabalho com sushi dos novos donos do espaço, o Grupo Romando. A matéria-prima e criatividade fica nas mãos de Hayron Rocha, que lidera a experiência que arranca diariamente às 20h30, sem exceções.
Carregue nas setas abaixo para descobrir os espaços mais recentes onde pode viver a experiência omakase.